Recorde a última vitória de Ayrton Senna em Interlagos [ 28/03/2003 ]

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 às 19:59

28 de março de 1993. Esta é uma data inesquecível para todos os fãs de Ayrton Senna da Silva. Neste dia, o piloto conquistou sua segunda e última vitória no Brasil que certamente foi um dos mais marcantes triunfos de sua carreira. O seu site AUTORACING traz hoje, exatos dez anos depois, uma retrospectiva daquele GP.

O ano de 1993 não havia começado do jeito que Ayrton Senna queria, pois tinha perdido a primeira prova da temporada, disputada na África do Sul para o seu maior rival nas pistas, o francês Alain Prost e havia uma incerteza quanto a sua participação no Brasil. Ayrton estava acertando contratos por corrida naquele ano, mas correr em Interlagos era uma questão de honra, já que ele não abria mão de atuar frente a sua torcida.

Nos treinos, a McLaren com motor Ford Cosworth, especificação HB, só lhe permitiu conquistar o terceiro lugar, o que era um milagre se considerarmos que na primeira fila estavam as duas Williams de Alain Prost e Damon Hill. Ao lado de Senna largava o jovem Michael Schumacher (Benetton). Formando a terceira fila estavam o norte-americano Michael Andretti (McLaren) e o italiano Riccardo Patrese (Benetton). Rubens Barrichello, na Jordan, largou em décimo quarto e Christian Fittipaldi, que na época defendia a Minardi, saiu em vigésimo.

Ayrton estava um tanto quanto desanimado após os treinos, pois sabia que contra as Williams ele pouco poderia fazer, mas como bom conhecedor de Interlagos, Senna sabia que a chuva eventualmente poderia dar o ar de sua graça. Mal ele imaginava que uma tormenta poderia decidir o GP do Brasil de 1993 a seu favor.

GP do Brasil 1993

Luz verde, largaram! Logo na chegada do “S” do Senna, um acidente assustou a todos que estavam na arquibancada. Gerhard Berger (Ferrari) e Michael Andretti bateram e os destroços voaram em plena reta. Felizmente nenhum dos dois pilotos se feriu, mas foi um susto e tanto. Senna assumiu a segunda colocação.

Prost, que mantinha a ponta, estava muito rápido e Ayrton recebia a pressão do inglês Damon Hill, que era o terceiro até então e Schumacher era o quarto, até que na volta 11, o piloto da McLaren recebeu um “stop and go” por ultrapassar sob bandeira amarela. A prova parecia perdida para o três vezes campeão mundial.

A chuva começava a se formar sobre a região do autódromo de Interlagos e o destino da corrida começou a se definir quando os dois pilotos japoneses que estavam na disputa, Aguri Suzuki (Footwork) e Ukyo Katayama (Tyrrell) perderam o controle de seus carros em plena reta dos boxes e provocaram a entrada do “Safety car”. Com o começo da chuva torrencial, Schumacher conseguiu entrar no pit, mas perdeu um tempo considerável no box. Prost não ouviu a equipe chamá-lo para trocar os pneus e rodou no “S” do Senna batendo na Minardi de Christian Fittipaldi acabando com a corrida do francês na volta 29. Mais uma vez a chuva acabava com a alegria do piloto que nunca foi muito fã em competir nestas condições.

Damon Hill assumia a liderança e na relargada, Jean Alesi (Ferrari) ultrapassou vários competidores antes da linha de chegada, sendo também punido com um “stop and go”. A pista ia secando e Johnny Herbert (Lotus) ganhou várias posições. A diferença de Hill para Senna estava sendo sensivelmente reduzida e na volta 41, o autódromo paulistano vibrou como se fosse um gol da seleção brasileira em uma Copa do mundo. Ayrton fintou o inglês antes da curva do Laranjinha e assumiu a liderança da competição para não mais perdê-la.

No final da corrida, Senna começou a se preocupar com a pressão de óleo do motor Cosworth, mas a sorte estava ao lado do brasileiro. A luz indicativa acendeu-se 50 metros após a bandeirada de chegada. Senna havia vencido pela segunda vez no Brasil e a alegria tomava conta de Interlagos. O piloto ainda tentou fazer a volta de comemoração com uma bandeira brasileira nas mãos, mas a festa da torcida foi maior e Senna literalmente caiu nos braços do povo. Os torcedores que estavam na reta oposta fizeram uma farra imensa junto com Ayrton.

Após esta festa popular, o “Safety car” resgatou o piloto e Senna subiu ao pódio, recebendo o troféu de ninguém menos que Juan Manuel Fangio, primeiro piloto na história da Fórmula 1 a conquistar cinco títulos mundiais. Completaram o pódio Damon Hill e Michael Schumacher.

Senna deixava Interlagos na liderança do campeonato e seguia rumo à Donington Park, onde nova negociação com a McLaren o esperava…

Confira a classificação final do GP Brasil de 1993.

Pos Nº Piloto Carro Voltas Tempo
1 8 A. Senna McLaren 71 1h51min15s485
2 0 D. Hill Williams 71 a 16s625
3 5 M. Schumacher Benetton 71 a 45s436
4 12 J. Herbert Lotus 71 a 46s557
5 26 M. Blundell Ligier 71 a 52s127
6 11 A. Zanardi Lotus 70 a 1 volta
7 19 P. Alliot Larrousse 70 a 1 volta
8 27 J. Alesi Ferrari 70 a 1 volta
9 9 D. Warwick Footwork 69 a 2 voltas
10 20 E. Comas Larrousse 69 a 2 voltas
11 21 M. Alboreto Lola 68 a 3 voltas
12 22 L. Badoer Lola 68 a 3 voltas
AB 29 K. Wendlinger Sauber 61 Motor
AB 30 J J Lehto Sauber 52 Elétrico
AB 4 A. de Cesaris Tyrrell 48 Alimentação
AB 2 A. Prost Williams 29 Colisão
AB 23 C.Fittipaldi Minardi 28 Colisão
AB 10 A. Suzuki Footwork 27 Rodada
AB 3 U. Katayama Tyrrell 26 Rodada
AB 14 R.Barrichello Jordan 13 Câmbio
AB 6 R. Patrese Benetton 03 Suspensão
AB 7 M. Andretti McLaren 00 Colisão
AB 28 G. Berger Ferrari 00 Colisão
AB 25 M. Brundle Ligier 00 Colisão
AB 24 F.Barbazza Minardi 00 Colisão

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