500 milhas de emoção

segunda-feira, 17 de agosto de 2020 às 12:20

Indy 500

Por: Bruno Aleixo

Estamos na semana das 500 milhas de Indianapolis. Para quem gosta de automobilismo, é a semana mais importante do ano. No dia 23 de agosto 33 malucos partirão para 200 insanas voltas no oval mais famoso do mundo, tentando ganhar um polpudo prêmio, colocar seu rostinho bonito no troféu Borg-Warner e tomar um gole de leite direto da garrafa. São tradições que fazem das 500 milhas a prova mais tensa, bacana e inigualável do planeta.

Os tempos outros, claro. E nem estou falando da Covid-19, que vai tirar o público do circuito pela primeira vez na história. Mas é o próprio desafio que mudou. As 500 milhas de Indianapolis sempre foram uma corrida a parte no calendário da Indy, exigindo quase um mês inteiro de treinos para que se chegasse ao acerto ideal. E tome drama.

Em 1995, na última corrida disputada lá antes da separação fatal de Cart e IRL, as Penske de Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. não foram capazes de chegar à velocidade necessária para entrar no grid. Os pilotos tentaram de tudo, inclusive alugando carros da equipe de Bobby Rahal para tentarem buscar o tempo necessário, sem sucesso. Foi um choque. No ano anterior, o mesmo Bobby Rahal precisou recorrer a este expediente pois a Honda, que estreava na Indy, não entregou motores com potência suficiente para que o velho campeão buscasse sua vaga no grid. E os japoneses ficaram fora da tradicional corrida. Teve também 2012, quando o veterano Jean Alesi arranjou um carro com motor fabricado pela Lotus para correr. Era tão lento, que recebeu bandeira preta de desclassificação no início da prova, em virtude do perigo que representava sua baixa velocidade no oval.

É preciso dizer que o desenvolvimento tecnológico mudou bastante as coisas em Indianapolis (bem, em todas as categorias) a ponto da dinâmica da corrida ter sido afetada. A coleta de dados das equipes já entrega o desempenho de cada carro e não é mais preciso uma agenda tão longa de treinos como antigamente. Os carros já entram na pista com o acerto ideal, sabendo o tempo que podem virar. As 4 curvas são feitas com pé cravado no fundo do acelerador sem grande dificuldade, o que muda bastante o desafio aos pilotos também. E, na corrida, ninguém precisa se preocupar com poupar equipamento.

No ano passado, embora a Penske pedisse insistentemente para que Simon Pagenaud conservasse o equipamento, foi solenemente ignorada pelo francês, que acelerou forte da primeira à última volta, recebendo a bandeirada em primeiro lugar. Nas 500 milhas de 1993, por exemplo, Emerson Fittipaldi deu uma aula de como vencer uma corrida de 200 voltas naqueles tempos, mantendo-se discreto até faltarem 50 voltas para o fim. Naquele momento, quem forçou ficou sem equipamento para chegar ao final e Fittipaldi surfou tranquilo no asfalto mais famoso do mundo do automobilismo, para conquistar sua segunda vitória no mítico templo.

Mas, embora diferentes, as 500 continuam sendo as 500. Atrativos não faltam. A pole deste ano ficou com Marco Andretti, a primeira da tradicional família do automobilismo americano desde 1987, quanto Mario Andretti cravou o melhor tempo. E mais: Michael Andretti, pai de Marco, jamais venceu as 500 milhas, então será uma atração à parte ver a atuação do desastrado membro mais novo do clã de Nazareth. E tem mais: Alonso vai em busca de sua tão sonhada vitória, para completar a tríplice coroa junto com Le Mans e Mônaco. E temos, claro, os brasileiros veteranos Hélio Castroneves e Tony Kanaan que, juntos, já faturaram 4 vezes a prova.

O importante é que domingo é dia de não fazer nada. Só sentar em frente ao sofá com os petiscos e bebidas correspondentes e curtir as 200 voltas do maior evento automobilístico do planeta. Quem venham as 500 milhas!

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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