Pode mudar tudo na F1

segunda-feira, 27 de outubro de 2014 às 13:45
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Ecclestone com Wolff, Horner e Lauda

Por: Adauto Silva

A notícia de que Caterham e Marussia não participarão do GP dos EUA e provavelmente do GP do Brasil pode mudar tudo na Formula 1.

Em 2015 poderemos ter uma F1 onde as principais equipes alinhem no grid com três carros cada uma. No acordo das equipes com a FOM de Bernie Ecclestone, existe uma clausula que obriga a categoria ter pelo menos 20 carros no grid. Sem Caterham e Marussia serão apenas 18 carros. E ainda tem a Sauber, que após o retumbante fracasso deste ano e os parcos patrocínios, ninguém sabe se volta ano que vem.

Logo após o GP da Itália em setembro, o ex- chairman da Williams, Adam Parr escreveu em seu twitter: “Este é o último ano da F1 como a conhecemos. Em 2015 oito equipes disputarão o campeonato, muitas delas com três carros.”

Parecia uma profecia, mas a verdade é que lá dentro as pessoas já sabem das enormes dificuldades financeiras das equipes pequenas (e médias) para se manterem no grid. A distribuição dos lucros na F1 é ingrata e muito mal feita, pois privilegia o detentor dos direitos comerciais em detrimento das equipes.

Bernie Ecclestone fica com praticamente metade dos lucros. O resto é distribuído entre a FIA e as equipes. Mesmo a parte das equipes tem uma distribuição muito mal feita, pois quem não marcar pontos fica de fora, ganha umas migalhas que mal cobre o custo que uma equipe tem para duas corridas de toda uma temporada. E como só os dez primeiros marcam pontos, o resto fica a ver navios.

Para você ter uma ideia de como a distribuição da grana funciona, a Ferrari recebe um bônus apenas por sua “contribuição histórica” ao esporte, não importando quantos pontos faça ou qual seja sua colocação final no campeonato. E não é pouca coisa não, o tal bônus chega a cerca de USD 30 milhões.

Mas Ecclestone não quer mudar nada disso. E não quer mudar por duas razões. Primeiro porque ele acha que merece ficar com pelo menos a metade de tudo, já que é ele quem negocia todo e qualquer dinheiro que entra na categoria, incluindo o que cada pista paga para ter um GP de Formula 1 e o que cada emissora de TV ao redor do mundo paga para transmitir corridas e/ou treinos.

Segundo que Ecclestone prefere ter menos equipes, mas mais fortes com três carros cada do que o modelo de sempre, onde algumas equipes são bem fracas e têm poucas ou nenhuma chance de competir.

Eu não tennho certeza se isso é bom ou ruim para a F1. Num primeiro momento parece ser melhor ver três Ferraris, McLarens, Mercedes e Red Bulls do que duas de cada com outras equipes sem qualquer chance de competir.

O problema é que as equipes grandes não querem três carros, não nesse modelo atual de distribuição dos lucros. Do jeito que está elas teriam os gastos do terceiro carro sem aumento no faturamento.

Então muitas perguntas ficam no ar. As equipes conseguiriam aumentar sua parte do bolo para cobrir os custos do terceiro carro? Os três carros marcarão pontos no campeonato de construtores ou apenas dois? Só podem ser dois, senão todas as equipes seriam obrigadas a ter três carros. Como ficam os ordens de equipe? O terceiro carro poderia ter patrocinadores e cores diferentes?

E o Alonso? Será que ele já sabe há algum tempo que as principais equipes terão três carros em 2015 e por isso não tem pressa alguma em definir seu futuro?

As respostas começarão a chegar nos próximos dias…

Adauto Silva

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