Entrevista: Lewis Hamilton reflete sobre a temporada 2009

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 às 20:50

Lewis Hamilton e Ron Dennis

Tendo entregue seu título de campeão da F1 para Jenson Button após o Grande Prêmio Brasil em Interlagos, no domingo passado, Lewis Hamilton refletiu sobre sua campanha de 2009 – e sobre como ele pretende recuperar totalmente o seu suado título em 2010…

O Grande Prêmio do Brasil foi um evento fantástico para os fãs de automobilismo britânico. Em primeiro lugar, como foi sua corrida?
Eu tive uma corrida fantástica! Foi incrível, eu realmente me diverti muito. Corri com o coração, como um louco pressionando o tempo inteiro e conseguiu um resultado que eu nunca esperava. Meu carro estava fantástico, eu pude realmente forçar e nossa estratégia foi perfeita. Eu acho que nós realmente temos um carro bastante sólido agora. Eu sei que o Brasil jogou com nossas forças um pouco, mas ainda assim, vir de 17º para terceiro foi um resultado muito animador para toda a equipe. A coisa mais importante é que nós podemos continuar a desenvolver este desempenho e levá-lo conosco para o próximo ano.

Algumas palavras para Jenson?
Ele sabe que eu torci para ele durante todo o ano, e eu o vi depois da corrida e lhe dei os meus parabéns. Eu venho dizendo há meses que ele seria um campeão do mundo digno, e eu acho que ele vai ser um grande embaixador do nosso esporte. É ótimo que o título vai ficar na Grã-Bretanha por mais um ano, e eu gostaria de pensar que nós dois estaremos lá no próximo ano, lutando lado a lado para garantir que vamos continuar trazendo-o para casa. Nós dois queremos fazer o nosso país orgulhoso, e você realmente não poderia ter pedido a Jenson fazer mais nesta temporada. Ele venceu seis corridas e sempre esteve no controle de si mesmo. Foi um grande trunfo para a equipe BrawnGP. Estou orgulhoso do que ele fez – tanto ele e sua equipe – e eu acho que ele vem a Abu Dhabi sem peso nos ombros e pronto para fazer uma grande corrida. Seria fantástico para o Reino Unido se pudéssemos conseguir um grande resultado – como um primeiro e segundo – na última corrida da temporada.

Agora que você já passou o título campeão do mundo para Jenson, você tem algum conselho para ele?
Tornar-se campeão do mundo é uma sensação estranha e surreal. Ouvi no domingo que Jenson ficou dizendo, “eu sou campeão, eu sou campeão do mundo”, e eu meio que sei exatamente o que ele queria dizer. É muita coisa para apenas um dia. Eu ainda não me vejo como campeão do mundo – é claro, quando vi pela primeira vez o número 1 no meu carro que realmente significou algo, e quando cheguei em Melbourne para a primeira corrida também significou algo novo para mim, mas eu ainda tenho a mesma determinação para vencer que eu sempre tive. Meu único conselho para Jenson seria deixar o tempo passar e apreciar lentamente tudo que aconteceu. Ser campeão te empurra em direções que você ainda não tinha pensado, e é tudo sobre re-configurar o seu equilíbrio encontrando a calma para os novos desafios à frente – mas é também um sentimento extremamente edificante, uma isenção total e traz algo especial para sua vida. Ele vai ser um grande campeão.

Olhando para trás em seu ano como campeão, como você o descreveria?
Bem, tem sido um ano fantástico para mim. Tem sido muito duro e exigente, às vezes, mas eu acho que sou realmente uma pessoa muito diferente agora do que era há um ano – e algumas mudanças, direta e indiretamente, vem do fato de ter sido campeão do mundo. Acho que este ano me ajudou a compreender e apreciar mais o desafio e a emoção da F1. Eu gostaria de pensar que sou um indivíduo mais equilibrado, como resultado da minha temporada, e eu acho que definitivamente eu sou um piloto melhor em muitos aspectos. Eu ainda sou um lutador e eu ainda quero ter certeza que eu consigo manter minha família, meus amigos e minha equipe perto de mim. Vou lutar muito para levar para casa uma vitória em Abu Dhabi – que é muito importante, porque uma vitória lá vai manter todos nós felizes para o inverno, e isso é ótimo para a nossa motivação. E, claro, estarei levando a luta para a primeira corrida do próximo ano – já estou ansioso por isso. O ruim é que demora muito!

Quais os momentos favoritos deste ano?
Obter o pacote de atualização em Nurburgring foi um “booster” fantástico, mas também um alívio incrível, pois pude finalmente sentir que eu tinha um bom carro de corrida debaixo de mim. A primeira vitória do ano na Hungria foi surpreendente, porque tínhamos trabalhado muito duro para aquilo, e cada pessoa na nossa equipe merecia ganhar. Vencer em Cingapura também foi impressionante – uma corrida muito dura. Eu estou realmente orgulhoso de ter vencido ali, é um circuito de corrida incrível e um verdadeiro carro-chefe para a F1. Além disso, a corrida em Suzuka, pela primeira vez foi um sonho para mim, e eu estou realmente orgulhoso da minha tocada no Brasil. Eu nunca pensei que chegaria nos pontos, e muito menos ao pódio. Estou encorajado pelo nosso progresso, porque eu sei que tudo isso alimenta o nosso desenvolvimento para 2010. ”

AS – www.autoracing.com.br

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