Mudanças na Indy para 2016

sexta-feira, 11 de março de 2016 às 19:21
Juan Pablo Montoya - Penske

Juan Pablo Montoya – Penske

Colaboração: Ricardo Arcuri

No final do ano, recebi um release da Indycar falando de mudanças nas regras para a temporada deste ano. Escrevo esta coluna pensando em apresentar e explicar o impacto delas nas corridas.

Oval de Phoenix

Para a volta do oval de Phoenix ao calendário da Indy, será usado o kit de circuitos mistos e ovais curtos. Nada diferente do esperado e os testes comprovaram a escolha ser a mais correta.

Ovais Rápidos

Pocono e Indianapolis terão kits com proteções de rodas traseiras como as usadas no GP de Texas ano passado, assim como uma chapa em forma de cúpula no assoalho do carro e flaps na asa traseira. Para o Texas, serão adicionados os dois últimos itens.

A proteção da roda traseira é uma resposta da categoria a tendência de voo quando andando em ré, ocorrida nos treinos da Indy 500 e que será mantida. Os dois itens adicionais foram testes feitos ainda no ano passado, pensando também em diminuir ao máximo a chance do carro levantar voo e os resultados foram bem satisfatórios. Serão implantados nos kits de ovais rápidos a partir desse ano.

Mudanças de Downforce

Texas terá um pequeno aumento de downforce, enquanto Iowa terá uma pequena diminuição.

A principio, não vejo muita mudanças no comportamento dos carros por estas mudanças. Embora não tenham anunciado números, acredito que tais mudanças sejam apenas para “acerto fino”, o que deve mudar minimamente o comportamento dos carros.

Classificação da Indy 500

Este ano, o Bump Day será apenas no primeiro dia, ou seja, os 33 carros que irão largar no dia 29 de maio serão definidos logo no primeiro dia de qualificação, deixando o segundo dia apenas para definição das posições do grid.

É uma ideia a ser testada, visto que o sistema de qualificação do evento é bastante obsoleto e retorno de audiência não anda dos melhores. É uma maneira de fazer a atração com a costumeira tradição, de uma maneira que parece ser mais barata. A conferir.

Pontuação

As etapas de Indy 500 e Sonoma (novamente o final da temporada) terão pontuação dobrada. A qualificação da Indy 500 também terá uma pontuação própria, com o P1 ganhando 42 pontos, P2 com 40 ate o P33 ganhando um ponto.

Sobre a pontuação na qualificação, é uma maneira de criar importância na qualificação de uma prova de 3 horas, que parece ser interessante. Sobre o primeiro item, acho interessante dobrar os pontos em provas de 500 milhas, fazendo valer a sempre atrativa ideia da USAC dos anos 80. Porem, não consigo conceber, aceitar, ver Sonoma com pontos duplicados, apenas por ser a ultima prova. Além de ser uma prova que não permite grandes recuperações, pontuar duplamente apenas por ser a ultima prova já provou ser uma formula errada. Ano passado funcionou com muitas ressalvas, mas se algo der errado agora, as consequências prometem ser catastróficas para a imagem da categoria.

Outras Modificações

• O teste de orientação de estreantes na Indy 500 terá um acréscimo de 5 mph na velocidade de teste. Basicamente, o teste acontece em 3 fases, com o piloto sendo forçado a pilotar em determinada media horaria, para mostrar controle do carro. Na ultima fase, exige que ande dando tudo que pode, para mostrar que pode ser competitivo. As fases são: 10 voltas a 210-215 mph, depois 15 voltas a 215-220 mph e 15 voltas ao mínimo de 220 mph.

• A pressão do turbo no Push To Pass vai aumentar de 160 kPa para 165 kPa, trazendo mais 20 HP aos bólidos. A ideia parece interessante, aumentando um pouquinho mais a diferença de potencia nas situações de ultrapassagem, porem sem que a torne gritante, como vemos na F1 ao abrir o DRS.

• O peso mínimo do carro vai aumentar para acomodar o novo sistema de segurança, anunciado pela categoria no dia 24 de novembro. Os pesos mínimos serão de 1.610 libras (730 kg) nos mistos e ovais curtos e 1.580 libras (717 kg) nos ovais rápidos. A mudança é pequena, deve tirar 1 decimo de segundo do carro e não deve mudar em nada os estilos de pilotagem para cada um.

• A velocidade de pits será universalizada para 50 mph (80 km/h). Ate o ano passado, os ovais rápidos tinham limites de 60 mph (96 km/h). Isso não deve mudar coisa alguma em táticas de corrida, é puramente em nome da segurança.

• Um esclarecimento nas regras exige que os kits da Honda usem uma linha de centralização, artifícios que os kits da Chevrolet e o original Dallara não precisam. Para quem lembra da Indy antes de 2012, estamos falando daquela linha que foi colocada no IR-07 para diminuir a vibração por turbulência que existia naqueles carros em velocidades muito altas.

A categoria estreia a temporada de 2016 neste domingo, repleta de duvidas e expectativas. Os olhos estão virados para os kits aerodinâmicos, mas especialmente os da Honda, que tem de mostrar serviço se quiserem manter o bom nome na categoria. Teremos bastante assunto para falar ate as 500 Milhas, inclusive a estreia de Phoenix. Vale a pena conferir, porque promete.

Ricardo Arcuri
São Paulo – SP

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