F1 – Como funciona o novo sistema “brake-by-wire”?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014 às 9:40

Travada de Adrian Sutil em Jerez

A declaração de Felipe Massa no fim de semana sobre o fato de os novos sistemas “brake-by-wire” exigirem algum tempo de adaptação gerou muitas discussões entre os fãs, com todos querendo saber mais sobre ele e como funciona.

Vamos começar com uma explicação da Sauber: “O conceito do sistema de freios é totalmente novo, assumindo a forma de um sistema brake-by-wire pela primeira vez nas rodas traseiras. Isso se tornou necessário devido à performance ligeiramente superior do ERS, que exige variações bem mais amplas no torque das freadas das rodas traseiras do que antes”.

“Com o brake-by-wire, um sistema eletrônico mede quanta força o piloto aplica no pedal, e então – usando informações adicionais da recuperação de energia – determina em uma fração de segundo a quantidade de pressão de freada que deve ser aplicada nas pinças dos freios traseiros”.

Em outras palavras, com o ERS (Sistema de Recuperação de Energia) sendo muito mais potente nesses carros novos comparado aos monopostos de 2013 – 161bhp de energia contra 80bhp com o KERS – é essencial que os engenheiros instalem um sistema para compensar o efeito poderoso que isso tem no equilíbrio e estabilidade das freadas.

Isso torna as coisas aceitáveis para o piloto e não desestabiliza o carro com uma mudança repentina de equilíbrio. Grande parte do tempo de volta da Fórmula 1 moderna vem das freadas estáveis.

A declaração de Massa foi: “Os freios funcionam de uma maneira diferente. São freios eletrônicos, brake-by-wire, e ainda preciso melhorar o modo como estou freando, porque é diferente. Um pouco estranho algumas vezes”.

Então, como funciona?

Por segurança, um carro de Fórmula 1 possui dois sistemas de freios – dianteiro e traseiro – para que um pare o carro se o outro falhar. Em 2014, o sistema de freios traseiro tem o brake-by-wire, que avalia quanta pressão o piloto aplicou quando pisou no pedal e um sistema eletrônico modula a potência, permitindo o efeito ERS, que está acumulando energia para carregar a unidade do motor gerador cinético (conhecida como MGU-K).

Ele suaviza o processo, reduzindo a velocidade do carro de uma maneira consistente ao mesmo tempo em que assegura o máximo de energia acumulada para o ERS. Idealmente, o piloto não sentiria nada incomum com esse sistema, que deveria proporcionar freadas estáveis e consistentes. A função do novo sistema de freios traseiro é garantir a consistência.

Alguns podem argumentar que a assistência eletrônica para o piloto constitui uma “ajuda de pilotagem”, já que seria difícil manter um sistema de freios satisfatório para os pilotos sem ele. Mas como está escrito no regulamento, isso não viola a regra dizendo que o piloto precisa guiar “sozinho e sem ajuda” – o que impede o uso do controle de tração, ABS e outras inúmeras inovações técnicas.

Nota do editor: Em português esse sistema pode ser chamado de “freio eletrônico”

LS - www.autoracing.com.br

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