Renault é a melhor alternativa para Felipe Nasr

quinta-feira, 8 de setembro de 2016 às 18:46
Felipe Nasr

Felipe Nasr

Dentre as várias opções de equipes que ainda não confirmaram suas duplas de pilotos para 2017, sem dúvida nenhuma a Renault é disparada a melhor delas.

A Renault é a única equipe de fábrica que ainda tem vaga. Mercedes, Ferrari, McLaren e Red Bull estão fechadas com seus pilotos. McLaren e Red Bull são equipes de fábrica? Lógico que sim, pois ambas tem todos os privilégios que uma equipe de fábrica tem, inclusive muito dinheiro.

E dinheiro é o que move o automobilismo, particularmente a F1, onde gasta-se centenas de milhões de dólares a cada temporada.

Williams e Force India são boas equipes, mas estão sempre na corda bamba por falta de dinheiro. Frank Williams – que eu admiro muito – é um conhecido pão-duro que, devido às circunstâncias deste início de século, se preocupa muito mais em garantir que sua equipe tenha algum lucro para continuar participando da F1, do que em vencer corridas e títulos.

Na atual conjuntura não há a menor possibilidade da Williams vencer um título em curto prazo. Se eles conseguissem fazer uma parceria nos moldes da McLaren ou da Red Buill com alguma nova montadora que quisesse entrar na F1, um título só seria viável de três a quatro anos depois.

A Force India se enquadra na mesma situação com uma desvantagem importante; tem menos estrutura. Então, com dinheiro contado, precisando que pelo menos um dos pilotos traga patrocínio e pouca estrutura, o máximo que a Force India pode conseguir é brigar com a Williams por P5 no campeonato de construtores, o que significa P9 e P10 para seus pilotos na maioria das corridas.

Hoje elas brigam pelo P4 nos construtores apenas e tão somente porque a McLaren está em fase de desenvolvimento com a Honda, mas a partir da próxima temporada, a McLaren avança e P5 nos construtores será o máximo que Williams e Force India poderão almejar de forma realista. Isso se conseguirem andar melhor que a Toro Rosso, que hoje só anda atrás delas devido ao jurássico motor Ferrari do ano passado. Pódio será muito difícil e vitória só por milagre…

Mas e continuar na Sauber – atualmente a quarta equipe mais antiga do grid -, não seria uma boa para Nasr? É uma incógnita, mas provavelmente não, a menos que ele não consiga opção melhor.

A Sauber foi comprada – e salva da falência – por uma empresa de investimentos chamada Longbow Finance, cuja sede é na Suíça e seu presidente, Raymond J. Baer, tem ligações diretas com inúmeras outras empresas na Europa. E isso é tudo o que se sabe sobre os novos donos,

Empresas de investimento não costumam comprar outras empresas para ficar com elas. Eles as compram por preços baixos, dão uma revitalizada ou as fatiam e depois as vendem por valores muito maiores. Como fazer isso com uma equipe de F1 é um grande desafio… E não há informação de como a Longbow Finance pretende melhorar a Sauber. Quanto vão investir no carro? Qual é o orçamento para 2017? Quais engenheiros de ponta vão contratar? Os pilotos terão que continuar trazendo patrocínio?

Se tivéssemos essas infos seria muito mais fácil avaliar a continuidade na Sauber, mas sem isso tudo gira em torno de meras especulações.

Por outro lado temos a Renault, que é uma montadora com longa e vitoriosa história na F1 pronta para investir o necessário para disputar o título. Seu presidente, o brasileiro Carlos Ghosn, já declarou que a equipe terá tudo o que precisa para disputar o título em cinco anos, embora as novas regras para 2017 também proporcionem uma oportunidade para adiantar esse objetivo..

Não dá para duvidar disso. Montadoras não entram na F1 para fazer número ou ter lucro operacional na categoria. Elas querem e precisam de títulos para fazerem marketing e justificarem o alto investimento que a Formula 1 demanda. E ficar anos e anos apanhando na F1 de outras montadoras é um péssimo marketing.

Além de ser um ótimo piloto, inteligente, jovem e arrojado, Nasr tem a vantagem – para a Renault – de ser o único brasileiro na F1 em 2017 e ainda ter prestígio entre a torcida. Mas por que digo que isso é uma vantagem para a Renault? Ora, de acordo com o jornal Valor Econômico, o Brasil é seu segundo maior mercado no mundo, atrás apenas da França, país-sede da montadora.

Um abraço e até a próxima!

Adauto Silva

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