Hamilton pede mudanças no processo de tomada de decisões da F1

Lewis Hamilton

Lewis Hamilton acredita que o processo de tomada de decisões na Fórmula 1 precisa de mudanças porque há pessoas demais envolvidas no momento.

O Grupo de Estratégia, a Comissão da F1 e o Conselho Mundial de Automobilismo têm seu papel na definição das regras, apesar do último apenas confirmar as decisões tomadas pelos dois primeiros.

“Sinto que, no topo, provavelmente há pessoas demais que não entendem muito como é estar dentro do carro tomando as decisões”, declarou o tricampeão mundial. “Todas as pessoas que tomam as decisões têm opiniões diferentes, e se todas elas não concordam, algo não é feito”.

“Meu entendimento é que temos equipes com mais dinheiro, mais influência do que as outras, e o problema somos nós, os pilotos; metade dirá uma coisa e metade dirá outra. Não sei qual é a resposta, mas é necessário haver menos pessoas tomando as decisões, e de preferência tomando as corretas”.

A F1 enfrentou fortes críticas pelo modo como as mudanças no formato da classificação ocorreram durante a pré-temporada, mas Hamilton também destacou o regulamento de 2017 como um exemplo do problema.

“Nós precisamos de mais aderência mecânica e menos arrasto a fim de podermos andar perto dos outros carros”, acrescentou o piloto da Mercedes. “Atualmente, você só nos vê escorregando porque não temos muita aderência, então perdemos com o arrasto. Simplesmente não há nada que você pode fazer”.

“Todos nós somos capazes de correr bem mais perto uns dos outros, se conseguíssemos nos aproximar, portanto precisamos de mudanças que nos permitam fazer isso, mas parece que eles não estão fazendo essas mudanças. Nos dê cinco segundos a mais de downforce e as corridas serão exatamente iguais, apenas cinco segundos mais rápidas”.

“Entretanto, eles não escutam o que eu digo, ou o que nós pilotos dizemos. Farão algo diferente acontecer. Eles provavelmente nos darão mais downforce e os pneus não serão nem um pouco melhores, portanto você verá corridas exatamente iguais no próximo ano”.

De acordo com o diretor de prova Charlie Whiting, os pilotos têm direito a expressar suas opiniões em várias plataformas. No entanto, Hamilton sente que essas opiniões não são ouvidas, e por isso ele raramente comparece. Quando está presente, ele frequentemente decide não oferecer uma opinião.

Hamilton afirmou: “Sinto que é um benefício para a hierarquia que toma as decisões pelo menos perguntar ao piloto ‘qual é o seu problema no carro?’ Nós conhecemos o carro, o que acontece no cockpit, mas eles nunca nos perguntaram qual é a limitação quando estamos atrás de outro carro, apesar de poderem confiar em nós quando se trata disso”.