Rally Dakar – Prominas Racing despede-se da competição

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013 às 14:22
Bruno Sperancini e Thiago Vargas

Bruno Sperancini e Thiago Vargas

Quando uma máquina quebra é possível consertá-la, mas com o corpo humano não se pode arriscar. Na largada do sexto dia de Rally Dakar, Bruno Sperancini passou mal e procurou o departamento médico da ASO – organizadora do evento -, onde de pronto foi constada a desidratação do piloto.

Sem titubear, o médico vetou a participação da dupla nesta fase do rali, o que consequentemente, de acordo com o regulamento de prova, desclassificaria a equipe da competição. “Estou aborrecido demais, mas se eles não tivessem tomado essa decisão, o pior poderia ter acontecido. Acima de tudo, foi preservada a minha segurança física, a minha integridade”, reconheceu Sperancini. A 6ª etapa foi realizada entre as cidades de Arica, CH, e Calama, ARG, e teve 767 quilômetros, com 454 de trecho cronometrado adentrando o Deserto do Atacama. O percurso foi longo e repleto de obstáculos de alto nível técnico, fazendo desta especial uma das mais difíceis até o momento.

O calor tem judiado bastante dos participantes, com temperaturas extremamente altas, facilmente comparadas ao Deserto do Saara, na África. “Na etapa anterior, a transmissão do nosso veículo quebrou. Foram 17 horas para concluir essa fase, desempenhando um grande esforço físico… Quando na largada desta quinta-feira, comecei a sentir fortes dores de cabeça e ânsia de vômito. Não deu para seguir”, lamentou o piloto, que competia ao lado do navegador Thiago Vargas. Após passar o dia tomando soro e receber os devidos medicamentos, Sperancini está recuperado e passa bem.

Até a 5ª etapa, a dupla da Prominas Racing deu provas de sua capacidade, tendo no quarto dia de rali conquistado o segundo lugar da categoria T3 (UTVs), ocupando o 4º lugar na classificação acumulada. Para dois estreantes no Rally Dakar, um resultado inquestionável. “Foi tudo novo para nós… A cada dia nos ambientávamos mais com o certame, recebendo lições que marcaram a nossas vidas como competidores e também como pessoas. Sabíamos que tínhamos condições de melhorar… Lutar pelo título seria pretensão demais, mas terminar entre os primeiros colocados era um sonho possível”, avaliou Vargas.

Sim, abandonar um Rally Dakar é muito triste… Mas o mais importante é que os competidores estão bem. Trata-se de uma disputa muito dura para todos: pilotos, navegadores, veículos, equipe de apoio, onde os esforços mecânicos, físicos e psicológicos são levados ao extremo. “A Prominas Racing ganhou uma experiência que poucas pessoas possuem e, certamente, o que viverão daqui para frente, será visto como algo mais fácil e possível de ser superado. Não é chorar pelo abandono, e sim vangloriar o que conseguiram fazer. Lembrar de tudo o que passaram e se sentirem felizes pelo que fizeram… E não tristes pelo que ainda seria feito”, disse o navegador Lourival Roldan, que também participa do Rally Dakar e solidarizou-se a dupla.

EB - www.autoracing.com.br

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