Fernanda de Lima: A sempre chata Mônaco

terça-feira, 28 de maio de 2013 às 15:21
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Largada GP de Mônaco 2013

O que ainda mantém Mônaco no calendário? Sei que há quem goste, mas, pra mim, esse é de longe o pior GP da temporada. Porém, verdade seja dita: ainda que não tenha sido boa, monótona a prova desse ano não foi (tanto assim).

Com uma pista lenta e menos abrasiva essa foi a grande chance da Mercedes até agora. Se em Mônaco quem larga na frente tem mais de meio caminho andado para a vitória, a Mercedes não poderia deixar de ser a favorita. A equipe, assim como nas duas últimas corridas, mostrou sua força nos treinos classificatórios e conquistou a primeira fila do grid de largada, com Nico Rosberg e Lewis Hamilton, respectivamente.

Se a Mercedes é a melhor equipe em treinos, sabemos também que em ritmo de prova, ela se encontra muito abaixo das adversárias. Assim, sua primeira vitória na temporada só poderia vir de um circuito de rua que exige mais paciência do que ritmo forte. Nico Rosberg teve paciência e confiança para segurar o pelotão e vencer a prova 30 anos após a vitória de seu pai no mesmo circuito.

E a vitória da Mercedes foi o suficiente para levantar poeira nos bastidores da F1. Após o GP da Espanha, a Mercedes, a pedido da Pirelli, realizou testes secretos com os pneus. Segundo o regulamento é proibido realizar testes com os carros atuais em finais de semana sem atividades oficiais. Pois bem, de um lado, a equipe de Nico Rosberg e Lewis Hamilton diz que outras equipes também foram convidadas e que consultou a FIA antes de aceitar o convite e que a mesma deu sinal verde para a realização dos testes. Do outro lado, Red Bull e Ferrari, principalmente, alegam que não receberam convite algum e que a Mercedes tirou clara vantagem desses testes e exigem uma investigação e punição da FIA. Agora a FIA diz que autorizou os testes mas sob condições que não foram cumpridas. É um jogando a batata quente pro outro. É esperar para ver no que vai dar essa história. Fato é, esse ano vem se consolidando cada vez mais como o ano do “mimimi” na Fórmula 1. Não tivesse a Mercedes ganhado a corrida, a repercussão dos testes teria sido a mesma?

Até aqui o prêmio “mimimi” do ano vai para Jenson Button. O mexicano Sergio Perez vem dando trabalho ao britânico. Tenho a impressão de que Button achou que seria, enfim, o número 1 incontestável da equipe após a saída de Hamilton. No entanto, Perez já mostrou as asas e nenhum lugar melhor que a McLaren para se fazer isso. O piloto foi sem dúvida o melhor e o pior desse GP. Sem medo de arriscar, Perez foi pra cima e forçou ultrapassagens algumas vezes muito mais na vontade do que no arrojo. Na última, inclusive, prejudicando a corrida de Kimi Raikkonen, que por pouco não pontua pela 23ª corrida consecutiva. A agressividade de Perez dessa vez o tirou da corrida, mas ainda o vejo incomodando muita gente nessa temporada, especialmente, o companheiro de equipe. Com um pouco mais de esperteza e menos afobação dá pra conquistar bons resultados nas próximas corridas.

O fim de semana não foi nada bom para Felipe Massa. O brasileiro que já havia batido antes do treino oficial, bateu no mesmo ponto durante a prova. Felizmente nada de mais grave aconteceu. A Ferrari diz que o primeiro acidente foi por um erro de Felipe, já o segundo por um problema no carro, ao que tudo indica na suspensão. Que tenha sido apenas uma nuvem passageira, que a tempestade não volte a tomar conta da cabeça de Massa.

Apesar das entradas do safety car, bandeira vermelha e toda a chatice de Mônaco, Sebastian Vettel e Red Bull têm muito o que comemorar. Vettel vai para a prova de Montreal com uma excelente vantagem sobre seus adversários diretos. Agora o alemão tem 21 pontos a mais que o segundo colocado, Kimi Raikkonen e 29 a mais que Fernando Alonso. O alemão vem dando exemplo de competência, competitividade, talento e, agora, senso de humor. Ao final da corrida a equipe pedia desesperadamente para que Vettel maneirasse já que os pontos estavam garantidos, mas o tricampeão insistiu em acelerar um pouquinho mais e levar a equipe à loucura: “Sebastian, you know the score, don’t take any risks”. “Alright that’s enough, you’re not getting any points for that”. Sebastian Vettel rebate: “…But satisfaction”. Ouch! Esse vem conquistando um lugar cativo no meu coração!

Fernanda de Lima

 

AS - www.autoracing.com.br

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