F1 – Chase Carey: Carro elétrico é esporte?

Chase Carey

O chefe da F1, Chase Carey, ainda não está convencido pelas credenciais esportivas da Formula E e não tem dúvidas sobre o foco crescente dos principais fabricantes de automóveis em relação à categoria totalmente elétrica.

As marcas alemãs Porsche e Mercedes anunciaram esta semana as saídas de outros campeonatos para entrar na FE em 2019, quando estará em sua sexta temporada.

“Os eventos desta semana não alteraram minha visão sobre a Fórmula E em nada”, disse Carey à Reuters em uma entrevista na Hungria hoje.

“Para a indústria automotiva convencional, há claramente uma direção para motores elétricos. Nada que aconteceu recentemente mudou.”

“Eu acho que a Fórmula E nesse ponto é, em muitos aspectos, uma combinação de uma festa de rua para fãs e patrocinadores e empresas automobilísticas.”

“Para os patrocinadores, estão perseguindo uma identificação corporativa com uma causa que eles gostam, para as empresas automotivas de P + D (pesquisa e desenvolvimento) é uma tecnologia que eles acham que será a maior parte do futuro. Não tenho certeza de que essas coisas já se conectam para tornar-se um esporte”.

A Porsche disse na sexta-feira que estava desistindo de Le Mans e do World Endurance Championship (WEC) depois desta temporada.

A Mercedes, cuja equipe de F1 dominou o campeonato nos últimos três anos e planeja fazê-lo por algum tempo ainda, está deixando o campeonato alemão de carros de turismo (DTM) no final do próximo ano.

Citroen, Renault, Jaguar, BMW, Audi e Mahindra da Índia já estão envolvidas na FE.

Carey disse que a F1, um campeonato mundial que vem vindo desde 1950 e representa o pináculo do automobilismo com equipes de glamour como Ferrari e McLaren, apela aos fãs de maneira diferente.

“Nós temos tecnologia de ponta, mas somos primeiro e acima de tudo um grande esporte, com ótimos heróis fazendo coisas incríveis que são inspiradoras e com fãs de todo o mundo que estão apaixonadamente amando o esporte”, disse o americano.

Carey assumiu o comando da F1 em janeiro, após a aquisição pela Liberty Media dos Estados Unidos, com o ex-supremo comercial Bernie Ecclestone tornando-se atualmente apenas uma figura decorativa.

Desde então, o empresário bigodudo se concentrou em uma abordagem mais amigável para os fãs, desenvolvendo estratégias digitais anteriormente inexploradas e construindo plataformas de marketing e redes sociais.

Eventos na cidade

Um recente evento gratuito F1 Live no centro de Londres, antes do GP da Inglaterra, atraiu uma multidão grande e entusiasmada com os pilotos levando seus carros para as ruas da cidade para corridas de demonstração.

Esse tem sido mais território da FE, com as corridas da categoria elétrica em cidades como Paris, Berlim e Nova York e com as últimas corridas da temporada em Montreal neste sábado e domingo.

Muitos dos pilotos de FE correram anteriormente na F1 com sucesso limitado, mas a chegada da Porsche e da Mercedes pode atrair mais pilotos de alto nível no futuro.

Atualmente, os carros não conseguem completar uma corrida com uma carga, e os pilotos têm que trocar de carros no meio da corrida, e sem o ruído do motor associado aos carros de Grand Prix.

A audiência da televisão e presença de público são uma fração daqueles que assistem a F1, enquanto é significativamente mais barato ter uma equipe, com orçamentos tão baixos quanto USD 15 milhões em comparação aos USD 300 milhões por ano na F1 e pouca coisa menos no WEC.

“Estamos oferecendo um produto incrivelmente excitante que capta a imaginação e a paixão das pessoas com ótimas estrelas”, disse Carey. “Eles (FE) têm uma agenda social que é obviamente importante, o meio ambiente, e eu respeito isso.”

“Há um apelo identificador com o problema ambiental, mas acho que são proposições muito diferentes”.

A Formula E também é parte da Liberty Global, outra empresa do império comercial do magnata da televisão a cabo dos EUA, John Malone.