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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015 às 14:03

McLaren-Honda

Colaboração: Bruno Fabiano da Silva

Como um bom brasileiro, não sou uma exceção à regra de que ‘um brasileiro ama ver outro brasileiro ganhar’, ‘brasileiro não aceita segundo lugar’, e por aí vai. Mas, como toda regra que se preze, há uma exceção, denominada Fórmula 1.

Das manhãs de domingo tão propagadas aos quatro ventos eu me lembro bem pouco, pois quando Senna corria eu ainda era uma criança com seus 3 ou 4 anos, quando faleceu tinha 6. Mas ao ver meu pai acordar e assistir aquelas corridas malucas e vibrar a cada ultrapassagem de Senna, foi crescendo dentro de mim uma paixão e uma identificação cada vez mais forte com a maior categoria do automobilismo, mas que sobretudo essa paixão era direcionada a um foco.

Vocês podem estar se perguntando se esse foco que fez crescer o amor pela F1 em mim seria o Senna. Eu diria que a resposta esta parcialmente certa. Claro, Senna é sim meu maior ídolo nesse esporte, mas o que fazia meus olhos vidrarem na TV a cada corrida ao lado de meu pai tinha um outro nome: McLaren.

Aquele carro vermelho e branco me alçava à terra da imaginação, onde eu era chefe, mecânico e piloto, e jamais via outro carro a minha frente. A identificação foi imediata e crucial para que até hoje, com tanta coisa já mudada em minha, esse sentimento dure a cada temporada.

Sofri com a época em que a Mc não ganhava nada, e pela primeira vez, em 1998, vibrei com um título de Mika Hakkinen pela escuderia . Essa festa se repetiu na próxima temporada quando o mesmo se tornou bi campeão. A partir daí veio a era das trevas para mim.

Lamentei cada golpe do destino dado em Kimi Raikkonen, que por anos lutou contra as vermelhas sem obter êxito algum, e duas vezes perdendo o campeonato por falta de sorte. Mas mesmo com todos os resultados não sendo favoráveis, me tornei ainda mais admirador da McLaren como equipe. Sejam os carros brancos, preto e prata, cromado e vermelho, laranja ou qualquer outra cor, sei que vou me impressionar a cada lançamento a cada começo de ano.

Então, caros Felipe Massa, Rubens Barrichello, Antônio Pizzonia, Luciano Burti, Bruno Senna, Lucas di Grassi e outros dos quais não me recordo, eu peço desculpas por jamais ter torcido para vocês. Eu até torceria, se estivessem sentado naquele cockpit fabricado em Woking. Minha paixão por essa equipe me impediu de fazer parte dos 95% que torcem para pilotos brasileiros.

Eu adoraria ver nos brasileiros a lealdade à uma equipe independente do piloto, nós não temos muito este costume em relação à este esporte. Seria bacana ver um amigo gozando o outro porque a equipe X ganhou uma corrida de lavada enquanto a equipe Y comeu poeira. Peço perdão pelo lado passional, mas é inevitável em se tratando de Fórmula 1.

Espero que este novo capítulo da equipe com um novo fornecedor de unidade motriz cause uma revolução, que seria ainda mais bela se enfim outro brasileiro corresse pela McLaren, mas enquanto isso não ocorre, vou de Button e Alonso!

Aguardo ansiosamente o retorno da parceria com a Honda, que sejam anos dourados para os fãs desta equipe com uma história tão bela. Go Mclaren!

Bruno Fabiano da Silva
Campinas – Sâo Paulo

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