Sebastian Vettel, o farsante

domingo, 30 de novembro de 2014 às 7:00
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Vettel e Ricciardo no Bahrain

Colaboração: João Paulo Brandão

Comecei a acompanhar Fórmula 1 em 1978 graças a meu tio, já que meu pai só ligava para futebol. Meu primeiro campeão foi Mario Andretti, piloto que guardo muitas recordações boas tanto da Fórmula 1 quanto da Indy Car. Logo veio o Nelson Piquet que me deixou fanático e em seguida meu maior ídolo, Ayrton Senna.

Fui para o Rio de Janeiro com meu tio em 1986 para ver minha primeira corrida de Fórmula 1 ao vivo. De lá para cá fui mais 14 vezes no GP do Brasil, quatro em Jacarepaguá e dez em Interlagos. Tive a chance de ir a Indy 500 três vezes e a sorte de ver Emerson Fittipaldi vencer duas delas. Indianapolis é a meca do automobilismo. Qualquer um que seja amante de esporte a motor devia fazer um esforço e guardar algum dinheiro para ir pelo menos uma vez a Indianapolis.

Nesse tempo todo não me lembro de ter perdido uma corrida de Fórmula 1 pela TV. Foram muitos domingos felizes e o dia mais triste de todos foi o 1 de maio de 1994. Quase desisti da Fórmula 1 naquele dia, mas o vírus ainda estava impregnado. Vi todos os campeões e vibrei com cada um deles.

Até chegar Sebastian Vettel.

Minhas suspeitas que Vettel não era tão bom começaram em 2010, ano que ele passou quase a temporada toda atrás do fraco e aposentado Mark Webber, que mesmo em seus melhores dias, nunca foi um piloto de ponta. Webber era um bom piloto como quase todos que correm na Fórmula 1, só isso.

Vettel ganhou no final, mas isso não me incomodou. Ele era melhor que Webber e Alonso não tinha carro para competir com chances reais, então achei que deu a lógica. Aí ele ganhou fácil em 2011 e quase conseguiu perder de novo para o Alonso em 2012, tudo isso com um carro muito melhor. Tão melhor como a Mercedes foi em 2014. Em 2013 ele massacrou, mas fiquei em dúvida se o massacre não foi devido a extrema incompetência da concorrência.

Nesse meio tempo tive muitas discussões calorosas com meu primo, que é fanático também. Ele sempre achou Vettel a última cereja do bolo, enquanto eu dizia que assim que ele tivesse um companheiro de equipe forte a máscara ia cair.

Não deu outra.

2014 chegou, Webber finalmente largou o osso e a Red Bull trouxe o outro australiano Daniel Ricciardo. Apostei com meu primo que se Ricciardo estivesse na frente na tabela até o GP do Brasil, ele pagaria a nossa viagem e entradas para a corrida. Se Vettel estivesse na frente eu pagaria.

Nos testes antes da temporada o carro não andava e eu já fiquei preocupado pelo Ricciardo, novo na equipe e sem experiência suficiente para ajudar no desenvolvimento. Tínhamos acabado de fazer nossa aposta e pensei que eu fosse perder.

Grande engano.

Daniel Ricciardo colocou Sebastian Vettel em seu devido lugar logo na primeira corrida na Austrália. Meu primo disse “foi sorte de principiante”.

Ledo engano.

Foi uma das melhores viagens que já fiz para ver o GP do Brasil na minha vida.

Dá-lhe Ricciardo.

João Paulo Brandão
Belo Horizonte – MG

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