Mosley: Teto orçamentário ainda é a única esperança da Formula 1

segunda-feira, 18 de agosto de 2014 às 9:45

Fórmula 1

A tentativa de controlar os custos na Fórmula 1 só terá sucesso se a categoria aceitar a necessidade de um teto orçamentário, avalia Max Mosley, ex-presidente da FIA.

“No fim, sou tão culpado quanto qualquer um, porque me concentrei no regulamento a partir de 2000”, declarou Mosley ao site Autosport. “A teoria era de que você poderia reduzir os custos se acertasse no regulamento. Descobrimos que não era verdade”.

“Por exemplo, tentamos reduzir a liberdade para os fabricantes de motores – mas isso não fez diferença nos gastos. O que nós conseguimos foi simplesmente reduzir a potência obtida por milhões de dólares investidos. Então, seguindo uma sequência lógica, congelamos os motores. Todos os especialistas me disseram ‘agora sim'”.

“O que eles fizeram? Gastaram fortunas na pesquisa da entrada de ar. E acredito que encontraram 30 hp. É fascinante quando eles descobrem algo em que ninguém nunca havia pensado. Eventualmente, percebi que não importava o que fizéssemos com o regulamento. Nós demonstramos que é impossível controlar os custos assim. Tivemos de implementar um teto orçamentário”.

A tentativa original de Mosley de introduzir um teto orçamentário na Fórmula 1 enfrentou uma forte resistência das equipes – e ele teve dificuldades para encarar as grandes montadoras após a controvérsia do News of the World que ofuscou seus últimos meses no comando da FIA.

Mosley compreende por que as maiores equipes da categoria não querem a imposição de um teto orçamentário, mas ele acredita que incentivos visando impulsionar a competitividade das competidoras menores podem enfraquecer essa postura.

“Por que não dar a uma equipe que está disposta a operar com um orçamento muito pequeno mais liberdade técnica para ficar a um segundo ou menos dos primeiros colocados? Para mim, isso é lógico. Permite que você demonstre às pessoas sentadas nas arquibancadas que será impossível ver a diferença entre uma equipe de 50 milhões e outra de 500 milhões”.

Mosley também acha que uma distribuição mais justa dos direitos comerciais da Fórmula 1 ajudaria a resolver muitos dos problemas financeiros das equipes.

“Pensando racionalmente, você daria o mesmo dinheiro para todos. Então, ajustaria os orçamentos para que o custo fosse menor ou igual à quantidade de dinheiro que está lhes dando. Depois, diria às equipes que qualquer dinheiro de patrocínio que elas conseguissem seria lucro. Não há nada de errado em lucrar, e seria algo dirigido de maneira perfeita. Mas a vida não é assim, certo?”

 

LS - www.autoracing.com.br

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