Moto GP – Colin Edwards fala sobre novo desafio para 2012

domingo, 29 de janeiro de 2012 às 11:30

Colin Edwards está atarefado com a preparação para a temporada 2012, na qual competirá com uma nova moto CRT da NGM Mobile Forward Racing. O texano falou ao motogp.com antes do primeiro teste da temporada, em Sepang (31 de Janeiro a 2 de Fevereiro), comentando a sua nova empreitada.

P: Como está a correndo a recuperação do ombro?
R: “Bem. Não está 100%, mas no outro dia acordei com o ombro direito doendo mais do que o esquerdo, que é o que não foi operado! É claro que feri os dois, o direito precisou de cirurgia e o esquerdo está um pouco solto, mas está correndo bem.”

P: Tendo por base as respostas que deu à equipe no primeiro teste em Jerez, que alteração espera ver na Suter-BMW no teste de Sepang?
R: “O mais importante é a eletrônica. A moto tem muito potencial, mas neste momento estamos tão limitados que só podemos andar com a moto a 65% por causa da eletrônica, que não tem nada a ver com aquilo a que estou acostumado e não se revela suficientemente consistente. Coisas como aceleração suave e controle de tração, é quase como reinventar a roda. Nunca trabalhei com sistemas Bosch ou Magneti Marelli antes, mas houve algumas pessoas tirando notas no teste de Jerez e, pelo que sei, responderam a todos os meus pedidos no que toca ao que precisamos para este próximo teste.”

P: Fez mais pedidos de alterações na moto?
R: “Sempre que fizemos uma pequena alteração na eletrônica a moto melhorou enquanto conjunto, mesmo sem mudarmos acertos de geometria. Sempre que se melhora a eletrônica melhora-se a moto. Nem sequer cheguei a estar em um ponto em que precisei dizer que o chassis precisa disto, o braço oscilante daquilo, porque nunca chegamos lá. Até poder andar com a moto a 100% vamos andar às voltas para alterar coisas. Primeiro temos que resolver a eletrônica, é o mais importante.”

P: Sepang é um circuito longo e exigente. O que seria uma diferença aceitável entre o que antes seria um bom tempo seu por volta e o melhor registro com a moto da Forward Racing neste teste?
R: “Bem, primeiro o regresso à Sepang vai ser muito emocional. Penso que é importante ir lá e voltar à pista depois do que aconteceu há uns meses (a morte de Marco Simoncelli). Desejo voltar à pista e começar a andar como é normal. Não estou preocupado com a diferença que possa existir; estou mais preocupado com a minha capacidade de andar bem com a moto. Vou guiar o mais rápido que conseguir e ver o que acontece. Se tivesse que dar um número, ficaria muito contente com 2s03, ou 2s02. Seremos capazes disso? Vou ter que esperar para ver.”

P: É o único piloto ao comando de uma Suter e o único com motor BMW no paddock; isto o ajuda, ou prejudica?
R: “Não me preocupa ser o único piloto desde que o trabalho seja feito. Não creio que seja difícil desenvolver uma moto, temos que nos concentrar no que tem que ser resolvido e tratar do problema. O principal é o tempo de resposta – somos capazes de resolver o problema em duas semanas, ou vamos levar três meses até que esteja solucionado? Com a BMW e a Suter creio que o tempo de resposta vai ser um pouco mais rápido do que com uma moto de fábrica, que requer mais passos ao longo de todo o processo. Espero ser capaz de melhorar rapidamente esta moto.”

P: Você disse, aquando do anúncio da sua passagem para a NGM Mobile Forward Racing, que acredita que as CRTs vão surpreender algumas pessoas em certas pistas. Continua pensando que será assim?
R: “Num mundo perfeito, se tivesse uma moto com 250cv que fizesse tudo o que eu queria, sim, acredito que as motos CRT poderão surpreender as pessoas em algumas pistas. A única questão é: serão estes 250cv totalmente utilizáveis? Até termos isso resolvido e podermos andar com a moto no limite é aí que vamos lutar. Quando chegarmos a esse ponto, então sim, acredito que as CRTs vão surpreender algumas pessoas em algumas pistas.”

P: Há rumores que dizem que se a diferença entre as CRTs e as motos de fábrica for muito grande há a possibilidade de penalizações, ou pelo menos novas restrições para as máquinas oficiais. O que pensa disto se vier a acontecer?
R: “É uma situação complicada. Em quase todos os países do mundo temos pistas onde vemos Mazdas correrem contra Ferraris. Como é que isso acontece? Restringe-se os mais rápidos, ou tornam-se os mais lentos mais leves. Creio que a Moto 2 abriu alguns olhos. Há um grupo de pilotos na frente em grande luta e cinco tipos que podem vencer uma corrida, o que torna tudo muito excitante. No que toca à Moto GP, penso que é injusto restringir as fábricas? Não sei a resposta. Precisamos de corridas melhores e mais disputadas. Como tornar isso possível é a questão.”

EB – www.autoracing.com.br

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