Globo e a Formula 1. Parte II

quinta-feira, 7 de agosto de 2014 às 0:33
Galvão e Rubinho

Galvão e Rubinho

Por: Adauto Silva

Eu não vi a Globo confirmando ou desmentindo que vai passar a F1 para o SporTV, mas o mesmo jornalista da Quatro Rodas que havia dito ontem que ela largaria, disse depois que não largaria mais. Uau…

Minhas fontes emudeceram e isso pode significar duas coisas:

a) Eles realmente não sabem nem porque tal notícia surgiu.
b) Há algum fundo de verdade, mas eles não podem e não querem se pronunciar agora.

De qualquer maneira, eu não sei qual é a dificuldade que alguns têm para entender que automobilismo não é esporte de massa. A F1 é a que mais se aproxima aqui no Brasil, mas está muito longe disso.

Aliás, pelas características do brasileiro, “esporte de massa” aqui – com exceção de futebol – pode ser nenhum ou qualquer um. Brasileiro não gosta de esporte, brasileiro gosta de ver outro brasileiro vencer. Não importa qual esporte seja, pode ser até mundial de bolinha de gude. Se por acaso, algum piloto brasileiro voltar a vencer e se tornar campeão mundial a audiência cresce de novo e, na pequena hipótese de aparecer algum outro super piloto como foram Fittipaldi, Piquet e Senna, aí sim a F1 torna-se esporte de massa novamente. Mas só enquanto as vitórias durarem.

O público da F1 é igual ao de Tenis, por exemplo. Pequeno, mas altamente consumidor, fiel e fanático. Teoricamente é público para canal a cabo, não TV aberta. O Brasil continua sendo um dos pouquíssimos países do mundo onde a F1 é transmitida ao vivo em canal aberto. Graças a quem? A Rede Globo, que investiu pesado por muitos e muitos anos até que conseguisse armar um pacote comercial que lhe desse um lucro fabuloso.

Isso é mérito completo da Globo, que consegue fazer coisas que as outras não conseguem, porque (as outras) não tem qualidade, paciência e nem visão a longo prazo para tornar produtos de audiência específica em grandes sucessos comerciais.

O Volley é outro exemplo. Onde estaria o Volley brasileiro – que tem sido o melhor do mundo nos últimos 30 anos – se não fosse a Globo, no caso o SporTV? Nem existiria. Estaria ‘mortinho da silva’, assim como o basquete, esporte que o Brasil já foi grande, mas hoje amarga uma seca histórica seguida por um público próximo de zero.

Qualquer esporte para “dar certo” precisa de um apelo comercial forte. Vejam o exemplo do UFC. Na minha opinião é um lixo, 90% das lutas parecem briga de rua de caras roçando-se no chão sem técnica nenhuma. Mas o dono do esporte, que também é seu principal promotor, é um gênio. Matou o boxe – este sim um esporte espetacular que exige técnica apuradíssima – ao conseguir promover muito melhor seu negócio, enquanto a nobre arte ficou nas mãos de bandidos exploradores e está quase acabando!

E não se enganem. Assim que acabar a “safra” de alguns campeões do UFC brasileiros, o “esporte” morre aqui no Brasil no dia seguinte!

Em tempo: Até o futebol está ameaçado. Com o vexame histórico da seleção na Copa e o nível bisonho dos jogos do campeonato brasileiro, o que estamos vendo são estádios vazios e audiência em queda. Acabei de assistir um jogo do meu time e só tenho uma coisa a declarar: Socorro!!

Adauto Silva

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