Rosset vê Senna e Di Grassi em encruzilhada inevitável

sábado, 6 de novembro de 2010 às 15:11

f1 ricardo rosset interlagos gp brasil di grassi senaRicardo Rosset conhece bem a situação vivida por Bruno Senna, da Hispania, e Lucas di Grassi, da Virgin, na Fórmula 1. O líder do campeonato do Porsche GT3 Cup 997 passou apenas por equipes pequenas na categoria mais famosa do automobilismo e encerrou sua trajetória por lá sem ter marcado pontos. Segundo ele, os dois estreantes brasileiros não têm muita escolha, porque a F-1 atual não oferece muitas alternativas.

Rosset, aos 42 anos, aconselha os novatos a saírem das nanicas o quanto antes. “O problema é que, se você passar muito tempo em equipes pequenas, você estará fadado a ficar nelas para sempre”, disse o mais rápido da sexta-feira do Porsche GT3 Cup 997.

O paulista, porém, lembra que as equipes médias, que seriam o próximo passo natural de Bruno e Lucas, pedem muito dinheiro aos pilotos em troca de uma vaga. Ele citou o exemplo do venezuelano Pastor Maldonado, que, por ter suporte financeiro de milhões de dólares, pode assumir um cockpit da Williams em 2011, segundo especulações recentes. “Sobre as pequenas, nem o Bernie Ecclestone as quer”, ressaltou.

“O ideal é você conseguir uma vaga em uma equipe grande, mas hoje em dia isso está muito difícil”, continua Rosset, ex-piloto da Arrows Footwork (1996), Lola (uma corrida em 1997) e Tyrrell (1998). Segundo ele, se ainda houvesse testes regularmente na Fórmula 1 durante a temporada, compensaria mais ser terceiro piloto da Ferrari, por exemplo, do que titular da Hispania.

Mas, já que Bruno Senna e Lucas di Grassi precisam enfrentar esse desafio de correr por times pequenos, eles precisam encará-lo da forma mais construtiva possível. “É como um cursinho pré-vestibular”, declarou. “O cara participa da Fórmula 1, conhece as pistas, aprende a lidar com o pessoal da categoria. É um estudo. O importante é estar lá, porque algumas pessoas nem isso conseguem.”

Apesar de tudo isso, o fim de semana em Interlagos, de acordo com Rosset, é diferente e especial mesmo para os competidores dos menores times. “É muito legal, porque a carreira de um piloto brasileiro quando vai para fora é totalmente solitária. Quando você vem ao Brasil, reencontra família, amigos, você curte com o pessoal que você conhece.”

“É uma motivação a mais para você tentar fazer uma mágica. Em 1996, por exemplo, com uma condição extrema de chuva, tive chance de andar perto da Ferrari do Eddie Irvine. Já é uma coisa que lhe dá um prazer diferente.”

Rosset diz estar contente com o Porsche GT3 Cup 997, que neste fim de semana faz preliminar do GP Brasil. “É uma categoria muito divertida. Os carros são todos iguais”, comentou o líder do campeonato.

FH – www.autoracing.com.br


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