F1 REVIEW – Grande Prêmio do Brasil 2002

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 às 19:15
O lance da corrida

Uma prova com diversas emoções. Assim foi o GP do Brasil de 2002 foi disputado num domingo ensolarado na cidade de São Paulo. Possibilidade de chuva? Nenhuma. Um céu de brigadeiro que dava gosto de ver.

Nos treinos, Juan Pablo Montoya conquistou a sua primeira pole na temporada, tendo ao seu lado o alemão Michael Schumacher que estreava em corridas a F2002 e estava jurando o colombiano, querendo vingança pela a corrida anterior na Malásia, quando os dois se pegaram na largada. Ralf Schumacher e David Coulthard formavam a segunda fila e na terceira, largavam Kimi Raikkonen e Jarno Trulli. Rubens Barrichello ainda contava com a F2001 e além de não conseguir fazer uma boa volta no treino de classificação, acabou sendo punido por não ver a luz vermelha na saída dos boxes. O brasileiro acabou tendo seu melhor tempo na classificação desconsiderado, ficando apenas com o oitavo lugar.

O domingo teve uma confusão no warm-up, quando Enrique Bernoldi, que largaria em vigésimo primeiro, teve um problema nesta sessão e acabou provocando uma bandeira vermelha. Como o piloto não conseguia sair do carro com rapidez, foi convocado o safety-car para dar a devida assistência ao piloto. Nick Heidfeld não percebeu que o treino havia sido paralisado e bateu com tudo na porta do motorista do carro da FIA. O condutor deste carro, Alex Dias Ribeiro, nada sofreu.

Diferentemente do ano anterior, quando Barrichello teve problemas com o seu carro e por pouco não larga, desta vez Rubens conseguiu chegar e alinhar sua F2001 no grid. Esta seria a última prova da “Nona”, ou vovó em italiano.

Todos os carros alinhados, largaram… Montoya perdera a primeira colocação logo na largada para Schumacher e ia tentar recuperá-la na curva da descida do lago, o alemão tentou defender sua posição e o colombiano levou a pior, tendo o bico destruído e ainda por cima levando um enfeite até a sua chegada aos boxes, uma pipa com a bandeira do Reino Unido estampada… Sir Frank Williams não deve ter achado graça.

Rubens Barrichello estava com um carro bom nas mãos e isso estava se refletindo em sua atuação. No fim da primeira volta, ele vinha em sexto, subindo depois para quinto no fim da segunda volta, no terceiro giro, o piloto subiu para o quarto lugar. O público começava a sonhar com uma vitória de Rubinho em Interlagos e esta impressão amadurecia a cada passagem. Na sexta volta, o ferrarista superou Ralf Schumacher e ia a perseguição do líder, Michael. A diferença vinha caindo volta após volta e na décima quarta passagem, o autódromo vibrou como se fosse um gol da Seleção Brasileira. Rubinho ultrapassava Schumacher na reta oposta, tendo o gosto de liderar outras três voltas.

Na décima sétima passagem o carro de Barrichello começa a falhar e o piloto perde a liderança para Michael. Não seria em 2002 que o sonho de uma vitória brasileira em Interlagos seria concretizado. Rubinho deixava seu carro na subida da junção e o motivo alegado para o abandono era uma pane hidráulica, mas no fundo, todos desconfiavam de uma pane seca. Três voltas mais tarde, Enrique Bernoldi abandonou a corrida e só Massa defendia a honra tupiniquim na pista paulistana. O piloto de Botucatu desistiu na volta 41 após um toque com Mark Webber.

A disputa que provocava maior interesse na prova era pela liderança entre os irmãos Schumacher, com Michael e Ralf numa briga de gato e rato. Enquanto isso, Montoya vinha recuperando as colocações que perdera com o toque no começo da prova.

Ralf, por mais que tentasse não conseguia ultrapassar o seu irmão Michael e no fim das contas, o ferrarista venceu. O fim da prova teve até um drible no atleta do século. Pelé, que era o convidado pela direção da prova para dar a bandeira de chegada acabou tomando uma finta dos dois irmãos Schumacher, sendo que David Coulthard viu um constrangido convidado dar-lhe a bandeirada. Pena que foi para o terceiro colocado.

Rubens ia para Imola sem somar pontos nas três provas disputadas. Schumacher somava 24 pontos e fazia prever que caminhava rumo a mais um título. Montoya vinha com dez pontos atrás e chateado com o carro e indignado com o que o alemão fizera, lembrando muito bem da senhora Elizabeth Schumacher, mãe de Michael e Ralf. Por sua parte, o mais novo irmão Schumacher somava 16 pontos e começava a ensaiar uma cobrança pela condição de primeiro piloto da Williams.

Mas como tudo isso se desenrolou, é assunto para a próxima prova.

Resultado do GP Brasil de F1:

1 – Michael Schumacher (Ferrari)
2 – Ralf Schumacher (Williams)
3 – David Coulthard (McLaren)
4 – Jenson Button (Renault)
5 – Juan Pablo Montoya (Williams)
6 – Mika Salo (Toyota)

Autor: Sandro Varela

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