F1 – Ações da Williams caem 40% em seis meses

segunda-feira, 5 de setembro de 2011 às 11:52
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Sexta-feira passada fez 6 meses que a equipe Williams lançou suas ações equivalentes a 24% de seu capital na Bolsa Junior de Frankfurt, portanto agora é um bom momento para saber como anda a confiança dos investidores na equipe.
De acordo com o jornal londrino Sunday Telegraph, as ações da Williams fecharam na sexta-feira a €15, ou seja, 38,5% de desvalorização desde que foram lançadas em março. As recentes turbulências do mercado de ações tem sua parcela de culpa na desvalorização, mas os péssimos resultados da equipe na pista, conforme alguns especialistas financeiros, estão sendo o fator mais importante.
Até o GP da Bélgica na semana passada, a Williams vem tendo uma das piores temporadas de sua história. Está em nono lugar no campeonato de construtores com apenas 5 pontos, uma piada para uma equipe que já foi a força dominante da Formula 1. Duas peças chaves da equipe já estão demitidas para 2012 e outra que foi contratada para assumir, Mike Coughlan, ex-McLaren, está em desgraça na F1 desde o caso “spy-gate”.
Scott Garrett, ex-diretor de marketing da Williams disse que “a equipe precisa começar a competir. Não necessariamente vencer; eu não acredito que eles tenham orçamento para isso, mas competir e às vezes aprontar alguma surpresa.” Havia esperança que isso acontecesse este ano.
“Não estou muito preocupado por não termos marcado pontos ainda”, disse Barrichello no GP da Espanha.. “Nós vamos marcar, com certeza. O que me assusta um pouco é que tínhamos planos para vencer corridas este ano. E estes planos agora estão longe, muito longe”.
Em julho, o presidente da equipe Adam Parr, que deixou seu cargo à disposição devido ao desastroso início de temporada, declarou: “Nossa performance na pista era tão inadequada (no começo da temporada)  para falar com patrocinadores, que eu disse para o nosso pessoal de marketing esperar um pouco para criarmos uma expectativa melhor para o futuro. Temos algumas conversações que estão caminhando muito bem e estou muito otimista para trazer grandes parceiros para o próximo ano”, disse ele.
É difícil imaginar como algum potencial patrocinador pode ficar excitado ao ver apenas 5 pontos marcados em 12 corridas. No final de 2010 a Williams perdeu 6 patrocinadores, incluindo o Royal Bank of Scotland e a Cia Aérea Air Asia. Seus maiores patrocinadores agora são a PDVSA (Petróleo da Venezuela) e a gigante de telecomunicações AT&T. Se elas saírem, a Williams pode enfrentar problemas ainda mais sérios, porque, de acordo com seu prospecto do lançamento de ações, a renda da equipe dos prêmios em dinheiro e de seus três maiores acordos de patrocínio “representa entre 80 e 90 por cento da renda contratada do grupo”.
Acredita-se que os prêmios em dinheiro sejam a maior fonte da renda da Williams. Ele é calculado de acordo com as posições das equipes no campeonato no final da temporada. Em 2010, a Williams recebeu 59 milhões de dólares por terminar em sexto, mas esse número cairia para 17 milhões neste ano se a organização continuar em sua colocação atual.
Para impedir uma queda ainda maior em seus lucros, a Williams está diversificando, e no início deste ano, assinou uma parceria com a Jaguar Land Rover que as verá construindo juntas o supercarro híbrido C-X75 de 700 mil libras.
Garrett acredita que nem todos os investidores ficarão desapontados com o mau desempenho da equipe no mercado de ações. “Investidores que não estão lá pelo retorno – fãs, em sua maioria – podem continuar investindo”, diz ele. Pode ser uma história diferente com os investidores corporativos que se cansarem de esperar uma reviravolta no preço das ações.
O maior infortúnio da queda no preço das ações foi a firma holandesa de investimentos Cyrte, fundada pelo bilionário John De Mol. A Cyrte se tornou a maior investidora da Williams ao comprar 5 por cento de suas ações. A queda no preço prejudicou severamente a Cyrte, e suas ações perderam 4.7 milhões de euros em seu valor desde que foram adquiridas.
Garrett não acha que a performance discreta da Williams no mercado impedirá que outras equipes lancem suas ações, mas acredita que pode tornar os investidores corporativos mais cautelosos. “Raramente o objetivo primário das equipes da Fórmula 1 é proporcionar lucros para os investidores”, afirma ele. “Eu diria que investidores mais motivados financeiramente vão tratar o assunto com cuidado se outras equipes lançarem ações”. Considerando a recepção que as ações da Williams tiveram, não parece provável que alguma de suas rivais se juntará a ela no mercado de ações por um bom tempo.

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