Pagenaud: Carro de F1 chega a ser “bom demais”

domingo, 25 de agosto de 2019 às 20:20

Simon Pagenaud

O campeão da Indy 500 deste ano, Simon Pagenaud, diz que ficou fascinado pela tecnologia na Formula 1 – mas disse que os carros talvez sejam “bons demais” como resultado.

“A F1 é muito interessante de assistir porque a tecnologia é fascinante”, disse Pagenaud à revista Racer, depois de assistir ao GP da Hungria no início do mês, onde ele agitou a bandeira quadriculada no final.

“A aerodinâmica do carro é absolutamente impressionante. Bela. Eu amo aqueles pequenos apêndices aqui e ali.”

“Adoro ver o fluxo do ar”, continuou ele. “Como a Red Bull trabalhou nos sidepods e quase os esculpiu para levar o fluxo de ar aos radiadores é simplesmente fenomenal.”

“Os carros são rápidos, aderentes”, acrescentou. “Quase bons demais – fazendo parecer que estão em trilhos!”

A tecnologia no automobilismo é frequentemente criticada por esconder a “dimensão humana” do esporte, mas Pagenaud disse que a determinação de Lewis Hamilton em tirar a vitória de Max Verstappen na Hungria provou que não é esse o caso.

“Quando Hamilton fez isso na Hungria, foi possível ver a linguagem corporal do carro mudar”, insistiu. “Parece que os pilotos estão se divertindo dirigindo esses carros.”

“Adoro ver isso. Tivemos uma grande corrida por lá (Hungria).”

E Pagenaud disse que é fã de Hungaroring, muitas vezes criticado por ser muito apertado, sinuoso e empoeirado para permitir corridas “adequadas” na pista entre os pilotos.

“Acho que a pista realmente ajuda nas corridas por causa da sequência das curvas 1 e 2”, sugeriu. “Você pode correr lado a lado e, na curva 3, terá que decidir quem vai ceder.”

“Muitas pistas precisam de uma combinação que ajude a correr lado a lado, roda a roda, e você também precisa da aderência do lado de fora para fazer isso funcionar”.

Apesar de iniciar sua carreira profissional de piloto na equipe ART Formula Renault de Frederic Vasseur em 2003, Pagenaud nunca teve a oportunidade de chegar na F1.

“A IndyCar tem muito a ver com o show e garante que os fãs gostem de assistir”, ponderou quando perguntado sobre as diferenças entre os dois campeonatos.

“Os pilotos e a IndyCar trabalham muito próximos para tentar encontrar a melhor fórmula para as corridas, para fazer um bom show.”

“É disso que a IndyCar se trata; é sobre ter som alto, pura corrida e não sobre contato, mas sobre um carro esportivo. Não se trata tanto de tecnologia.”

“A F1 é extremamente sofisticada. É um mercado muito diferente, não é o mesmo esporte. É como comparar críquete e futebol”, comentou. “Fiquei impressionado com a beleza da F1 no paddock e com a organização.”

“Obviamente, a F1 se comparada à IndyCar – há muito mais discrepância entre os carros porque os fabricantes fabricam seus próprios carros”, acrescentou. “É muito diferente, mas acho que as duas têm suas vantagens.”

“O interessante é que, quando eles colocaram o Mercedes de Lewis no grid, eu me virei e pensei que era meu IndyCar! Parece o mesmo, parado soa o mesmo.”

“É assim que o esporte está indo – sejam as corridas de carros esportivos, seja a IndyCar, seja a Fórmula 1”, acrescentou. “É a evolução da tecnologia.”

“Motores e turbos menores sempre produzem menos ruído do que um V12 sem turbos. É assim que os fabricantes estão hoje em dia, para economizar combustível e ser mais eficientes”.

Uma coisa que une a F1 e a IndyCar é o debate contínuo sobre aerodinâmica e como melhorar a competição na pista.

“Não é apenas a aerodinâmica, na minha opinião, que faz boas corridas”, insistiu Pagenaud, que sentiu que os regulamentos da IndyCar deste ano finalmente conseguiram encontrar o equilíbrio certo.

“É interessante que você diga que a F1 está olhando para a aerodinâmica que proporciona melhores corridas”, disse ele. “Lembro-me dos anos em que a asa dianteira era grande e a asa traseira pequena, e haviam corridas horríveis também.”

“Acho que a fórmula [na IndyCar] é realmente perfeita no momento”, disse ele. “É a melhor fórmula que a IndyCar já encontrou.”

“Então, sinceramente, não sei o que é certo ou não para a F1, mas achei a Hungria uma corrida fantástica”.

AS - www.autoracing.com.br

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