Mercedes já começa a tirar proveito da F1 em seus carros de produção

sexta-feira, 18 de abril de 2014 às 21:00
Interior do Classe S húbrido

Interior do Mercedes-Benz Classe S híbrido

A Mercedes-Benz está desenvolvendo um sistema de gerenciamento de energia para seus carros híbridos, que é capaz de usar dados de navegação para melhorar a eficiência de combustível dos veículos.

A demanda por carros mais eficientes está levando as montadoras a desenvolver novas e engenhosas formas de economizar combustível – sem prejudicar a experiência de condução de seus veículos. Muitos destes sistemas operam sem que o condutor sequer saiba o que está acontecendo – que é como o novo sistema híbrido inteligente da Mercedes vai funcionar.

As configurações híbridas existentes são bem pouco intrusivas, é claro, mas muitas delas são limitadas por não saberem o trajeto que o motorista vai fazer. Sistemas híbridos contam com recursos como frenagem regenerativa para recuperar energia cinética, carregando as baterias do sistema para uso posterior. Tais sistemas têm limites – quando as baterias estão totalmente carregadas o efeito regenerativo pode diminuir, ou seja, você tem que frear mais forte desperdiçando energia. Em outras ocasiões, o seu último período de frenagem regenerativa pode não ter carregado as baterias o suficiente para ajudar em uma subida de serra – de novo exigindo mais combustível.

Ao monitorar a estrada ou a rua à frente utilizando os dados do sistema de navegação “COMAND”, um sistema híbrido inteligente garante que a bateria será carregada o suficiente para o que vem à frente. Se você está se aproximando de uma descida longa nos próximos poucos quilômetros, por exemplo, o carro sabe que em breve vai receber uma carga completa da energia cinética para descer uma serra. O sistema pode atribuir mais energia elétrica para o motor, enquanto dá menos trabalho para o motor a combustão fazer, portanto economizando combustível e produzindo menos emissões.

Não é a primeira vez que vemos um sistema de navegação assistida em um carro. A Rolls-Royce estreou uma transmissão no cupê Wraith que usa dados de navegação para ajudar com a atribuição da marcha correta. Se um motorista se aproxima de uma curva em descida e precisa de um pouco de ajuda, o carro já terá selecionado uma marcha mais baixa para melhorar o freio motor. Se ele sabe que você está em uma sequência de curvas, ele não vai subir marchas desnecessariamente no meio de uma curva.

Entretanto, esta é a primeira vez que vemos uma configuração híbrida assistida por navegação, o que realmente pode se revelar uma verdadeira economia de combustível para os futuros compradores de carros híbridos da Mercedes. A empresa observa que motoristas de regiões mais montanhosas vão economizar mais, com o carro sendo mais capaz de distribuir energia elétrica dada a topografia à frente. O sistema já começa a ficar disponível em modelos híbridos da classe S, e equipará o menor classe C em breve.

Em geral, a Mercedes atribui sua crescente especialização em sistemas híbridos ao seu programa na Formula 1. Na F1 não é necessário um sistema de navegação, uma vez que o traçado da pista não muda durante uma corrida. Mas os softwares dos sistemas de recuperação já são pré-programados (como se fosse um sistema de navegação) para atuar de diferentes formas durante uma volta completa.

2014 está provando ser um ano muito frutífero para a equipe de F1 da empresa, com vitórias em todas as três corridas até agora. Enquanto verdadeiros paralelos entre a Formula 1 e veículos de produção ainda são pequenos, aumentar o foco da F1 em hibridização tem certamente levado a empresa a importantes ganhos de eficiência em seus carros de rua.

Adauto Silva

AS - www.autoracing.com.br

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