F1 – Autoracing Power Ranking 2019 – Parte 4

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019 às 12:52

Autoracing Power Ranking

Nessa semana, assim como prometido, o Autoracing está divulgando o Ranking Geral dos pilotos de F1 de 2019. Você vai ver as colocações de todos os pilotos começando hoje e terminando nessa sexta-feira!

O critério para as notas é o menos empírico possível e levou em consideração os erros e acertos de cada piloto nos treinos livres, na classificações e corridas de toda a temporada de 2019. Mas o mais importante foi a performance relativa ao nível do carro de cada piloto e a seus adversários mais diretos, com os eventuais erros das equipes sendo descartados.

O ranking abaixo é o resultado da médias das notas que cada piloto recebeu em todos os GPs de 2019.

Os textos foram distribuídos entre os votantes de todas as corridas de 2019 assim:

Do P20 ao P17 – Eduardo Behling
Do P16 ao P13 – Leandro Schimidt
Do P12 ao P9 – Bruno Aleixo
Do P8 ao P5 – Fabio Campos
Do P4 ao P1 – Adauto Silva

Alex Albon

8. Alex Albon

Alex Albon sempre foi rápido nas categorias de base, mas não despontou como um talento excepcional (a não ser na capacidade de disputar posições e brigar “roda a roda”, onde é extremamente habilidoso), e isso agora pode se voltar contra ele. Mas primeiro, os fatos: a estreia na Austrália ocorreu apenas duas semanas depois de se sentar num Fórmula 1 pela primeira vez na vida. Mesmo assim, segurou a barra na Toro Rosso e mostrou logo no começo que merecia estar na F1. Acabou tendo a chance que muitos ‘Hulkenbergs’ nunca tiveram ao receber – após 12 corridas – uma vaga em um time grande. Outro fato? Mais pela deficiência de quem substituiu do que necessariamente pelo que mostrou, embora tenha passado longe de decepcionar.

Albon teve da Fórmula 1 (da mídia e de muitos fãs) uma percepção que foi distorcidamente favorável a ele: a comparação na Red Bull foi com Pierre Gasly. Piloto da Red Bull deve ser analisado sob altos padrões de exigência, pelo simples fato de ser piloto de equipe grande. Se o discurso (paternalista) de que não podia ser comparado a Verstappen encontrou fundamento no fato de ser apenas seu 1º ano, em 2020 a comparação é com o holandês e ponto final.

Em suma: Albon merece estar entre os 8 melhores do Power Ranking. É mais piloto que Gasly e Kvyat. Por ser seu primeiro ano, o que fez não foi ruim, longe disso… Mas a diferença entre ser piloto da Toro Rosso e ser piloto da Red Bull chamou a atenção já em 2019. Justa ou injustamente, a Fórmula 1 é exigente ao extremo, e o inglês (que usa a bandeira da Tailândia mas nasceu, cresceu e correu na Inglaterra) não terá como fugir: precisa aprender rápido a achar décimos de segundo em classificação, ritmo de corrida quando largar junto ao pelotão da frente (outra obrigação) e além de boa performance trazer também os exigidos resultados – conseguiu bom número de pontos em 2019.

Será que vai conseguir? Terá Albon já atingido seu ápice – que é o que parece analisando-se o que fez na base – ou está apenas seguindo o passo a passo de uma evolução natural que o levará a incomodar Verstappen? Uma das boas interrogações que ficam para 2020…

Sergio Perez

7. Sergio Perez

Ele não tem um rosto de garoto propaganda, não nasceu em país rico ou com tradição de F1 semelhante a outras nações, não tem um nome imponente e não foi o que muitos achavam que seria em uma McLaren “na descendente” como aquela de 2013. Mas Sergio Perez é um excelente exemplo do tipo de piloto que parece ter sido feito para disputar a Fórmula 1 moderna.

Um expert no trato dos pneus, o mexicano consegue muitas vezes extrair da máquina o que outros não conseguem. É capaz de fazer longos “stints” aliando preservação da borracha a uma alta performance. E conta também com uma característica importantíssima no currículo: a eficiência.

Sergio Perez consegue resultados! Consegue aproveitar corridas onde exista uma mínima chance e, mesmo sem ser brilhante ou se envolver em manobras chamativas para os olhos do público, atinge pódios e conquista pontos inesperados. O “saldo” é a impressionante marca de 8 pódios, todos eles por Sauber e Force India. Consegue lembrar de algum piloto de equipe menor com marca semelhante?

Em 2019 fez algumas ótimas corridas, a melhor talvez na derradeira prova do ano em Abu Dhabi, e se não fosse a situação imprevisível de Hockenheim teria terminado o ano com uma vantagem de pontos esmagadora sobre seu companheiro de equipe. A ultrapassagem na última curva da última corrida do ano foi para fechar em alta uma temporada em que foi merecidamente avaliado como o 7º melhor de 2019 pelo Power Ranking do Autoracing.

Valtteri Bottas

6. Valtteri Bottas

Como o título daquele filme, é curioso o caso de Valtteri Bottas. Depois de um ano apagado em 2018, a melhora de desempenho é cristalina como a água. Bottas passou de 0 para 4 vitórias em 2019. Conseguiu em situações (e pistas) inesperadas deixar Hamilton para trás em classificação! E talvez aí esteja o grande mérito do piloto no ano. Mas sábados são uma coisa, domingos são outra….

Em uma Fórmula 1 rica em pilotos talentosos, ser um bom piloto ou evoluir de um ano para outro pode não ser suficiente. O falto inquestionável é que Bottas está ao lado de um super campeão, e é ali que a régua que mede sua capacidade se posiciona.

Bottas está na Mercedes para cumprir um papel claro: antes de tudo, ajudar a equipe. E ao contrário do menino de Mônaco que veste vermelho, parece conformado com a tarefa. Sentar-se na cadeira vizinha a Lewis Hamilton pode ser definido por alguns como a pior das 20 cadeiras na Fórmula 1. Mas não é bem assim. Mesmo perdendo para Lewis, Bottas poderia mostrar mais. Mais regularidade, mais constância, mais efetividade em fins de semana onde as coisas não dão certo, uma briga por campeonato mais sólida e menos conformismo, o que faria bem para seu futuro até pensando numa fase pós-Mercedes. O finlandês não é um piloto ruim. Não mesmo. Mas 7 vitórias em 3 temporadas é pouco para quem está na mais dominante equipe da história da Fórmula 1 moderna.

A esperança de muitos torcedores e fãs da F1 é que o raio caia duas vezes no mesmo lugar…. Mas o ”Efeito Rosberg” é dificílimo de ser replicado, até porque exigiu do ex-piloto alemão, acima de tudo, uma postura de campeão: coisa que Bottas já mostrou que não tem.

Lando Norris

5. Lando Norris

Automobilismo é percepção. E entre erros, acertos, coisas a melhorar e muita velocidade, a percepção em torno de Lando Norris ao final de 2019 é sem dúvida muito positiva.

Norris brilhou na Fórmula 3 Europeia e teve um ano no mínimo “de altos e baixos” na Fórmula 2. Por isso sua ascensão para a McLaren em 2019 foi, para muitos, mais pra cobrir a dispensa e o fim da paciência dos ingleses com Stoffel Vandoorne. O próprio Norris admite que tinha dúvidas se estava pronto para a Fórmula 1.

Pronto ou não, uma coisa é certa: velocidade o garoto possui. Terminar o primeiro ano à frente do companheiro em classificação (11 a 10 na conta do qualify contra Carlos Sainz, embora o espanhol possua nítida falha no quesito) não pode ser diminuído ou menosprezado. E ele também é bom em ritmo de corrida, conseguindo não perder posições após as largadas.

Sempre sincero ao extremo nas entrevistas, Norris expõe a quem perguntar a conclusão de que tem muito a melhorar em 2020. E provavelmente tem mesmo, pois o fato de ter ido bem não oculta defeitos para quem se presta a analisa-los. E tudo isso leva a uma reflexão: para muitos pilotos, o impacto das dificuldades da Fórmula 1 vem no 2º ano. Seja por aprendizado, pressão menor da equipe ou da mídia, ou simplesmente por pegar um time “em alta”, é na 2ª temporada que conclusões certeiras sobre Norris poderão ser tiradas. De qualquer forma, o começo é muito promissor, pois já é possível identificar nele duas características que nem todos os pilotos de Fórmula 1 possuem: velocidade e personalidade.

Ranking Piloto  Média final
5 Lando Norris 7,35
6 Valtteri Bottas 7,34
7 Sergio Perez 7,15
8 Alexander Albon 7,09

Fabio Campos
Belo Horizonte – MG

Quem votou?

Adauto Silva: publicitário, jornalista, ex-kartista, ex-piloto amador, editor chefe do Autoracing e comentarista do Loucos.
Fabio Campos: jornalista especializado em automobilismo e comentarista do Loucos.
Bruno Aleixo: kartista, jornalista especializado em automobilismo e comentarista do Loucos.
Leandro Schmidt: jornalista especializado em automobilismo, vice-campeão mundial de simulador de F1, vencedor da única etapa do Trofeu Maserati que participou em Interlagos e colaborador do Autoracing.
Eduardo Behling: jornalista especializado em automobilismo e colaborador do Autoracing.

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AS - www.autoracing.com.br

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