Red Bull disposta a tudo para defender Verstappen

Christian Horner e Max Verstappen

A Red Bull chega ao GP da Áustria com um objetivo duplo: retomar o domínio técnico e, ao mesmo tempo, blindar Max Verstappen de qualquer ameaça — dentro e fora das pistas. Após um GP do Canadá em que a McLaren apresentou queda de rendimento, a equipe de Christian Horner intensificou sua atuação nos bastidores da Fórmula 1.

Horner se move para proteger Verstappen de punição

Max Verstappen está a apenas um ponto de suspensão no campeonato. Por esse motivo, a Red Bull tem adotado uma postura cada vez mais proativa para protegê-lo. Antes mesmo da largada no Canadá, a equipe enviou um alerta à direção de prova, sugerindo que adversários poderiam arquitetar manobras para provocar uma penalização ao seu principal piloto.

Esse foi um movimento claro de guerra preventiva. Além disso, após a bandeirada final — vencida por George Russell — a Red Bull apresentou um protesto formal contra o britânico, alegando comportamento antidesportivo durante o safety car. O argumento era que ele estaria tentando forçar Verstappen ao erro de propósito.

No entanto, os comissários arquivaram o protesto. Apesar disso, o recado ficou evidente: a Red Bull está disposta a recorrer ao “tapetão” para defender Verstappen a qualquer custo. Enquanto isso, nos bastidores, outras equipes passaram a expressar desconforto com esse nível de intervenção. Nenhuma delas, até agora, demonstrou disposição semelhante de ir tão longe para proteger um piloto.

Política e pressão: Red Bull age dentro e fora da pista

A forte defesa de Verstappen é apenas uma parte da estratégia geral da Red Bull. Paralelamente, a equipe também tem pressionado a FIA em questões técnicas que possam impactar diretamente o equilíbrio de forças na temporada.

Durante o fim de semana em Montreal, por exemplo, os engenheiros da Red Bull chegaram ao ponto de usar uma câmera térmica para observar os pneus do carro da McLaren no pit lane. O objetivo era claro: mapear exatamente onde os rivais estão ganhando vantagem e, com isso, pressionar a FIA a tomar providências.

Carta da Red Bull levou à mudança no regulamento de 2026

Toda essa movimentação política culminou em uma mudança no regulamento técnico da F1 para 2026. Inicialmente, acreditava-se que as alterações miravam diretamente a McLaren, especialmente devido ao desempenho do MCL39 no gerenciamento térmico. Contudo, de acordo com uma apuração do site The Race, a nova regra surgiu em resposta a uma carta enviada pela própria Red Bull.

Nessa comunicação, a equipe de Horner sugeriu ideias bastante ousadas — algumas, até absurdas — como a possibilidade de usar a água das garrafas dos pilotos para resfriar os pneus. A FIA, percebendo que isso poderia abrir margem para uma corrida de desenvolvimento confusa e caríssima, resolveu intervir rapidamente para fechar qualquer brecha.

Portanto, mesmo que a McLaren tenha se beneficiado de um sistema de resfriamento eficiente, não foi ela o alvo direto das mudanças no texto do regulamento.

A McLaren ainda assusta — e a Red Bull sabe disso

Embora a McLaren tenha mostrado um desempenho aquém no Canadá, a equipe ainda preocupa seriamente os Touros. Basta lembrar o que ocorreu em Barcelona: lá, os britânicos fizeram uma dobradinha contundente, provando que o pacote técnico do MCL39 continua sendo um dos mais consistentes do grid.

Além da aerodinâmica, o domínio em resfriamento de componentes segue como um trunfo importante — e é justamente isso que a Red Bull ainda não conseguiu igualar. Em contrapartida, enquanto busca soluções na pista, a equipe de Horner mantém sua ofensiva nos bastidores.

Por isso, mais do que uma batalha de carros e pilotos, o que se vê neste momento é um jogo estratégico de altíssimo nível. Christian Horner quer garantir que Verstappen tenha, além do melhor equipamento, um ambiente político e regulatório favorável rumo ao pentacampeonato. E, se isso exigir embates nos bastidores com outras equipes e até com a própria FIA, ele está claramente disposto a comprá-los.