Suspensão ativa pode transformar a F1 em autorama, diz Brundle

sexta-feira, 25 de abril de 2014 às 9:35

Fórmula 1 - 1993

Martin Brundle avisou que os carros da Fórmula 1 poderão se tornar “um autorama” e tediosos de assistir se a suspensão ativa retornar à categoria em 2017.

Os planos para reintroduzir a suspensão ativa, banida desde o início da temporada 1994, estão na lista de propostas recentes do Grupo de Estratégia da Fórmula 1 visando reduzir os gastos na categoria sem a adoção de um teto orçamentário.

Brundle, ex-piloto que ajudou a desenvolver a suspensão ativa que foi vital para os títulos mundiais da Williams em 1992 e 1993, está preocupado com a possibilidade de o retorno da tecnologia tornar os carros menos empolgantes para os fãs.

“Esse conceito e as rodas aro 18 (também sendo consideradas para 2017) significam que você começa do zero com sua suspensão e também a aerodinâmica, porque grande parte do curso de sua suspensão está nas laterais dos pneus com as rodas aro 13 atuais”, declarou Brundle ao site Autosport.

“Se você passar para aro 18, precisa de um curso bem maior em sua suspensão. É um sonho para os aerodinamicistas. Minha preocupação é que voltemos aos carros que parecem um autorama – colados à pista”.

Paddy Lowe, chefe técnico da Mercedes que foi responsável pelo desenvolvimento da bem sucedida tecnologia da Williams como chefe de seu departamento de eletrônica no final dos anos 80 e começo dos 90, afirmou que o retorno da suspensão ativa poderia ser mais simples e barato do que a tecnologia atual.

“Creio que, de certas maneiras, pode ser mais simples do que o que temos atualmente”, disse ele. “Se você olhar a complexidade dos sistemas atuais de amortecimento e inércia, certamente não seria mais caro”.

Mas Brundle avalia que a necessidade de reprojetar os carros tem potencial para aumentar os custos, e não reduzi-los.

“É o melhor de tudo – o carro simplesmente voa por cima de tudo no ângulo perfeito. Não sei como você economizaria algum dinheiro, porque teria de começar do zero. Acredito que teria de reprojetar completamente seu carro, considerando essa grande vantagem”.

“Obviamente, Paddy conhece esse tipo de coisa um milhão de vezes melhor do que eu, mas acho que abriria uma nova avenida de desenvolvimento e oportunidade. Os carros poderiam andar mais perto uns dos outros porque teriam mais pressão aerodinâmica do assoalho do que das superfícies superiores. Porém, imagino que seria incrivelmente caro”.

Entende-se que parte da proposta envolve a introdução da tecnologia controlada por um padrão da FIA, o que limitaria o desenvolvimento, mas Lowe sugeriu que seria melhor permitir que as equipes desenvolvessem seus próprios sistemas.

“Acho que um sistema padronizado seria uma péssima ideia”, acrescentou ele. “Todo o ponto deveria ser desenvolver a tecnologia e impulsioná-la para frente”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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