F1 – Entenda como funciona e do quê depende um pit-stop de 2 segundos

quinta-feira, 11 de julho de 2013 às 13:42

Pit-stop da McLaren

O acidente ocorrido depois de um pit-stop da Red Bull, durante o Grande Prêmio da Alemanha, fez com que a F1 virasse sua atenção para o mecanismo dessas paradas. O Autoracing examina todos os sistemas que as equipes desenvolveram na busca por pit-stops de 2 segundos.

Pit-crew (Mecânicos)

Pit Crew

Com três pessoas por roda, dois operadores por pistola de ar e vários outros mecânicos ocupados com outras tarefas, cada pit-crew contém pelo menos 20 pessoas. Cada um é treinado para um papel específico e as equipes levam esta preparação tão ao sério quanto seus pilotos, designando até um programa físico e uma dieta especial para cada um dos mecânicos.

Eles são treinados frequentemente, tanto na fábrica quanto nos finais de semana de corrida, e chegam a repetir o processo por mais de cem vezes até que os movimentos se tornem automáticos. Apesar de alguns problemas, como um defeito com uma pistola de ar, estarem no “caderno” de treinamento, cada um precisa focar no seu próprio trabalho, porque em uma operação de dois segundos, eles não têm muito tempo para observar o que o colega está fazendo.

Quando um erro é detectado, devido a velocidade do pit-stop, as vezes não dá para impedir a saída do carro, como foi o caso em Nurburgring. Para dificultar, o responsável pelo famoso “pirulito” não consegue ver os operadores das pistolas de ar, em meio as outras 20 pessoas que rodeiam o carro. Normalmente pela TV, conseguimos ver um mecânico tendo problemas com uma roda, por exemplo, mas no meio da confusão e em um espaço de tempo tão curto, fica difícil para os envolvidos perceberem o que está acontecendo.

Porcas da Roda

Porca de um F1

As rodas, os eixos e as porcas são irreconhecíveis comparadas com as usadas a alguns anos atrás. Cada porca está posicionada sobre o eixo, que é fixado para permitir um encaixe mais fácil da roda. As equipes minimizam o entorno para que as pistolas de ar não precisem passar muito tempo para fixar um pneu. As porcas da Ferrari, por exemplo, não chegam a dar três voltas completas.

Máquinas que cabem em um bolso são desenhadas para assegurar que a pistola de ar encaixe perfeitamente na porca, para que esta seja bem fixada no carro. Mesmo quando apertadas, as regras exigem que a porca seja retida sobre o eixo por um mecanismo de bloqueio. Este sistema costumava funcionar manualmente, com o mecânico sendo responsável pela sua ativação. Mas isso levava a erros, já que alguns escolhiam  levantar o braço ao mesmo tempo que ativavam o sistema.

Hoje em dia, a retenção é feita automaticamente; a pistola de ar serve como mecanismo de ativação e desativação do sistema. Com isso, o carro só pode ser liberado quando todos os operadores estão com suas pistolas livres, o que significa que a roda está fixada. Ainda assim, já vimos casos onde o mecânico pensa que a roda está devidamente presa, mas logo depois percebe o erro e começa a sinalizar para que o carro não seja liberado, as vezes tarde demais.

Pistolas de Ar

Pistola de ar

A F1 usa pistolas pneumáticas, com um efeito martelo que envia pulsações que liberam ou fixam a porca. Elas são programadas manualmente para uma pressão e tolerância específicas. Ano passado, a Mercedes descobriu que usar um pouco de gás Hélio poderia melhorar ainda mais o sistema. Apesar desta ideia ter sido proibida, ela mostra a importância da potência da pistola.

As equipes podem instalar um sistema binário que permite gravar a pressão utilizada nos pit-stops para que essa seja avaliada mais tarde. Ainda assim, a F1 não permite que as equipes usem essa tecnologia em tempo real, para saber se a pressão usada foi a correta. As pistolas também emitem um sinal eletrônico para assinalar que o processo de fixação da roda foi completado, e a mão no ar do mecânico serve apenas como um plano B, caso o sinal não funcione.

Macacos

Macaco

Macacos automáticos estão proibidos, por isso que as equipes precisam que um mecânico levante o carro manualmente. Ainda assim, o sistema é parcialmente automatizado e é acionado quando o responsável abaixa o macaco.

Na hora de um pit-stop, o mecânico que se ocupa da frente do carro precisa sair rapidamente quando o piloto é liberado.

Mas a velocidade deste mecânico não costuma ser um problema, pois o carro não precisa ficar no ar durante todo o processo. Quando os novos pneus entram nas rodas, o macaco pode ser retirado, pois a porca pode ser fixada com o carro no chão.

 

Semáforo

Semáforo em um Pit-Stop

A Ferrari foi a primeira a usar um sistema de semáforo parcialmente automatizado, que indica quando o carro pode ser liberado. O sistema pode ou não estar conectado aos sinais eletrônicos emitidos pelas pistolas mas, ainda assim, eles devem ser operados manualmente.

Caso este mecanismo seja legalizado no futuro, este deveria ser equipado com um sistema automático, conectado às pistolas de ar, aos mecanismos de retenção e até mesmo a um sensor que detectaria se outro carro estivesse passando pelo pit-lane. Entretanto, ele estaria sujeito a erros de leitura, sensores mal calibrados ou sinais falsos, que poderiam resultar em atropelamentos ou batidas na saída dos boxes.

 

 

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