24 horas de Le Mans – Fatos da corrida: De 56º ao 1º: Porsche 919 Hybrid vence

terça-feira, 4 de julho de 2017 às 10:00
Porsche LMP1

Porsche LMP1

Com grande espírito de equipe e um esforço quase sobre-humano, a Porsche venceu a corrida das 24 Horas em Le Mans, em 2017. Earl Bamber (NZL), Timo Bernhard (ALE) e Brendon Hartley (NZL) alcançaram brilhantemente a vitória e garantiram o 19º triunfo geral da Porsche no último dia 18 de junho. Um esforço comparável com o que ocorreu há 40 anos, quando Jacky Ickx (BEL), Jürgen Barth (ALE) e Hurley Haywood (EUA) deram uma reviravolta com um Porsche 936, e saíram da 42ª posição até a vitória.

Oliver Blume, presidente do board executivo Dr. Ing. H.c. Porsche AG, disse: “Que corrida dramática! Uma luta de 56º para primeiro – quem poderia acreditar que isso era possível? O mito de Le Mans está vivo exatamente por causa dessas histórias inacreditáveis, como a que experimentamos no último fim de semana.”

A 85ª prova da maior e mais dura corrida de carros do mundo começou com uma vantagem para a Toyota, que fez 1-2 na classificação, e um infeliz atraso para o carro Porsche 919 Hybrid número 2, que felizmente ganhou a corrida. Às 18h30 (horários de Le Mans), o 919 de Bamber, Bernhard e Hartley foram forçados a fazer uma parada imprevista nos pits. Demorou uma hora e cinco minutos para trocar o motor elétrico que traciona o eixo dianteiro. O carro retornou a corrida às 19h35, na 56ª colocação, 13 voltas atrás do líder da prova.

Durante a noite, a forte concorrência do Japão teve que aceitar as perdas. O número 8 da Toyota parou nos pits para longos reparos, enquanto o número 7 ficou na pista devido a uma falha na embreagem, ao mesmo passo que o número 9 teve que parar também após um acidente. À 00h45, o Porsche 919 Hybrid número 1 assumiu a liderança. Na sequência, a Porsche pagou novamente o preço de uma corrida realizada em altas temperaturas ambientes. Às 11h09 aconteceu uma falha do motor no carro principal. Após uma forte performance na primeira posição, que durou mais de dez horas, os sonhos de Neel Jani (SUI), André Lotterer (ALE) e Nick Tandy (GBR) chegaram a um final súbito.

Então, o momento para os caçadores, tinha começado. O Porsche 919 Hybrid número 2 era o melhor colocado na LMP1 e estava no encalce dos LMP2 líderes. Às 12h50, na volta 330, Bernhard voltou a ficar na mesma volta do primeiro colocado da corrida. Na 347, assumiu a liderança e bandeira quadriculada foi tremulada 20 voltas mais tarde, já sendo coroado como vencedor geral.

A corrida em números:

• A equipe vencedora do carro número 2 completou 367 voltas (5.001,23 quilômetros) a uma velocidade média de 208,2 km/h.
• O carro número 2 assumiu a liderança geral da corrida com 20 voltas para o final.
• Quem teve o maior número de voltas na liderança foi o Porsche número 1 de Neel Jani (SUI), André Lotterer (ALE) e Nick Tandy (GBR). Ele ficou à frente desde a volta 155 até a 318 (00h45 até 11h09). Além disso, liderou mais duas voltas no começo da corrida devido a períodos de parada nos pits. No total, o carro número 1 liderou durante 166 voltas.
• No momento da falha no motor do carro número 1, ele liderava a corrida por uma margem de 13 voltas sobre o resto dos competidores.
• Durante as 24 horas, a corrida viu três períodos de safety car (15 voltas) e 27 “zonas lentas”, durante as quais os pilotos tiveram que reduzir a velocidade à 80 km/h.
• Apenas 246, das 367 voltas da corrida, foram realizadas com a pista em bandeira verde completa. Foram 13.629 quilômetros.
• O carro vencedor entrou no pit lane num total de 29 vezes, uma vez para pagar uma penalidade de drive-through e incluindo a longa parada para reparos. O tempo total nos pits foi de 1h38min5211s.
• Os vencedores da corrida usaram dez conjuntos de pneus slicks e o carro foi reabastecido 28 vezes.
• A velocidade máxima mais alta durante a corrida do Porsche 919 Hybrid vencedor foi mediada oficialmente em 334,9 km/h (Bernhard na volta 338).
• A distância mais longa feita com um conjunto de pneus foi de 43 voltas – da volta 124 até a volta 167 – com Earl Bamber ao volante.
• O segundo maior stint foi no final da corrida, com Bernhard ao volante, da volta 325 até o final, na 367.
• Bernhard pilotou a maior parte da distância. Ele fez 159 voltas no total, Hartley esteve no carro por 106 voltas e Bamber por 102.
• Antes da corrida, o peso de Bernhard – incluindo macacão e capacete – era de 65,0 quilos. Após a corrida, a balança marcava 63,8 quilos.
• A parada completa nos boxes mais rápida feita pela Porsche, que inclui uma mudança de pneu e pilotos, foi de 82s343.
• A parada mais rápida para o reabastecimento (tanque cheio) foi feita em 64s342 segundos, às 22h14.
• Os pilotos tinham 0,9 litros de bebida a bordo para cada turno. A garrafa era trocada em cada parada de reabastecimento.
• 11 películas foram removidas do para-brisas do carro vencedor, para sempre obter a melhor visibilidade possível.
• A temperatura ambiente mais alta foi de 31,5 graus pouco antes do final. Durante a noite, o ar esfriou até 19 graus. A temperatura da pista atingiu seu pico no sábado, com 39 graus. A temperatura da pista mais baixa foi durante a noite e chegou a 27 graus.
• 25,2 gigabytes de dados do carro número 2 foram transmitidos para os pits durante as 24 horas.
• Depois de três das nove rodadas do Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC), com os pontos duplos em Le Mans, a Porsche agora lidera o campeonato de fabricantes com 111 pontos; a Toyota é a segunda com 74,5. No campeonato mundial de pilotos, o trio Bamber/Bernhard/Hartley marcou 83 pontos e está liderando com uma margem de 21 pontos. Já o de Jani/ Lotterer/Tandy está atualmente em 5º, com 28 pontos.

No espelho retrovisor – Jacky Ickx relembra 1977:

Há 40 anos, a Porsche também conseguiu o que parecia impossível. É assim que o seis vezes vencedor geral em Le Mans, Jacky Ickx (BEL, 72) relembra: “Após três horas, pensamos que perderíamos a corrida. Meu 936 estava fora, e eu me juntei a Jürgen Barth e Hurley Haywood. Mas eles também estavam tendo problemas e estávamos em 42º lugar. Ainda não consigo colocar na minha cabeça o que aconteceu depois. Foi um estado eufórico. Dirigi toda a noite em velocidade máxima, sempre no limite, na chuva e no nevoeiro. Eu ia mais rápida a cada volta. 42º, 35º, 28º, 20º, nono, sexto, quinto. Todos sentiram que podíamos conseguir o inimaginável. Jürgen e Hurley dirigiram mais rápido do que nunca e os mecânicos fizeram um trabalho incrível. Na verdade, eu não me senti cansado. Em seguida, assumimos a liderança. No domingo da manhã eu estava totalmente esgotado. No final, Jürgen levou o 936 através da linha de chegada com apenas cinco cilindros. Eu não teria conseguido. Há muitas histórias fantásticas sobre muitas corridas, mas 1977 se destaca. Essa foi uma coisa única na vida. Corridas como essa fizeram da Porsche uma lenda.”

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