F1 – Já temos o bicho-papão de 2019?

Por: Adauto Silva

Apesar de ser muitíssimo cedo para afirmar, a Ferrari andou muito nesses dois primeiros dias de treinos de pré-temporada.

E andou em todos os sentidos. Foi muito rápida, confiabilidade lá em cima e stints longos muito bons. Para quem esperava que os carros deste ano fossem cerca de 1,5s mais lentos que os do ano passado, esses tempos da Ferrari e até dos outros carros tem sido uma grande surpresa.

Para se ter uma ideia, nos dois primeiros dias do ano passado foram 1m20.179s da Red Bull no primeiro dia e 1m19.673s da Ferrari no segundo dia. Ou seja, pelos cálculos dos especialistas, esse ano os carros deviam começar a pré-temporada na casa de 1m21.500s.

Vettel e Leclerc andaram na casa de 1m18 nos dois primeiros dias, coisa de 3,5s mais rápidos do que as previsões! E não foi com o pneu mais macio da Pirelli. Eles fizeram esse tempo com o composto C3 e o mais macio é o C5…

Leclerc chegou a cravar 1m18.982s com o composto C2, que é o segundo mais duro de toda a gama da Pirelli!

Isso mostra o quão espetacular é a Formula 1, o quanto seus engenheiros são bons e conseguem rapidamente contornar os problemas impostos pelo regulamento que teoricamente diminuiriam a velocidade dos carros e por consequência aumentaria os tempos de volta.

Voltando a Ferrari, minhas fontes me disseram hoje que não esperavam esses tempos logo de cara. Ano passado a Mercedes foi apenas 2 décimos mais lenta nos dois primeiros dias. Este ano a diferença está passando de 1 segundo.

A Mercedes também andou com o composto C3, mas aceleraram tudo? Certamente não. Mas e quando acelerarem, será que vão ganhar 1,3s no tempo de volta para se equipararem ao tempo que a Ferrari fez nos dois primeiros dias?

E os stints longos? A Ferrari está em média 0,6s por volta mais rápida que a Mercedes. É muito, é demais! E é o mais importante…

Uma volta voadora em treinos de pré-temporada é menos significativo do que a média de voltas em stints longos. Para uma volta voadora você pode colocar muito pouco combustível, abrir a UP ao máximo, calibrar os pneus fora dos padrões da Pirelli e então pode vir um temporal. O problema é manter isso caindo vagarosamente por 10, 15, 20 voltas, sendo que obviamente o combustível é o primeiro problema.

Mas tem a UP que não pode ficar tantas voltas a pleno, os pneus não aguentam, a refrigeração começa a apitar, os freios super-aquecem e etc., uma série de outros problemas começam a aparecer.

Como eu disse no começo é cedo para afirmar alguma coisa, mas certamente teremos que ficar de olho para ver quando a Mercedes vai acelerar realmente e se vai ser suficiente tanto em volta voadora quanto em stints longos.

Minha fonte demonstrou uma certa preocupação hoje quando me mandou a seguinte mensagem: reds are faster than we thought (Ferrari está mais rápida do que pensávamos).

Amanhã tem mais a a partir das 8 horas da manhã ao vivo aqui. Quinta também. Depois é só na terça-feira que vem…

Em tempo: Honda melhor do que eu esperava – mas ainda longe do ideal – e McLaren se recuperando, pelo menos para brigar com dignidade no segundo pelotão. Williams sem comentários…

Veja todos os tempos até agora:

*O pneu C1 é o mais duro e o C5 o mais macio

Adauto Silva
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