F1 – Brundle: Aumento de pilotos pagantes é ‘desconfortável’

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014 às 13:25

Martin Brundle

O ex-piloto de Formula 1 e agora comentarista Martin Brundle acredita que a propagação dos pilotos pagantes no campeonato mundial está se tornando “desconfortável”.

Houve preocupação quando equipes em posições mais altas no grid começaram a exigir pilotos com patrocínio para 2014, como destaque maior o caso do venezuelano Pastor Maldonado no seu contrato com a Lotus, onde substituiu o recém contratado pela Ferrari Kimi Raikkonen.

Brundle disse no site Autosport que a situação era mais complicada do que parecia, mas era definitivamente uma preocupação.

“O principal problema é que, se as equipes pararem de gastar tanto para construir os carros, então irão diminuir a necessidade de todo esse dinheiro”, disse ele.

“Quando uma equipe como a Lotus, a única a realmente desafiar a Red Bull de forma consistente no ano passado, sofre com a falta de dinheiro, então há algo fundamentalmente errado”.

“De uma forma ou de outra, o esporte tem que ser pago. Quer seja com o Santander acompanhando Fernando Alonso, ou a Vodafone, quando eles tinham Lewis Hamilton e Jenson Button para o mercado britânico, de alguma maneira tem que ser pago. Você não pode correr ao ar livre e não ter o suficiente respaldo vindo de uma organização”.

“Não há dúvida de que os pilotos pagantes chegam rastejando no seu caminho rumo ao grid. Mas eles ainda são grandes pilotos. Não acho que alguém que paga para estar lá não seja um piloto de corridas de alto nível”.

Ele enfatizou que o rótulo de piloto pagante pode ser enganoso.

“O equilíbrio está perigosamente pendendo mais para uma dominação de pilotos pagantes”, disse Brundle. “Mas é uma expressão horrível. É um rótulo que você simplesmente não consegue se livrar. Niki Lauda enfatizou que teve que pedir dinheiro emprestado para pagar por suas corridas iniciais na Formula 1”.

Lauda disse: “Eu prometi a Ken Tyrrell 150 mil libras que simplesmente não tinha em 1984. Eu estava apenas enrolando. Ele depois me disse: ‘Eu sei que você não tem o dinheiro, mas eu quero que você pilote para mim de qualquer maneira’”.

Brundle continuou: “De uma forma ou de outra, você tem que fornecer dinheiro, então não vamos ficar muito presos nisso. Mas é decepcionante quando você vê um piloto como Paul di Resta saindo da F1 quando sabemos que outros permanecem porque estão trazendo dinheiro”.

“É com essa é a parte que me sinto desconfortável”.

Brundle também acredita que a F1 precisa colocar mais dinheiro para garantir que pilotos mais talentosos subam das categorias de acesso.

“O dinheiro não retornará como as raízes de grama – ou pelo menos, nem perto o suficiente”, disse ele.

“Lugares como Wimbledon colocam de volta todos os anos um número significativo de milhões para manterem o sistema”.

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