F1 – Montezemolo detona torcida italiana

Luca di Montezemolo

O ex-presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, disse estar “enojado” pelos torcedores que vaiaram Lewis Hamilton depois do GP da Itália, no domingo.

Di Montezemolo, que dirigiu a Ferrari por 23 anos, de 1991 a 2014, disse que zombar e vaiar o piloto da Mercedes depois que sua vitória foi “um grande erro”.

“Lewis é um campeão fantástico, sempre foi muito correto, e ele fez uma corrida fantástica. Ponto final”, acrescentou.

“O que aconteceu foi muito, muito ruim e estou muito chateado.”

Di Montezemolo, que conversou com a BBC Sport em entrevista exclusiva em seu escritório em Roma, e acrescentou que qualquer crítica de fãs da Ferrari sobre a decisão da Mercedes de usar Valtteri Bottas para retardar Kimi Raikkonen da Ferrari por algumas voltas para ajudar Hamilton foi equivocada.

A Ferrari já empregou táticas semelhantes muitas vezes, disse ele.

“Eu posso dizer que ganhamos alguns campeonatos [desta forma] quando eu era o presidente e CEO – com Kimi e Felipe Massa, com Rubens Barrichello e Michael Schumacher, com Michael e Eddie Irvine”, disse ele.

“Então, isso faz parte do jogo. E Bottas não fez nada incorreto ou alguma ilegalidade. Ele fez sua corrida.”

“Quando eu ouço alguém fazer críticas … Isso é normal. Na vida é difícil vencer e é mais difícil aceitar quando você não vence. Então, ontem eu não estava feliz pelo que vi, desde o começo vindo do público.”

“A Mercedes fez o seu trabalho. Se eu estivesse no comando da Ferrari nas mesmas condições que a Mercedes, eu faria exatamente a mesma escolha. Então, finito.”

Montezemolo reconstruiu a Ferrari de uma das maiores baixas no início dos anos 1990 e supervisionou a era dominante de Michael Schumacher no início dos anos 2000, bem como o último título mundial da equipe com Raikkonen em 2007, e os dois quase títulos de Fernando Alonso em 2010 e 2012.

O empresário de 70 anos disse que achava que era hora de a Ferrari esclarecer a confusão sobre qual piloto fará parceria com Sebastian Vettel na equipe no ano que vem.

O assento está entre Raikkonen e Charles Leclerc, da Sauber, e o novo diretor executivo da Ferrari, Louis Carey Camilleri, disse no GP da Itália que nenhuma decisão havia sido tomada.

“Quando eu estava na Ferrari, eu não gostava de ter pessoas da arquibancada me dizendo o que fazer, então eu não quero fazer o mesmo”, disse Di Montezemolo.

“Mas o que posso dizer é que, na minha opinião, em um certo ponto da temporada – tradicionalmente em Monza – é bom anunciar … quem [vai guiar no próximo ano] porque é possível evitar guerras psicológicas entre os pilotos.”