F1 – Todt: Ferrari deveria perder seu poder de veto

Jean Todt

Jean Todt, presidente da FIA, acredita que a Ferrari deveria perder seu direito de vetar as regras da Fórmula 1 como parte da reformulação a longo prazo que está ocorrendo no momento.

A Ferrari tem o direito de impedir a implementação de regulamentos com os quais não está satisfeita – e usou seu veto pela última vez em 2015, quando bloqueou os planos de introduzir um preço máximo para motores e caixas de câmbio.

Já se sabe que os privilégios da Ferrari estão sendo discutidos como parte da nova F1 a partir de 2021.

Porém, falando à mídia em Londres nesta semana, Todt, ex-chefe da Ferrari, acredita que o veto – que a equipe italiana possui desde os anos 80 – já passou de seu prazo de validade.

“O veto é da época de Enzo Ferrari, e ele estava isolado em Maranello”, explicou Todt. “Era a única equipe que fabricava motor e chassi contra algumas outras que tinham motor Ford”.

“Portanto, naquele momento foi decidido que, estando longe do chamado vale do silício do automobilismo, eles precisavam de uma proteção. Essa é a história por trás do veto. Mas, pessoalmente, não sou mais favorável a isso. Os tempos mudaram”.

Todt também reiterou que quando o veto foi concedido à Ferrari pela última vez – como parte dos acordos bilaterais que foram assinados para o período entre 2013 e 2021 – ele foi “o único contra” isso.

“Lembro que foi uma reunião na sede da FIA”, disse ele. “Os detentores dos direitos comerciais e todas as equipes estavam lá”.

“Eu perguntei qual era a posição em relação ao veto da Ferrari e eles disseram ‘tudo bem para nós’. Então, não teria sido apropriado que apenas eu dissesse que era contra o direito de veto da Ferrari. A única coisa que modificamos foi o texto. Portanto, essa é uma parte da resposta”.