F1 – Rio oferece valor absurdo para ter o GP do Brasil

sábado, 7 de dezembro de 2019 às 14:59

Autódromo de Deodoro?

A guerra política para tirar o GP do Brasil da cidade de São Paulo – iniciada pelo presidente da república, governador e prefeito do Rio de Janeiro, vai fazer com que o Brasil, que não paga um centavo para receber a Formula 1, passe a pagar valores completamente absurdos, caso a Liberty Media acredite que o Rio de Janeiro vai conseguir construir um autódromo em Deodoro, numa área que foi campo de treinamento do Exército Brasileiro e hoje tem proteção ambiental.

De acordo com o Globo, o governador do estado do Rio de Janeiro, ofereceu ofensivos US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 252 milhões) para que a F1 passe a correr lá – num autódromo que ainda não existe – em 2021.

São Paulo ainda tem 1 ano de contrato com a F1 e já ofereceu US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 84,2 milhões) – que é três vezes menos que o Rio, para estender seu contrato.

O Rio Motorpark, único consórcio que se candidatou na “licitação” feita as pressas para construção de um autódromo em Deodoro, teria tido um encontro com Lewis Hamilton em Abu Dhabi para convencê-lo de que existe um plano de reposição das cerca de 30 mil árvores que serão derrubadas no terreno. A lei estipula que, para cada árvore derrubada, outras seis sejam plantadas. Foi informado a Hamilton que será feito um cinturão de árvores nas proximidades da pista.

Ainda de acordo com o Globo, dois dos filhos de Bolsonaro – um deles eleito por São Paulo – informaram ao CEO da Liberty Media, Chase Carey, que os estudos de impacto ambiental para construção do autódromo já foram entregues e aceitos pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), o que significa que estão de acordo com as instruções técnicas, e que a aprovação deve sair até meados do ano que vem. Isso possibilitaria o começo das obras – a estimativa é de 14 meses para a conclusão.

Na semana passada, a Secretaria de Esporte do Rio de Janeiro aprovou o projeto para a realização da prova e autorizou a captação de R$ 302 milhões em incentivos fiscais para que a cidade receba o GP do Brasil de F1 em 2021 e 2022 (mas não ia ser tudo da iniciativa privada????) Tal quantia significa R$ 151 milhões por evento, mas, como o valor anual começaria a ser pago antes, não haveria estouro do limite de R$ 138 milhões por ano previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O valor será gasto para pagar parte da taxa à Liberty Media para a realização da prova.

O Globo ainda disse: Segundo o MPF, a Rio Motorpark precisaria provar possuir 1% do valor estimado do empreendimento — isto é, R$ 6,97 milhões dos R$ 697 milhões orçados. Criada 11 dias antes do certame, a empresa declarou ter capital social de R$ 100 mil. O edital, em suas cláusulas 18.8.3 e 18.8.7, afirma que o requisito para habilitação e participação na licitação era de “índice de liquidez geral positivo”. Em outras palavras, tal exigência não se refere a participar ou sagrar-se vencedora do processo, mas apenas serve de requisito prévio para assinatura do contrato.

Outro ponto apontado pelo MPF foi a apresentação como garantia à Prefeitura de uma carta-fiança de quase R$ 7 milhões do Maxximus Bank, empresa que não é uma instituição autorizada pelo Banco Central. Já a Prefeitura, que aceitou a garantia, informou que a empresa era um “banco de primeira linha”. A própria Maxximus negou que seja um banco. A vencedora da licitação afirmou que a administração municipal aceita garantias dessa instituição financeira corriqueiramente, como feito, por exemplo, para realização dos Jogos Olímpicos de 2016.

O Ministério Público também questiona o fato de o presidente da Rio Motorpark, José Antonio Soares Pereira Júnior, ser sócio da Crown Assessoria, que ajudou a montar o edital. Nesse contexto, o Decreto no. 8.428/2015, em seu artigo 18, diz que “os autores ou responsáveis economicamente pelos projetos, levantamentos, investigações e estudos apresentados nos termos deste decreto poderão participar direta ou indiretamente da licitação ou da execução de obras ou serviços”. Ainda de acordo com a legislação em vigor, o Aviso de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), em seu artigo 3.7, também autoriza a participação na licitação da elaboradora dos estudos da PMI.

As coisas não mudam
A conclusão parece bem simples nesse caso: Se o Rio ganhar – mesmo com todos os “problemas” apontados – a F1, que hoje só custa as reformas básicas que todos os anos são feitas em Interlagos, vai passar a gastar mais de R$ 1 bilhão para levar a corrida para o Rio de Janeiro, além dos R$ 252 milhões anuais que serão pagos para a Liberty Media e as reformas que também terão que ser feitas todos os anos no novo autódromo. Será que alguém perguntou aos contribuintes cariocas se eles consideram isso mais importante que pagar as aposentadorias e as outras contas que o governo do Rio não paga? Ou investir em educação, saúde e segurança? Ou reabrir hospitais municipais e estaduais fechados por falta de verba?

Por outro lado, se continuar em São Paulo, essa guerra vai passar a custar R$ 84,2 milhões para os contribuintes paulistas, que até hoje gastavam uma fração disso pelas reformas. No caso de São Paulo é “menos mal”, já que o governo paulista já provou que a arrecadação de impostos na cidade de São Paulo aumenta em cerca de R$ 250 milhões na semana do GP do Brasil de F1 na cidade.

De qualquer maneira, o Brasil pagava zero para ter a F1. Agora, o prejuízo causado por essa guerra política é nada menos do que ofensivo para o bolso dos brasileiros, não apenas dos cariocas. Afinal, como o governo do Rio pede ajuda ao governo federal todos os meses para pagar suas contas, o dinheiro acaba saindo de todos os brasileiros que pagam impostos sem ter nenhum retorno minimamente decente por isso.

Entra eleição, sai eleição, muda a ideologia, muda o modus operandi, mas os nossos políticos continuam os “gênios” de sempre. Pra eles.

Como já disse Maria Antonieta 250 anos atrás: “O povo? “Que eles comam brioche”

Clique AQUI para fazer suas apostas esportivas

AS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.