Motores da F1 em 2016. Bernie, o salvador?

quarta-feira, 7 de outubro de 2015 às 16:55
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Sergio Marchionne e Dieter Zetsche

Por: Adauto Silva

Já foi anunciado pela FIA que a regra original dos motores voltará a ser aplicada em 2016.

No regulamento original dos novos motores V6 turbo híbridos, regulamento esse que foi praticamente todo feito pelas três fabricantes que estavam na F1 à época, a saber Renault, Ferrari e Mercedes e que acabou recebendo a chancela da FIA, os motores seriam homologados algumas semanas antes da temporada começar e então congelados até a temporada seguinte.

Então, durante a temporada, as fabricantes ficariam desenvolvendo seus motores internamente, mas sem colocar nenhuma evolução nos carros durante a temporada. Mas o desenvolvimento não ficou totalmente livre. As fabricantes dividiram seus motores em 66 partes, cada uma denominada token. E ficou acertado (no regulamento) que 32 dessas partes (32 tokens) poderiam ser desenvolvidos em 2014 para serem atualizados – inseridos – antes do início da temporada 2015.

O objetivo disso eram dois; evitar uma guerra de custos e garantir que equipes de fábrica e clientes tivessem sempre o mesmo motor com as mesmíssimas especificações.

Em 2014 funcionou assim, mas quando chegamos em 2015, somente a Mercedes tinha um motor com os 32 tokens atualizados para ser homologado antes da temporada começar. A Ferrari ainda tinha mais de 10 tokens para desenvolver e a Renault não conseguiu desenvolver nenhum dos 32 tokens.

Em virtude disso, houve uma “choradeira” geral das equipes equipadas com motor Ferrari e com motor Renault. A FIA então alterou o regulamento – com a anuência da Mercedes, única que havia cumprido o regulamento original – para que os tokens pudessem ser desenvolvidos e inseridos nos carros durante toda a temporada de 2015.

Isso prejudicou muito as equipes clientes neste ano, que passaram a não ter mais a mesma especificação de motor das fabricantes, que preferiram colocar antes em seus carros e somente entregar para as clientes algumas corridas depois.

Agora a FIA resolveu voltar ao regulamento original e todas as fabricantes terão que homologar seus motores no dia 28 de fevereiro de 2016. Após essa data os motores ficarão congelados novamente até a temporada de 2017.

Isto quer dizer que as equipes clientes voltarão a ter sempre os mesmíssimos motores das equipes de fábrica.

E isso resolveria o problema da Toro Rosso e Red Bull. Será?

Vamos ver… O regulamento também prevê que cada fabricante só pode equipar quatro equipes, contando a equipe de fábrica.

A Mercedes já tem as quatro equipes; ela mesma, a Williams, Force India e Manor e todas elas vão correr com o motor novo versão 2016.

A Ferrari já tem ela mesma, a Sauber e a Haas e todas também vão correr com o motor novo versão 2016, ou seja, sobra mais uma equipe para a Ferrari fornecer.

A Honda só tem a McLaren.

E a Renault por enquanto não tem nada, a menos que de fato compre a Lotus e/ou resolva seus problemas com a Red Bull e a Toro Rosso, o que nessas alturas é possível, mas muito improvável, pois ambas as partes não querem continuar a parceria neste momento.

E como a Red Bull não quer o motor Honda e nem a Honda tem ainda capacidade de fornecer um motor minimamente competitivo, só sobra a Ferrari como fornecedor. Os italianos já disseram que aceitam fornecer para a Red Bull, mas aí aparecem dois problemas…

O primeiro é que a Ferrari só pode fornecer para mais uma equipe, não para duas. E Red Bull e Toro Rosso são duas equipes distintas, apesar de terem o mesmo dono.

O segundo problema é que a Ferrari aceitou fornecer para a Red Bull ou Toro Rosso, mas quer fornecer o motor deste ano, não o novo de 2016. E a Red Bull não aceita ter um motor “velho” de 2015 em 2016 quando todas as outras clientes da Ferrari terão o motor de 2016.

Bernie Ecclestone está trabalhando para que o presidente da Ferrari – Sergio Marchionne – aceite fornecer o motor de 2016 para a Red Bull. Se ele vai conseguir ninguém sabe.

Mas mesmo que ele consiga, a FIA terá que mudar o regulamento para permitir que uma fabricante forneça para cinco equipes, senão a Toro Rosso ficaria sem fornecedor para 2016.

Fontes consultadas por este escriba disseram que Bernie negocia ainda tanto com a Ferrari quanto com a Mercedes. Bernie tenta convencer Sergio Marchionne a fornecer seus motores de 2016 para a Red Bull, ao mesmo tempo que está falando com o presidente da Daimler, Dieter Zetsche para convencê-lo a fornecer para a Toro Rosso.

Se Ecclestone conseguir isso, ele acaba com inúmeros problemas graves que estão se apresentando para 2016 e fortalece ainda mais sua posição dentro da F1, inclusive em relação aos potenciais compradores da categoria.

Mas o tempo é curto. Saberemos o desfecho de tudo isso no máximo em mais duas ou três semanas!

Em que você aposta?

Adauto Silva

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