F1 – Carros de 2010 – Renault R30 texto, video e fotos)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010 às 14:02
Renault R30 – frente

A equipe Renault F1, que agora tem um sócio independente, Eric Boullier, lançou seu carro de 2010 – batizado como R30 hoje em Valencia. Fora a pintura amarela e preta, que remete àquela usada pela equipe no fim da década de 70 e início dos anos 80, o carro não apresentou alguma novidade mecânica ou aerodinâmica marcante.

O carro é claramente uma evolução do ano passado, o Renault R29. Ainda apresenta um nariz grande e largo que visa criar uma área de baixa pressão na parte de baixo. Esse nariz, que tem uma eficácia bastante duvidosa, ainda pode sofrer um desenvolvimento antes do início da temporada.

Assim como em 2009, a asa dianteira é mais uma solução bastante simples. É realmente uma surpresa ver essa asa praticamente sem alterações, já que a Renault apontou-a como um dos motivos pelos quais seu carro de 2009 não foi bom o suficiente para andar na frente. Não seria uma surpresa se a equipe estiver escondendo uma nova versão nos bastidores.

Os sidepods (caixas laterais) são também uma clara evolução, e contrariamente aos outros três carros que foram lançados (Ferrai, McLaren e Sauber), a Renault tem entradas de ar nos sidepods que se estendem ao piso do carro, em vez de entradas de retangulares acima do assoalho do carro.

Renault R30 – lateral

A extremidade traseira do carro ainda não está muito clara, já que as fotos divulgadas não a mostram com definição. A asa traseira tem ainda um suporte central único, com adesivos de calor. A equipe, sem dúvida, está interessada em saber a temperatura deste elemento quando o carro estiver andando na pista, já que o sistema de exaustão do motor foi movido para trás e mais para o centro do carro.

Entrevista com Rob White, Diretor de motores da equipe

Rob, como os preparativos para a nova temporada vem acontecendo em Viry?
Como sempre, o período entre o final de uma temporada e o início da próxima é um de intensa atividade na fábrica. Nosso objetivo é chegar na primeira corrida sabendo que demos o máximo, partindo do tempo disponível e recursos para maximizar o potencial de desempenho do carro. Como conseqüência existe alguma incerteza nas primeiras semanas do ano, e como nós falamos hoje, ainda não estamos prontos para corrida, mas estamos no caminho certo para estarmos prontos para a primeira corrida no Bahrein.

Que desafios a proibição de reabastecimento apresenta à equipe de motor?
Em primeiro lugar, sem reabastecimento, o consumo de combustível torna-se um diferencial de desempenho mais significativo durante a corrida, já que o carro larga com combustível para a corrida inteira, em vez de ser dividido entre os pitstops. No entanto, o efeito do desempenho do consumo de combustível diminui durante a corrida, uma vez que o carro vai ficando mais leve conforme vai gastando combustível. Em média, o benefício de gastar menos 5% de combustível em distância de corrida, será equivalente a um ganho de 1% a mais de potência no tempo de volta. Assim, em 2010 a economia de combustível é um desafio importante no desenvolvimento de um carro de F1, assim como é para os nossos colegas que fazem os carros de produção (rua).

Em segundo lugar, a gestão do combustível no carro é um desafio. O carro será abastecido para toda a corrida, de modo que não haverá mais espaço para reabastecimentos rápidos no final da corrida. O desafio será o de abastecer o carro com a quantidade de combustível exata, para que não acabe antes nem que sobre algum excesso no tanque. Não podemos ter erros de medição ou mau funcionamento de sistemas, porque isso penalizaria o desempenho. Há, portanto, as tarefas de desenvolvimento para garantir a precisão da medição a bordo e as funções processuais na equipe de corrida para extrair o máximo desempenho do carro.

Renault R30 – panorâmica

Um fator final da gestão do combustível é a sua temperatura: o combustível estará a bordo para a corrida inteira, e ele vai esquentar por causa do calor gerado em volta dele. Este é um desafio adicional para os nossos fornecedores e mais um fator para otimizar a confiabilidade e, posteriormente, para o desempenho do carro.

O grid foi muito competitivo no ano passado. Podemos esperar a mesma coisa este ano?
Tenho certeza que a temporada será intensamente competitiva. O grid mudou muito desde 2009, e todos, dentro e em torno da F1 estão impacientes para ver tudo começar. Além das novas equipes no grid, saudamos o regresso da Cosworth ao mundo dos motores da F1. Eu gostaria muito de ver a Renault solidamente no grupo da frente, mas tudo será muito apertado ali!

Veja o video de lançamento

Adauto Silva – 21/01/10
www.autoracing.com.br

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