F1 – FIA já testou cockpits fechados em 2011 (vídeo)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014 às 18:43

Um dos muitos esboços de cockpit fechado

Após o acidente pavoroso de Jules Bianchi em Suzuka, muito está se falando sobre fechar os cockpits dos carros de F1. Mas em julho de 2011, os engenheiros da F1 testaram se a cobertura (canopy) de caças a jato poderia ser usada em carros de F1 para melhorar a segurança.

A FIA, a organização encarregada do esporte a motor mundial, realizou o experimento em seu instituto científico.

Em 2009, Felipe Massa sofreu uma lesão cerebral e traumatismo craniano após ser atingido por uma mola de metal durante a classificação para o GP da Hungria. Do tamanho do punho de uma pessoa, a mola havia se soltado do carro do outro piloto e bateu no capacete de Massa a mais de 200 quilômetros por hora.

O chefe da equipe na época, Ross Brawn disse: “Nós precisamos digerir o que aconteceu e compreendê-lo adequadamente. É hora de olhar para a coisa toda e adotar uma abordagem equilibrada. Você pode ter coberturas ou canopies, mas tem que ser capaz de chegar ao motorista e retirá-lo se houver um acidente”.

Agora a F1 passa pelo doloroso processo de ter um de seus pilotos correndo risco de morte por uma situação semelhante. Jules Bianchi não sofreu com detritos na pista e sim com um veículo de resgate parado no meio de uma curva em pista molhada.

Quando os testes foram realizados, em 2011, Andy Mellor, diretor técnico da FIA disse: “Isso é exatamente o que estes testes foram projetados para descobrir. Estamos basicamente procurando na ciência e na engenharia algo para proteger o cockpit de detritos agressivos que possam entrar naquele espaço”, disse ele.

Os testes foram realizados no aeroporto de Bentwaters perto de Ipswich em duas etapas. A primeira envolvia um para-brisa de policarbonato e a segunda um canopy do caça F-16 feito de policarbonato nas especificações aeroespaciais.

Em seguida, uma roda e pneu típico da F1, pesando 20 kg, foi atirado em ambos a 225 km/h.

“Foi um ajuste de calibração extremamente precisa”, disse Mellor. “Muita engenharia foi gasta nisto”.

Houve três disparos para os dois experimentos, dois no para-brisa e um no canopy.

“O aparelho funcionou perfeitamente e visualmente foi possível ver que o para-brisa conseguiu desviar a roda sobre o espaço que seria ocupado pelo capacete do piloto, mas ao fazê-lo, sofreu danos significativos”, disse ele.

Foi uma história diferente com o canopy do caça F-16 que sobreviveu ao teste intacto e simplesmente desviou o pneu para fora.

Quanto ao que acontece com os resultados destes testes, Mellor disse: “Este teste foi puramente para verificar o efeito de segurança mecânica”.

“Agora que temos dados sobre isso, podemos avançar para uma decisão sobre o que faremos”.

Apesar do resultado aparentemente positivo, os chefes da F1 não ficaram particularmente impressionados com a ideia de cockpits fechados com canopies. Muitos temem que cockpits fechados possam causar detritos e ricochetear na multidão de espectadores, causando ferimentos. Tais canopies também poderiam restringir a capacidade de um piloto para sair de seu carro em caso de acidente, especialmente se o carro estiver virado e em chamas.

Veja o vídeo com o teste da FIA:

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