James Allison: Como pudemos ter sido tão burros?

James Allison

James Allison, diretor técnico da Mercedes, disse que foi “burro” por não resolver mais rapidamente um problema importante que perseguia o W15 dos Prateados.

O desempenho do carro melhorou nas últimas corridas, especialmente após a introdução da nova asa dianteira no GP do Mónaco. Allison disse que a melhoria ocorreu porque eles conseguiram fazer com que o carro tenha um bom desempenho em vários tipos de curvas.

“O que nos atormentou desde o início do ano, o mais importante, foi que você conseguia deixar o carro bom em uma curva lenta, e decente em uma curva rápida, mas não conseguia acertar em ambas ao mesmo tempo”, disse ele ao site oficial da F1.

“O que mudou nas últimas duas ou três corridas é que modificamos o carro de forma que ele realmente tenha um equilíbrio razoável entre velocidades alta e baixa e um equilíbrio razoável nas curvas.”

“Esses são jargões entediantes que significam apenas que o piloto pode confiar nos eixos dianteiro e traseiro em curvas rápidas e lentas, e pode confiar nisso desde o momento em que pisa no freio no início da curva, todo o caminho até o ápice e saindo da curva também. Esse equilíbrio é crucial para um piloto, ele tem que saber se o carro vai sair de frente ou de traseira para ele seguir a trajetória.”

Allison descreve a descoberta como “mais um momento do tipo ‘oh Deus, como pudemos ter sido tão burros?’, onde você vê o caminho a seguir e deveria ter visto isso antes”.

A equipe entendeu que precisava de uma solução aerodinâmica, da qual faz parte sua asa dianteira revisada. “Algo contra o qual lutamos o ano todo com molas, barras e todos os apetrechos mecânicos do carro, agora estamos apenas atacando as características aerodinâmicas do carro”, disse Allison.

Problema principal

“É muito fácil se distrair com problemas secundários e não atacar o problema principal – permitir-se a indulgência de que se apenas resolvermos essa pequena coisa, ficaremos bem”, acrescentou. “E então trabalhamos em coisas que realmente tornavam o carro melhor, mas não eram o problema principal.”

George Russell conquistou a pole position na última corrida em Montreal e, embora Allison suspeite que a pista tenha ajudado seu carro, ele acredita que a tendência ascendente de desempenho continuará.

“Acho que definitivamente podemos fazer com que o carro nesta temporada seja devidamente competitivo e não tenha medo das pistas”, disse ele. “Acho que as características de Montreal podem fazer com que os nossos fãs pensem prematuramente que já chegámos lá. Aquela pista tem muitas curvas de baixa velocidade e testa o carro talvez um pouco menos severamente do que alguns dos outros que estão aparecendo.”

“Embora tenha certeza de que teremos um bom desempenho nas próximas corridas, ficaria surpreso se conseguirmos a pole na próxima (Barcelona), por exemplo. Mas estou absolutamente certo de que poderemos ser tão rápidos quanto qualquer um no próximo período.”