F1 – Pilotos preparados para derrapagens em 2014

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014 às 14:47

Felipe Massa

Os pilotos de Formula 1 estão se preparando para mais derrapagens do que inicialmente previsto para 2014, já que o primeiro teste da pré-temporada destacou algumas surpresas com os novos carros.

O maior torque dos motores V6 turbo já era esperado para tornar a vida mais difícil para os pilotos, causando maior falta de aderência na saída das curvas.

Mas o feedback inicial dos carros de 2014 mostra que o equilíbrio da parte traseira do carro – especialmente as temperaturas dos pneus – foi ainda mais difícil devido a outras mudanças de regras.

Os pilotos descobriram que é mais difícil manter os pneus traseiros dentro da margem ideal de operação por causa de mudanças no projeto na parte de trás do carro.

Assistências que os ajudaram no passado a manter as temperaturas dos pneus elevadas – como o calor dos difusores soprados, compostos de borracha macia e discos de freios traseiros maiores – foram todos abolidos.

Para 2014, um corte dramático no downforce, pneus de compostos mais duros, escapes que não podem canalizar o ar quente para perto dos pneus, além de freios traseiros menores, devido à forma como a energia é colhida, mostram que agora as temperaturas dos pneus tendem facilmente a ficar abaixo da margem ideal.

Quando isso acontece, os pilotos lutam com a falta de aderência e o aumento da possibilidade de derrapagens e saídas de traseira.

Adrian Sutil da Sauber foi um piloto que particularmente reparou na forma como os carros de 2014 eram muito mais difíceis de manter na janela operacional correta de temperatura dos pneus.

“Realmente nos esforçamos muito para manter a temperatura dos pneus”, disse ele. “A primeira volta era a melhor, mas depois ia piorando e, em seguida, os pneus eram pura pedra”.

“Era como dirigir no gelo e muito difícil nestas condições, com o torque do motor para controlar. Havia muito wheelspin e tornou o carro imprevisível”.

Apesar das temperaturas em Jerez fossem menores do que seriam durante a temporada, Sutil acredita que a experiência tem mostrado que os pilotos poderão enfrentar alguns desafios difíceis em corridas mais frias.

“Nas corridas mais frias, com certeza será um grande problema”, disse ele. “Perdemos o efeito dos difusores soprados e agora vemos o quanto contávamos com ele, é um grande efeito que tínhamos”.

“Agora temos uma única asa na traseira – e há tanta falta de pressão que a tração diminuiu muito”.

Kamui Kobayashi, que dirigiu pela última vez um F1 em 2012, quando os difusores soprados estavam no auge, percebeu o quanto é diferente a atual geração de carros.

“Eu acho que o downforce é muito menor do que antes, e também penso que os pneus traseiros trabalhavam bem com os difusores soprados”, disse ele.

“Antes era muito fácil conseguir as temperaturas traseiras já que, naturalmente, tínhamos uma grande quantidade de calor, mas agora não há nada”.

Felipe Massa disse não ter dúvidas que os carros de 2014 estavam fora da configuração conhecida muito mais do que tinham sido nos últimos anos.

“Eu tenho certeza que veremos os carros derrapando mais, porque teremos menos aderência com um pouco mais de torque”, explicou.

“Mas nunca é muito bom sair para os lados, para ser honesto. Você está perdendo tempo, então precisa entender como pilotar o mais suave possível”.

No entanto, Massa contou que o aumento de wheelspin poderia ser um benefício ajudando a elevar as temperaturas dos pneus traseiros.

“Quando você patina as rodas, também aquece os pneus”, disse ele.

Tags
, , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.