MotoGP – Conheça a pista de Phillip Island

domingo, 23 de outubro de 2016 às 2:50

Casey Stoner, o herói local

Phillip Island faz parte da tradição dos esportes motorizados australianos, uma vez que as primeiras corridas com automóveis na região datam dos anos vinte do século passado.

As primeiras provas com motos foram realizadas em 1931, e uma pista permanente foi construída ali em 1956. O circuito ficou um tanto abandonado durante os anos 70 e 80, até ser comprado em 1985 e, por meio de um investimento de 5 milhões de dólares australianos (R$ 10,45 milhões, atualmente), foi reformado em 1988.

Provas da MotoGP voltaram ao circuito em 1989 e 1990, até que a pista se tornou parte do calendário regular do Campeonato Mundial a partir de 1997. A localização do circuito é privilegiada com belas vistas para o mar. A pista, além disso, é considerada uma das mais rápidas e fluidas dentre as que fazem parte do campeonato. Possui uma extensão de 4.448 metros, sendo que as sete curvas para a esquerda, as cinco para a direita e a grande reta com 900 metros se estendem por uma largura de 13 metros.

A velocidade média por volta em Phillip Island é de 177.785 km/h, fazendo desta a segunda pista mais rápida do calendário do Campeonato do Mundo depois de Assen. Esta alta velocidade pode parecer estranha de atingir num circuito que possui poucas retas, contudo, apesar da reta da chegada ser relativamente curta, com apenas 900 metros, a curva que a antecede é extremamente rápida e feita a mais de 180 km/h.

O acerto ideal permitirá à moto fazer essas curvas com muita estabilidade, utilizando ao máximo a superfície da pista. São seis as curvas feitas a mais de 180 Km/h e três delas são feitas a mais de 200 Km/h. Com a existência destas curvas de alta velocidade, e as constantes mudanças de direção a alta velocidade, os técnicos tendem a utilizar suspensão rígidas para que quando a moto está sob pressão nas curvas a precisão não seja afetada e o piloto consiga manter a melhor trajetória nas curvas.

Contudo, as irregularidades do traçado fazem com que as suspensões não possam ser tão duras como os pilotos gostariam. O ponto de maior pressão na suspensão traseira fica entre as curvas sete e oito, onde a moto roda a mais de 230Km/h. Esta velocidade cria força de mais de 500kg nas suspensões traseiras.

A parte dianteira da moto é submetida ao maior esforço nos dois ganchos, feitos a baixa velocidade. O piloto tem de frear forte nestes dois pontos, mas não se trata de um circuito que exija suspensões dianteiras duras. Devido às irregularidades do traçado nas curvas rápidas, são montadas suspensões menos rígidas na dianteira para que a aderência não seja afetada. Algumas destas irregularidades são tão grandes que a moto chega a perder o contato com a superfície da pista em ambas as rodas. O melhor local para o notar isso é no final da reta onde a moto passa a uma velocidade de 305 km/h.

Em Phillip Island as marchas mais altas são mais utilizadas do que é habitual. A maior parte das curvas são feitas em terceira, quarta ou até mesmo quinta velocidade. Ao contrário de outras pistas da MotoGP, há apenas duas curvas feitas em primeira e outras duas em segunda marcha.

Outro dado especial em Phillip Island é o pneu traseiro. Além de ser uma pista muito abrasiva, a característica do traçado colocam muita pressão no pneu traseiro. O lado esquerdo do pneu é crucial já que a curva a esquerda que dá acesso à reta é muito rápida e o piloto pode acelerar muito, e ao fazê-lo leva a lateral do pneu para temperaturas que afetam a sua durabilidade. Por vezes há que sacrificar a dureza da suspensão traseira para prolongar a vida do pneu traseiro para que consiga agüentar os 120 km de corrida.

Outro aspecto importante neste circuito é o freio dianteiro. Não há zonas de frenagem intensa, são montados discos menores, para que atinjam a temperatura de funcionamento ideal mais facilmente. Em Phillip Island são montados discos de 305mm de diâmetro comparativamente com os normais de 320mm.

Eduardo Behling
www.autoracing.com.br

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