Ben Sulayem rebate acusações de Mayer: “Desconectado da FIA”
sexta-feira, 11 de julho de 2025 às 9:26
Mohammed Ben Sulayem
A corrida pela presidência da FIA ganhou novos capítulos e se tornou ainda mais intensa nos últimos dias.
Mohammed Ben Sulayem, atual presidente da federação, respondeu com firmeza às críticas contundentes feitas por Tim Mayer, seu recém-declarado adversário na eleição marcada para o fim do atual mandato.
Mayer, que atuou por 15 anos como comissário de Fórmula 1, acusou Ben Sulayem de manter um “reinado de terror” nos bastidores da federação. Segundo ele, a atual gestão estaria marcada por uma concentração excessiva de poder, além de demonstrar uma preocupante falta de transparência.

Mayer eleva o tom: “Concentração corrosiva de poder”
Durante o anúncio oficial de sua candidatura, Mayer não poupou palavras. Ele classificou a liderança de Ben Sulayem como uma “ilusão” e descreveu os bastidores da FIA como um ambiente tóxico e intimidador.
Ainda de acordo com o americano, a atual administração se afastou de princípios essenciais como integridade e diálogo. Mayer foi além ao afirmar que membros da equipe presidencial viviam sob tamanha pressão que, por vezes, sentiam medo ao entrar no escritório.
Ben Sulayem reage: “Não tenho tempo para isso”
Logo após as declarações ganharem repercussão, Ben Sulayem respondeu publicamente. Em conversa com um grupo seleto de jornalistas, o presidente afirmou que sequer tinha conhecimento das críticas no momento em que elas circularam.
“Alguém me disse que minha pele é de teflon. Na verdade, eu simplesmente não leio. Desculpem, mas estou ocupado demais. Isso não me afeta porque, sinceramente, não sei o que foi dito”, comentou.
Presidente rebate: “Mayer está desconectado da realidade”
Confrontado diretamente sobre a acusação de instaurar um “reinado de terror”, Ben Sulayem minimizou o impacto da fala de Mayer e questionou o grau de envolvimento do rival com a estrutura da FIA.
“Sinto muito pelas pessoas que dizem isso. Elas estão desconectadas da FIA”, respondeu. “Sim, ele foi comissário. Mas isso não o torna um membro real da federação. Os comissários não fazem parte da equipe interna”.
Além disso, Ben Sulayem destacou que a filosofia de trabalho da FIA mudou.
“Hoje, atuamos em prol dos membros, e não mais exclusivamente para os promotores. Se queremos ver o automobilismo crescer, precisamos ouvir nossos membros – eles são a base da FIA”, enfatizou.
Sem tempo para ataques: “Não vou entrar nesse tipo de campanha”
Apesar da retórica crescente, Ben Sulayem deixou claro que não pretende transformar a eleição em um campo de batalha verbal. Pelo contrário, afirmou que prefere concentrar sua atenção em outras frentes.
“Se eu precisar me defender de tudo, não consigo trabalhar. Estou ocupado. Não vou me envolver nesse tipo de campanha agressiva”, declarou.
Ele ainda ironizou o tom das discussões eleitorais.
“Na nossa cultura, dizemos que a língua não tem ossos. Em época de campanha, ouve-se de tudo. Mas no fim das contas, a decisão pertence aos membros”.
Mayer nega revanche, mas demissão ainda ecoa
Embora circulem rumores de que Mayer tenha decidido se candidatar por vingança, ele nega qualquer motivação pessoal.
Vale lembrar que, no ano passado, ele foi demitido por um dos assessores de Ben Sulayem por meio de uma simples mensagem de texto. O episódio ocorreu logo após Mayer se envolver em uma polêmica no GP dos Estados Unidos.
Na ocasião, ele liderou uma tentativa de revisar a multa de €500 mil aplicada ao Circuito das Américas por conta de uma invasão de pista. Mayer buscou suavizar o tom da punição, atitude que, segundo ele, teria sido interpretada como um “ataque pessoal” pelo presidente da FIA.
Ben Sulayem se exime: “Não me envolvo com pequenas coisas”
Questionado sobre o episódio, Ben Sulayem negou qualquer participação direta na demissão de Mayer.
“O que aconteceu foi entre ele e o sistema da FIA. Se quiser contestar, que leve a questão ao Tribunal Internacional de Apelação”, sugeriu.
Na sequência, ele reforçou que a federação está acima de disputas individuais.
“A FIA é muito maior do que isso. Muito maior do que qualquer um”.
Eleição se aproxima: “Os membros é que decidirão”
Encerrando sua fala, Ben Sulayem evitou avaliar Mayer como um adversário forte. Ao invés disso, preferiu enfatizar suas prioridades no comando da entidade.
“Estou ocupado com o WRC, o WRX e o WEC. Não posso me distrair com campanhas. No fim, quem decide são os membros. Se acharem que Mayer é melhor, votarão nele. Desejo sorte a todos”.
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