F1 – O vazio atrás dos pilotos da Mercedes

quarta-feira, 14 de maio de 2014 às 11:32
Mercedes domina temporada 2014

Mercedes domina temporada 2014

O GP da Espanha foi muito aguardado tanto pelas equipes quanto pelos fãs, já que com o início da temporada europeia, as equipes podem trabalhar a toda velocidade no desenvolvimento de seus carros.

Foi fácil prever que a Mercedes iria continuar a sua marcha triunfal com ninguém capaz de impedi-los. A pista de Barcelona é bem conhecida por ser um indicador bastante confiável das qualidades aerodinâmicas de um carro.

Aqueles que acreditavam que o ponto forte do W05 era apenas sua unidade de potência terão que repensar, uma vez que o fim de semana espanhol provou que a Mercedes também tem um ótimo pacote aerodinâmico, que pode permitir que eles vençam todas as corridas.

As atualizações levadas para a Espanha pelas outras equipes foram inúteis em suas tentativas de combater o domínio da Mercedes. Hamilton e Rosberg foram capazes de fazer o que quiseram e quando quiseram. Os treinos livres, a classificação e as primeiras voltas da corrida mostraram como eles abriram uma diferença embaraçosa para o resto do grid.

O gráfico acima mostra que a Mercedes tem uma vantagem substancial. A Red Bull esteve mais próxima, já que a configuração do circuito de Barcelona revelou-se menos exigente para os motores Renault da equipe, e os dados confirmam a sua posição como a primeira equipe atrás da Mercedes. Atrás deles, a Ferrari deve estar preocupada com o progresso demonstrado tanto pela Williams como pela Lotus.

 

Ao analisar os tempos por setor (clique na imagem acima para ampliá-la), torna-se mais fácil perceber as diferenças entre os carros. O gráfico acima mostra claramente a luta incrível entre Hamilton e Rosberg, que em última instância foi decidida por meros milésimos e demonstra que a Red Bull realmente diminuiu a diferença.

Na verdade olhando para o gráfico, a Red Bull de Daniel Ricciardo fez o segundo melhor tempo no setor 3 – o que requer alta pressão aerodinâmica e uma tração perfeita -, atributos que a Red Bull sempre foi a melhor ao longo dos últimos anos. Só Rosberg foi melhor por apenas 2 décimos.

Com a melhoria do desempenho da Red Bull, a pista de Montmeló enfatizou as questões aerodinâmicas e de tração da Ferrari, que tiveram um efeito negativo sobre seus pneus, mais duros e lentos do que no ano passado.

O carro é um segundo mais lento que a Red Bull e quase dois atrás das Mercedes, mas mais preocupante é que eles têm que encarar o fato de que mesmo a Williams foi mais rápida (basta dar uma olhada no tempo ideal de volta) e a Lotus também.

O E22 mostrou um bom nível de downforce, que permitiu a Grosjean alcançar o Q3 e marcar os primeiros pontos da equipe da temporada. Enquanto o setor 2 provou que ainda falta downforce para a Williams, o baixo arrasto do carro permitiu que Felipe Massa marcasse a maior velocidade máxima da corrida (342,3 km/h).

Passos importantes também foram dados pela Sauber, após eles introduzirem maciças atualizações na Espanha. Enquanto isso, a Force India e a Toro Rosso apenas confirmaram a falta de downforce.

O domínio da Mercedes também foi apoiado pelo novo pacote aerodinâmico introduzido em Montmeló, que abordou quase todas as áreas do carro, como uma nova asa dianteira com um novo perfil no lado interno final da placa, para melhorar o fluxo de ar.

O novo pacote também incluiu novos tanques laterais cônicos

E também um novo escape “estilo Red Bull”, que não só ajudou com as altas temperaturas de Barcelona, mas também atuando como um feixe de asa para aumentar a carga aerodinâmica na extremidade traseira.

A Red Bull não trouxe o tão ansiosamente aguardado RB10 B. Mas a Renault continua trabalhando duro no software da unidade de potência, lubrificantes e combustível, enquanto Newey & Cia. estão terminando o trabalho no RB10. Na Espanha vimos uma nova placa final da asa traseira ostentando guelras mais tradicionais.

Em Barcelona também era esperado que a Ferrari introduzisse uma versão B do F14-T, mas foi adiado para Montreal. Destacando a falta de downforce na extremidade traseira, a equipe introduziu um novo pilão no centro da asa traseira, apoiado no que eles chamam “monkey seat” (cadeira ou assento de macaco), uma solução inspirada na McLaren.

A asa traseira também era nova e as principais diferenças são as guelras da placa final, que agora somam seis no total. Em uma tentativa de melhorar o fornecimento de potência, o tubo de escape foi aumentado de tamanho. Esta é uma tentativa de atenuar as ondas de contrapressão da turbina, que foi considerada muito pequena…

 

A equipe de Enstone trouxe algumas novas atualizações. A maior mudança no Lotus E22 foi uma nova asa dianteira, que incorporou duas colheres convexas nas placas finais.

A Lotus também introduziu um “assento de macaco” pela primeira vez nesta temporada – encaixado no pilão assimétrico da asa traseira – com o propósito maximizar o downforce.

Também interessante foi uma nova solução adotada na Espanha para ajudar no arrefecimento da unidade de alimentação e sistemas auxiliares. Uma protuberância apareceu no lado esquerdo do piloto contendo um tubo para canalizar os gases quentes para fora.

A equipe que mais teve atualizações foi sem dúvida a Sauber. A equipe suíça finalmente introduziu um novo chassi mais leve, que ajudou o C33 a perder cerca de 15 kg e permitiu que Gutierrez utilizasse lastros no carro.

O novo pacote aerodinâmico consistiu de uma nova asa dianteira que mudou a seção cascata, que agora tem abas maiores, com um desvio de fluxo sobre ela e um perfil curvo na placa final.

Os sidepods também foram redesenhados e ficaram significativamente mais cônicos que o projeto original.

Isto provou ser um grande passo a frente para acomodar radiadores menores e mais leves.

A equipe trouxe para Barcelona novos bargeboards com dois winglets integrais e um gerador de vórtice.

As palhetas girando debaixo do nariz do carro foram objeto de atenção e ostentavam três elementos.

Com o desenrolar da temporada, vamos ver mais e mais desenvolvimentos aerodinâmicos, uma vez que o foco das equipes passa a ser entender a nova tecnologia para a linguagem de design que vai dominar na Formula 1. Enquanto isso, será interessante ver o que cada equipe vai tentar fazer para impedir o domínio da Mercedes, o que é muito improvável.

O próximo evento é o GP de Mônaco e lá talvez possamos ver a Red Bull realmente desafiar a Mercedes. A natureza do circuito não deve facilitar as coisas para a Ferrari e, talvez o ponto de interesse será o de ver como a Williams, Force India, Lotus e McLaren se adaptarão a esta pista incomum.

AS - www.autoracing.com.br

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