F1 – Pneus médios e macios para o GP no Circuito das Américas

sexta-feira, 31 de outubro de 2014 às 12:00

Paul Hembery

O Circuito das Américas, no Texas (EUA), é um dos mais novos no calendário da Fórmula 1, inaugurado apenas em 2012. Os compostos médios e macios foram os escolhidos aqui pela primeira vez (ao contrário do que ocorreu nos últimos dois anos, quando a opção foi pelos compostos duro e médio). Essa versátil seleção de compostos em 2014 foi projetada para atender demandas muito diferentes de pistas, como a de Austin, com três longas retas e várias curvas bastante técnicas. Isso inclui, por exemplo, a longa Curva 1 – um hairpin de aceleração constante que aplica muito esforço sobre os pneus – bem como outras curvas que mudam de direção rapidamente, e lembram trechos conhecidos de Silverstone e Suzuka.

Com 20 curvas e diferenças significativas de elevação da pista, Austin mantém os pilotos ocupados na maior parte do tempo e é desafiadora a cada volta, como na curva logo após a largada que, por ser em ladeira acima, tem um ponto de freada “cego” e difícil de acertar. Por esta combinação de dificuldades e desafios, a corrida norte-americana é bastante interessante, tanto para pilotos quanto para a plateia. O GP dos Estados Unidos marca o início da fase final da temporada, com os pilotos acelerando com os mesmos pneus, médios e macios, que usarão na próxima etapa, aqui no Brasil, na prova de Interlagos.

Paul Hembery, diretor de motorsport da Pirelli, afirma que, “exatamente como ocorre com qualquer fabricante do setor automotivo, os Estados Unidos também são um mercado-chave para a Pirelli. Por isso, estamos muito satisfeitos por voltar a Austin, que possui uma cidade fantástica e é um lugar deveras interessante para correr. Como o asfalto agora já possui ‘três anos de vida’, ele está mais maduro e, teoricamente, oferece um grip melhor do que nos anos anteriores. Nossa expectativa é de que os compostos médios e macios devem proporcionar duas paradas; mas só teremos certeza disso após a análise dos dados obtidos durante os treinos livres de sexta-feira. Muita coisa também irá depender do clima. Mesmo considerando que a corrida ocorre em novembro, o calor e também as alterações frequentes de condições climáticas devem ser consideradas e, principalmente, a degradação térmica dos pneus. O quanto o clima influenciará na degradação dos pneus – e consequentemente nas estratégias das equipes –, ainda mais porque os carros sofreram importantes alterações de projeto este ano, nós só vamos descobrir quando estivermos lá. Nas duas edições anteriores desta corrida, as estratégias vencedoras tiveram apenas uma parada de pit-stop. Provavelmente, porque as provas sempre foram disputadas na parte final da temporada, quando os times já possuíam um melhor entendimento do desempenho dos pneus e de como extrair o melhor resultado deles.”

Já para Jean Alesi, consultor da Pirelli, “o circuito de Austin é realmente um dos mais prazerosos para os pilotos. Há muitas possibilidades de ultrapassagens na freada da Curva 1 e, também, no trecho dos esses, onde há uma série de traçados possíveis. E corridas com muitas possibilidades de ultrapassagens sempre são divertidas; esta pista está bem longe de ser chata. A variação de temperaturas também é um fator importante: nos dois últimos anos, as manhãs foram bastante frias. No entanto, o qualifying foi com temperatura quente. Por tudo isso, descobrir o momento certo para a troca dos pneus é um desafio a mais para os pilotos e as equipes durante o GP dos Estados Unidos.”

O circuito do ponto de vista dos pneus:

As três longas retas tendem a dificultar o aquecimento de pneus, fazendo com que os pontos de frenagem sejam críticos. Isso também afeta a retomada de velocidade em curvas rápidas, uma vez que o composto tem de voltar rapidamente à temperatura ideal.

O pneu médio é um composto que possui uma faixa de trabalho bem pequena, capaz de alcançar um ótimo desempenho, em temperaturas baixas. O pneu macio, pelo contrário, é um composto que trabalha melhor por mais tempo e, portanto, é adequado para temperaturas elevadas. No ano passado, os termômetros variavam muito ao longo de toda a corrida, partindo de 18ºC para 37ºC.

O mix de retas e curvas exige muito dos pneus em termos de downforce e de aderência mecânica. Assim como a longa Curva 1 e as váriasmudanças rápidas de direção no início da volta, a Curva 11 também coloca demandas pesadas sobre os pneus. O piloto começa a frear ao mesmo tempo em que contorna a curva, o que cria uma distribuição desigual de forças na borracha.

A estratégia vencedora do ano passado foi de apenas uma parada. O piloto Sebastian Vettel, da Red Bull, largou com os compostos médios e, então, fez um pit stop para colocar os pneus duros na 27ª volta. Todos os 12 melhores colocados fizeram apenas uma parada.

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