F1 – Quando o protagonismo troca de lado

segunda-feira, 18 de novembro de 2019 às 11:33

Sebastian Vettel e Charles Leclerc

Por: Bruno Aleixo

Praticamente toda semana, no Loucos por Automobilismo, alguém pergunta qual será o primeiro piloto da Ferrari em 2020. Bom, depois de ontem eu não tenho mais sombra de dúvida em afirmar: com o passão em Sebastian Vettel no S do Senna e a consequente reação destemperada do alemão na reta oposta, Charles Leclerc carimbou de vez a faixa do tetracampeão e dificilmente deixará de liderar a equipe italiana na próxima temporada.

Além da velocidade, claramente maior em favor do monegasco ao longo de toda a temporada, é absurda a diferença de combatividade entre os dois pilotos da Ferrari. Enquanto Leclerc parece uma barreira quase indestrutível, em que pesem seus apenas dois anos de Fórmula 1, Vettel parece cada vez mais afundado em performances sofríveis e acidentes bizarros.

A verdade é que, com exceção dos breves momentos de recuperação na temporada, que culminaram com a brilhante vitória em Cingapura e o excepcional segundo lugar em Hockeinheim, o desempenho de Vettel em 2019 é fraquíssimo, a ponto de levar a imprensa italiana, em vários momentos, a pedir sua cabeça. Em Interlagos, mais uma vez, o alemão andou mal. Largou em segundo e foi engolido por Hamilton no S do Senna. Depois, na relargada, Albon também foi lá e passou por fora, na mesma curva. E, por último, Leclerc. E aí, na tentativa de dar o troco, jogou o carro inexplicavelmente sobre o companheiro na reta oposta, tirando os dois corrida.

O duplo abandono tem pouca consequência em 2019, mas vai significar muito para 2020. Como já comentamos no podcast, a solução para Vettel se aproximar de Leclerc residia no trabalho junto à equipe. Ele seguiu à risca, esteve mergulhado em Maranello. De fato, mostrou evolução, especialmente se compararmos com performances absurdas como as de Monza e Spa.

A questão é que nem mesmo todo o trabalho do mundo poderá disfarçar algo que fica cada vez mais aparente: Charles Leclerc é mais piloto. Tem mais velocidade, é mais incisivo na disputa roda a roda, possui um bom ritmo de corrida e não se abala tanto com a pressão. Tem menos experiência, claro, mas isso se adquire com o tempo. Leclerc ainda vai cometer sua parcela de erros ao longo da carreira, mas é justamente isso que vai contribuir com seu aperfeiçoamento como piloto.

Do outro lado da garagem, Vettel parece ter atingido o limite em seu nível de pilotagem. Teve seus méritos na conquista dos quatro títulos mundiais, mas como eu mesmo já havia dito, eles pesam demasiadamente na sua trajetória.

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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