Sem patrocínio, brasileiro pode interromper carreira no automobilismo europeu

domingo, 7 de fevereiro de 2016 às 15:30
João Vieira

João Vieira

O piloto tocantinense João Vieira, 18, já completou o planejamento para o terceiro ano consecutivo no automobilismo europeu. A temporada 2016 prevê agenda cheia, com 14 eventos e 37 corridas, em 10 países. Mas tudo isso corre o risco de não sair do papel se ele não fechar com os patrocinadores com os quais negocia até o início de fevereiro. Depois de competir em 2014 e 2015 no Campeonato Italiano de Fórmula 4, o campeão brasileiro de kart avançará dos motores 1.4 para os 2.0 da Fórmula Renault, disputando paralelamente o Eurocup Formula Renault 2.0 e o Renault Northern European Cup.

Para que tudo isso pudesse ser organizado de maneira meticulosa – e também visando economia de recursos -, João Vieira passou o Natal e Ano Novo na Itália, onde reside desde 2014, longe da família residente em Palmas, capital do estado de Tocantins. A ceia de Natal e a passagem de ano ele passou na casa de seu manager, o mundialmente conhecido Gian Carlo Minardi, que fundou uma das mais tradicionais equipes de Fórmula 1. Nos outros momentos, porém, o trio (formado também pelo filho de Gian Carlo, Giovanni, que é o executivo da carreira do piloto) se debruçou sobre as alternativas e se esforçou para fechar um planejamento que proporcionasse o melhor custo-benefício: maior desenvolvimento do piloto pelo menor orçamento possível.

Mas se no automobilismo  o chamado “menor orçamento” na prática nunca é realmente pequeno, visto as peculiaridades do esporte e da necessidade de viver em outro continente, some-se a isso o atual momento econômico. A consequência é que tudo mais difícil, principalmente em termos de equipe. A escolhida foi a JD Motorsport, equipe italiana na qual João Vieira fez testes no ano passado, mas ainda não houve assinatura de contrato em razão da falta de recursos.

No papel, está tudo pronto e ficou muito legal o planejamento. A Fórmula Renault aqui na Europa é bem competitiva e faz parte de um evento grande d Renault. Se tudo der certo, vou conhecer muitas pistas fora da Itália e gostei muito do pessoal da JD, mas se a gente não conseguir patrocínio até o início de fevereiro, nada disso vai acontecer’, disse João Vieira, que tem definido inclusive o programa de testes na Alemanha e Holanda.

Na prática, João Vieira precisará nesta temporada de algo em torno de R$ 1,5 milhão. Em conjunto com os Minardi, na Itália, o grupo de apoio do piloto no Brasil tem trabalhado sem parar e é formado pelo empresário e dirigente Antonio Vieira, pai de João, e pelo membro da FIA Giovanni Guerra, que também é presidente da Federação de Automobilismo do Estado do Maranhão. “Eu estou disposto a fazer qualquer sacrifício pessoal para o João continuar correndo, mas é impossível bancar tudo sozinho. É por isso que se não tiver apoio, não sei o que vou fazer”, lamentou Antonio Vieira, cuja fé o mantém otimista. “Tenho fé em Deus que a carreira do João vai continuar”.

EB - www.autoracing.com.br

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