F1 – Entrevista com o diretor da Pirelli F1 Paul Hembery

quinta-feira, 10 de março de 2016 às 18:08
Vídeoconferência com Paul Hembery

Videoconferência com Paul Hembery

Colaboração: Ricardo Arcuri

Esta semana, o Autoracing participou de uma entrevista coletiva com Paul Hembery, o responsável pelos pneus Pirelli da Formula 1. A coletiva aconteceu no escritório da mesma, através de uma videoconferência, com a presença de varias das personalidades mais importantes do jornalismo automotivo nacional.

Paul iniciou os trabalhos comentando sobre as novas regras da Formula 1 de escolha e uso dos pneus obrigatórios e opcionais. Falou do pneu ultra macio, que está estreando este ano e foi assunto de varias das perguntas dos jornalistas. A opinião dos pilotos é que o novo pneu cumpriu o que prometia, considerado como muito rápido e sua aderência extra é muito bem vista. Este tipo de pneu seria usado exclusivamente em circuitos de rua, como uma opção mais rápida. De acordo com Paul, o pneu ultra macio é um composto completamente novo e os tipos já existentes permanecem com a mesma construção de 2015.

Vettel testa ultra macios em Barcelona

Vettel testa ultra macios em Barcelona

OPINIÃO: Este pneu soa perfeito para circuitos de rua, especialmente em se tratando de Mônaco. Ano passado, as câmeras térmicas deixaram bem claro a dificuldade de se atingir a temperatura ideal de trabalho, mesmo com o super macio. Por isso, mesmo com uma durabilidade reduzida, podemos esperar melhores voltas e carros mais “no chão” na corrida deste ano.

Além de seus produtos, o chefão da Pirelli também deu sua opinião sobre as equipes e suas posições para a temporada que começa no próximo dia 20. Para ele, a Mercedes demonstrou confiabilidade e performance estável e, por isso, deve manter a hegemonia dos últimos anos. Acredita que o titulo deve vir da disputa entre o atual bicampeão Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que para ele vem forte dos bons resultados nas etapas finais do ultimo ano.

Sobre os concorrentes, Paul reconhece a força da Ferrari. Vê evolução no trabalho da equipe italiana e acredita em alguns passos a frente, como se dissesse que a diferença diminuiu entre as duas postulantes ao titulo. Também comentou da Williams, da evolução do carro dita pelos pilotos, e revelou que eles testaram em Barcelona com a versão 2015 do motor Mercedes.

Um dos assuntos abordados foi a mudança das regras para 2017. A partir do ano que vem, os pneus dianteiros serão mais largos, a fim de possibilitar que os carros andem juntos, mesmo em situação de vácuo. Comentou que essa mudança deve trazer mais pit stops e criar mais diversidade nas estratégias. Os testes aconteceriam em carros de 2013, algo semelhante ao que a marca adotou no começo de sua jornada na categoria.

Ainda sobre 2017, ele expressou alguma preocupação com a data da definição final das regras. Para ter o produto pronto para entregar na pré-temporada do ano que vem, seria necessária uma definição dos parâmetros iniciais e primeiros desenhos até junho. Após isso, começam os testes com protótipos, que seria a parte mais difícil do processo. Mesmo assim, demonstrou otimismo e que está feliz com o desafio de fazer pneus completamente novos e em curto espaço de tempo. Realmente será um desafio, considerando contar com um carro que não passa 100% dos dados semelhantes aos atuais (existe uma grande diferença de torque entre os V8 e os atuais híbridos).

Também foi comentado sobre a etapa que estreia esse ano, nas ruas de Baku, capital do Azerbaijão e da expectativa da marca com o novo circuito. Pensando em colher o máximo de dados possível, a Pirelli enviou uma equipe munida de equipamentos a laser para mapear o piso de toda a extensão do circuito. Assim, fica mais fácil simular por computador a carga sofrida pelo pneu x desgaste e definir os pneus mais adequados para a etapa de estreia, marcada para o dia 19 de junho.

No final, a coletiva durou um pouco mais de uma hora, com satisfação geral das informações apresentadas. O Sr. Hembery se apresenta bem e não tem vergonha de falar, mesmo quando a pergunta é complicada. Foi uma experiência gratificante para os jornalistas, independente de currículo ou tipo de mídia.

Ricardo Arcuri
São Paulo – SP

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