F1 – Como o escapamento do RB8 da Red Bull alimenta seu difusor

O escapamento especificação de corrida do RB8 da Red Bull apareceu no penúltimo dia do último teste da pré-temporada. A equipe fez o máximo para escondê-lo, mas agora que o design foi visto, podemos analisar como funciona.

Com a FIA tendo restringido onde as equipes podem colocar seus escapamentos, os projetistas estão buscando continuar usando o ar quente para tornar seus difusores mais poderosos.

A estratégia da Red Bull é similar ao conceito do escapamento da McLaren, tentando empurrar os gases para baixo em direção à lateral do difusor a fim de criar um efeito de vedação. O design da Red Bull parece bastante diferente e mais elegante. Mas não saberemos até Melbourne se é mais eficiente.

O escapamento do RB8

A primeira das ilustrações do site F1 Fanatic mostra a nova configuração da Red Bull. A zona cinza, onde fica a saída do escapamento, é pintada com tinta resistente ao calor para impedir danos à fibra de carbono. A saída contém um canal para dragar os gases para baixo.

Essa área é moldada para continuar dragando os gases de escape para baixo em direção ao difusor. Além disso, o ar passando pela lateral também é usado para criar uma zona de alta pressão ao redor da saída do escapamento. As linhas vermelhas mostram o fluxo dos gases.

O problema que os projetistas enfrentam é que isso potencialmente interfere no funcionamento da lateral cortada. Nos últimos anos, as equipes cortaram agressivamente a lateral visando alimentar o ar que flui rapidamente em direção à zona da “garrafa de coca”. Isso ajuda o difusor a ser mais eficiente, criando uma zona de baixa pressão acima dele, o que, por sua vez, reduz a separação do fluxo no difusor.

Dragar os gases de escape em direção ao assoalho vai reduzir a eficiência da zona da garrafa de coca. A saliência nos escapamentos da McLaren é projetada com o intuito de direcionar os gases sobre esse fluxo.

A Red Bull adotou uma solução diferente, que é visível nesta imagem. Eles cunharam um duto na parte inferior da lateral para permitir a passagem do fluxo de ar. Esse duto sai na zona da garrafa de coca, evitando os gases de escape.

Replicando o efeito do difusor soprado

A segunda ilustração mostra uma imagem similar dos escapamentos do RB8 em uma visão plana. A saída está circulada em amarelo, com as linhas vermelhas demonstrando o fluxo dos gases de escape e a azul o fluxo da lateral cortada.

Deste ângulo, é possível ver o formato da abertura do escapamento na carenagem. Ele é construído de modo que os gases parecem se separar – um fluxo vai para a lateral, rumo a um vão no assoalho antes da parte interna do pneu traseiro.

Isso vai criar um vórtice, e tem a meta principal de selar o difusor – essa parte replica o efeito do difusor soprado do ano passado. O segundo fluxo acrescenta energia ao difusor, o que ajudará a reduzir o gradiente de pressão acima da saída do difusor, e, dessa forma, diminuir o risco de separação do fluxo de ar sob o carro.

Alguns acreditam que o fluxo do escapamento pode alimentar parcialmente um duto no assoalho que contém o orifício do motor de partida. Entretanto, não está claro neste momento se isso é para os gases de escape ou para o ar que flui pelo duto da lateral. Considerando as restrições de tamanho do orifício do motor de partida, o efeito provavelmente é pequeno.

Neste ponto, a solução da Red Bull é visualmente mais limpa, mas não elimina completamente a interação escapamento/lateral cortada. A solução da McLaren aparentemente faz um trabalho melhor nesse respeito, mas poderá não ser tão eficiente em termos da qualidade do fluxo do escapamento para o difusor. O primeiro fim de semana em Melbourne trará mais pistas.

LS – www.autoracing.com.br