Christian Horner se despede da Red Bull emocionado

quarta-feira, 9 de julho de 2025 às 18:22

Paul Smith e Christian Horner

Christian Horner fez uma despedida tocante em sua primeira declaração oficial desde o anúncio de sua saída da Red Bull Racing. Ele agradeceu aos membros da equipe, fornecedores, parceiros e até mesmo aos rivais, encerrando um ciclo que durou duas décadas.

Horner foi o chefe de equipe com maior longevidade na Fórmula 1 moderna. Sua trajetória começou em 2005, aos 31 anos, e foi marcada por conquistas expressivas. Sob sua liderança, a Red Bull venceu seis títulos de construtores e oito campeonatos de pilotos — quatro com Sebastian Vettel e quatro com Max Verstappen.

“É com o coração partido”, declara Horner

“Após uma jornada incrível de 20 anos juntos, é com o coração partido que hoje me despeço da equipe que tanto amei”, escreveu Horner nas redes sociais. “Cada um de vocês, as pessoas incríveis da fábrica, foi o coração e a alma de tudo o que conquistamos.”

Além disso, destacou a união do grupo em todas as fases: “Na vitória e na derrota, estivemos juntos como um só. Nunca esquecerei isso. Foi um privilégio liderar essa equipe épica. Estou extremamente orgulhoso de tudo o que realizamos juntos.”

Agradecimentos a fãs e adversários

Horner não se esqueceu dos fãs e parceiros comerciais: “Agradecemos aos nossos incríveis apoiadores, que tornaram esse crescimento possível. Passamos de uma pequena equipe para uma potência da Fórmula 1, com seis títulos de construtores e oito de pilotos.”

Em seguida, ele reconheceu a importância dos rivais: “Obrigado também aos nossos concorrentes. Sem vocês, não haveria corrida. Vocês nos desafiaram, nos impulsionaram e tornaram cada vitória ainda mais significativa. Cada revés foi uma oportunidade de evolução.”

Ele concluiu: “Foi uma honra fazer parte desta era fantástica do automobilismo. Saio com grande respeito por todos que constroem o espetáculo da F1 — e com orgulho do que ainda está por vir, especialmente para 2026.”

Saída de Horner marca início de reestruturação

A saída de Christian Horner não veio sozinha. Ao mesmo tempo, dois nomes estratégicos da Red Bull deixaram seus cargos: Oliver Hughes, diretor de marketing e comercial, e Paul Smith, diretor de comunicações. Hughes integrava a empresa desde 2017, enquanto Smith havia ingressado em 2022.

Oliver Hughes

Ambos atuavam próximos a Horner e foram promovidos por ele. Portanto, suas demissões sugerem que a Red Bull GmbH, sediada na Áustria, deseja romper com o modelo de gestão centralizado em Milton Keynes e iniciar uma nova era sob outra liderança.

Mudança de rumo após a era Mateschitz

Desde a morte do cofundador Dietrich Mateschitz, a matriz da Red Bull tem ampliado seu controle sobre as operações de F1. Esse movimento inclui não apenas a Red Bull Racing, mas também a Red Bull Technology e a Red Bull Powertrains.

Até então, Horner comandava esse ecossistema como figura central. No entanto, a empresa controladora parece disposta a assumir o protagonismo e moldar a estrutura futura de acordo com suas diretrizes.

Nomes de peso já deixaram a equipe

Nos últimos anos, diversos membros de alto escalão deixaram a equipe. Muitos deles, inclusive, tinham envolvimento direto com Horner, seja em questões profissionais ou em episódios controversos. Entre os que saíram estão Adrian Newey, Jonathan Wheatley, Rob Marshall e Will Courtenay — este último, aliás, se reunirá com Marshall na McLaren no próximo ano.

Além disso, alguns membros da cúpula atual foram contratados por Horner e podem repensar suas permanências após a saída do chefe.

Lambiase ganha protagonismo

Enquanto isso, Gianpiero Lambiase — engenheiro de corrida de Verstappen — foi promovido a chefe de corrida. Agora, ele comanda as operações de pista, construção de carros, equipes de legado e o grupo de estratégia.

Abaixo dele, dois nomes assumiram funções estratégicas:

  • Steve Knowles, como chefe interino de esportes, focando em regulamentações;

  • Rich Wolverson, como chefe de operações da equipe de corrida, coordenando as atividades diárias.

E o que vem a seguir?

Ainda não está claro se outras figuras importantes seguirão o mesmo caminho de Horner nas próximas semanas. Além disso, não se sabe se o novo CEO da Red Bull Racing, Laurent Mekies, realizará mudanças profundas em curto prazo.

O que é certo, no entanto, é que a Red Bull entra em um novo capítulo. A saída de Horner encerra uma era e abre espaço para novas decisões estratégicas — especialmente com as grandes mudanças previstas para a temporada 2026 da Fórmula 1.

AS - www.autoracing.com.br

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