Equipe e Grupo Renault unidos pela tecnologia 03/06/04)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 às 21:12
François Rougier

Apesar de toda a tecnologia e da competência dos engenheiros de uma equipe de Fórmula 1, o suporte de departamentos de pesquisa e desenvolvimento de uma fábrica como a Renault é mais do que bem-vindo. Por isso, foi natural que ao retornar à categoria em 2000, a Renault empregasse toda a sua capacidade, unindo seus departamentos em várias partes do mundo com o objetivo de buscar a vitória.

Quando a Renault adquiriu a Benetton em 2000 e voltou à Fórmula 1, ficou claro para o diretor Flavio Briattore que, para disputar o título a médio prazo, seria preciso mobilizar todo o potencial técnico dos engenheiros e especialistas do grupo Renault. Em outras palavras, as bases da equipe de F-1 localizadas em Enstone (Inglaterra, especialista em chassi) e Viry-Châtillon (França, dedicada aos motores) contariam com os enormes recursos do Centro Técnico de Guyancourt (Technocentre) e sua equipe de mais de 8.000 especialistas.

“O Grupo Renault colocou à nossa disposição uma enorme lista de ferramentas com as quais nem mesmo sonhávamos há cinco anos atrás”, comenta Bob Bell, diretor-técnico de chassi da Renault F1, baseado em Enstone.

O responsável pelo envolvimento do Centro Técnico de Guyancourt na F-1 é François Rougier. Segundo ele, não é apenas este centro técnico da fábrica que está envolvido com o esforço da F-1: “Solicitamos apoio de todos os especialistas da empresa, como os alocados nos centros de Rueil e Lardy, ambos na França”, revela.

Trabalho da equipe

Esta colaboração científica cobre diversos campos. “Nossa contribuição tem produzido importantes resultados”, observa François Rougier. Mas este trabalho é uma via de duas mãos: os produtos Renault vendidos aos consumidores também se beneficiam desta colaboração. Veja abaixo alguns resultados desta integração na Fórmula 1.

Segurança – Os centros técnicos de Guyancourt e Lardy tiveram papéis importantes no projeto do carro de F-1. O bólido precisa ser leve, mas ao mesmo tempo tem que ser rígido o suficiente para suportar os exigentes testes de impacto da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). As simulações feitas nestes centros também ajudaram a aperfeiçoar o HANS (head and neck support ou suporte para cabeça e pescoço), o mais revolucionário item de segurança recente do automobilismo. Ele protege a coluna cervical em caso de acidente. Ao final do projeto, todas as equipes que participam da F-1 foram beneficiadas pelo trabalho realizado pelos engenheiros da Renault.

Cálculos de aerodinâmica – Os especialistas do Centro Técnico de Guyancourt participaram do desenvolvimento de modelos matemáticos e simulações de fluxo dinâmico. “É um processo de aprendizado mútuo entre os engenheiros da equipe de F-1 e da fábrica. O estudo da aerodinâmica ainda é um mistério em vários aspectos”, diz François Rougier. É impossível para os engenheiros de Enstone cobrir todos os campos da pesquisa aerodinâmica. A inigualável capacidade de cálculo do centro de Guyancourt faz descobertas e progressos muito mais rapidamente, agilizando também sua aplicação.

Eletrônica – Uma calculadora extremamente potente está sendo desenvolvida. As conclusões que ela possibilita em termos de capacidade de cálculo e aquisição de dados podem ser aplicadas na F-1 em 2005.

Câmbio – O envolvimento dos especialistas do Grupo Renault no desenvolvimento do carro deste ano permitiu que potenciais problemas na caixa de câmbio fossem detectados em um curto espaço de tempo. Eles também desenvolveram um novo dinamômetro para câmbio na fábrica de Enstone. Em funcionamento desde o verão passado, ele permite que a confiabilidade e desempenho do câmbio sejam aperfeiçoados antes mesmo que o carro vá para a pista.

Chassi – Os técnicos de Guyancourt analisaram o funcionamento do diferencial e do motor para otimizar o desempenho do chassi.

Refrigeração – Apesar de a temperatura do óleo e da água atingirem, respectivamente, 100ºC e 120ºC, o objetivo é melhorar a refrigeração sem comprometer a eficiência aerodinâmica – reduzindo as entradas de ar da carenagem, por exemplo.

Sistemas de computador – O Centro Técnico de Guyancourt desenvolve uma nova geração conhecida como NGIS. Este programa gerencia todos os dados recolhidos pela equipe durante as corridas ou testes. Todos os envolvidos com a equipe Renault F1 podem acessar este banco de dados.

Motor – Enquanto um engenheiro trabalha na confiabilidade do propulsor RS24, outro é responsável em realizar os cálculos de injeção e combustão, enquanto um terceiro cuida da otimização do motor, um processo matemático que permite a identificação da melhor solução possível para um determinado problema. Esta técnica também é aplicada ao chassi.

Programa sob medida – O programa de F-1 é capaz de solicitar os serviços do Centro Técnico de Guyancourt em outras áreas, seja para tarefas urgentes ou projetos específicos de longo prazo – como o das suspensões, que está em andamento este ano.

Trabalho da equipe

Conheça alguns dos Centros Tecnológicos do Grupo Renault que trabalham em parceria com a equipe Renault F1

Centro Tecnológico de Lardy: realiza os testes de impacto (crash-tests) do chassi dos carros da equipe Renault F1. Este centro teve papel fundamental para o aperfeiçoamento do sistema HANS de segurança do piloto.

Centro Técnico de Guyancourt : este centro técnico possui um departamento exclusivamente voltado para a F-1. Na foto, a tela de computador mostra o trabalho do microscópio de elétrons.

Centro Técnico de Rueil : oferece dinamômetros de altíssima tecnologia. Flavio Briattore e os pilotos Jarno Trulli e Fernando Alonso são presenças corriqueiras em suas dependências.

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