Carros de rua – Crédito para veículos cresce 15,3% em doze meses

sábado, 17 de junho de 2017 às 14:00
Financiamento de veículos

Financiamento de veículos

O total de recursos liberados pelos bancos de montadoras e instituições independentes para financiar a compra de veículos no primeiro quadrimestre deste ano somou R$ 29,2 bilhões, o que representa uma alta de 15,3% em doze meses. De acordo com os dados divulgados no boletim da ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), nos primeiros quatro meses de 2016 o montante destinado às operações de financiamento e leasing foi de R$ 25,3 bilhões.

No entanto, se for considerado apenas o volume de financiamento concedido em abril, o mercado de crédito para compra de veículos apresentou resultado negativo: foram concedidos R$ 6,7 bilhões, ante R$ 8,3 bilhões do mês anterior, o que representa uma queda de 19,6% na comparação com março. “O recuo foi reflexo da queda de vendas do mercado de carros. Parte disso se deve aos feriados. Em abril, tivemos 18 dias úteis contra 23 de março. Mas, em relação ao mesmo período do ano passado, o mercado de crédito registrou uma alta de 12,6%. Os indicadores econômicos, como a alta do PIB no primeiro trimestre e a redução da taxa Selic, dão sinais de recuperação econômica. Contudo, os próximos meses ainda serão de cautela, principalmente por conta da instabilidade política que vivemos hoje”, avalia o presidente da ANEF, Gilson Carvalho.

Dos R$ 6,7 bilhões liberados pelo sistema financeiro, R$ 5,9 bilhões foram destinados às pessoas físicas (queda de 6,8% em relação a março e alta de 31% em doze meses) e os outros R$ 792 milhões para as pessoas jurídicas (recuo de 13,8% na comparação com o mês anterior e aumento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2016).

No acumulado do ano, o montante liberado para as operações de financiamento foi de R$ 28,7 bilhões, aumento de 17% em doze meses. Para as pessoas físicas foram destinados R$ 25,7 bilhões e para as jurídicas, R$ 2,9 bilhões. Em doze meses, o volume de negócios para o primeiro grupo cresceu 17,2%, enquanto para o outro, 15,2%.

As operações de leasing apresentaram praticamente o mesmo desempenho registrado em março. Em abril, por exemplo, foram liberados R$ 152 milhões, o que representa uma pequena alta de 0,6% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, no entanto, o recuo foi de 21,6%. O maior volume, de R$ 128 milhões, foi destinado às pessoas jurídicas, alta de 6,7% no mês e de 0,7% em doze meses. As pessoas físicas responderam por R$ 24 milhões dos negócios, queda de 27,3% em relação a março e de 64,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Saldo das carteiras

No quarto mês do ano, o saldo das carteiras também se manteve estável, atingindo os R$ 161,3 bilhões, volume 0,3% inferior na comparação com março. Em doze meses, o recuo foi maior, de 7,2%. Os financiamentos responderam R$ 157,3 bilhões, queda de 0,25% em relação ao mês anterior e de 6,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já os R$ 4 bilhões restantes correspondem às operações de leasing, que tiveram recuo de 2,4% na comparação com março e de 25,9% em dozes meses.

O saldo de crédito para aquisição de veículos para pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 2,9%, recuo de 0,4 ponto percentual. O volume representa 5,2% do total do crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e 10,5% do total das operações de crédito – Recursos Livres.

Inadimplência

A taxa de inadimplência para as pessoas físicas, considerando as operações com atraso há mais de 90 dias, manteve-se em 4,5% em abril – mesmo índice de março e dos últimos doze meses. Já para as pessoas jurídicas, o índice foi de 4,3%, queda de 0,2 ponto percentual, na comparação com março, e de 1,2 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2016.

Na carteira de leasing, o índice de atrasos foi de 3,6% tanto para pessoas físicas como jurídicas. Para o primeiro grupo, foi registrada queda de 0,1 ponto percentual na comparação com março e de 1,0 ponto percentual em doze meses. Já para o outro público, o índice foi o mesmo alcançado em março. Porém, em relação ao mesmo período do ano passado, houve recuo de 0,2 ponto percentual.

Taxa de juros

As taxas praticadas pelos bancos ligados às montadoras continuam mais atraentes na comparação com as adotadas pelas instituições independentes. Em abril, as entidades associadas à ANEF cobraram juros de 21,7% ao ano e 1,65% ao mês, enquanto os independentes trabalharam com índices 24,4% e 1,86%, respectivamente. O prazo médio das concessões é de 41,9 meses – em abril do ano passado foi de 40,8 meses. O prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.

Vendas financiadas de veículos somam 442,4 mil unidades em maio

O mês de maio encerrou com 442.387 veículos financiados, entre autos leves, motos e pesados. O resultado mostra uma alta de 17,5% em relação a maio do ano passado. Os dados consideram unidades novas e usadas. No acumulado do ano, de janeiro a maio, o volume de financiamentos de veículos somou 2.008.947 unidades, alta de 7,5% na comparação com o mesmo período de 2016.

O levantamento é da B3, empresa resultante da combinação de atividades da BM&FBOVESPA, uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado, e a Cetip, maior depositária de títulos privados da América Latina. A B3 opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), base privada de informações que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo o Brasil. O SNG impede que o processo de financiamento de veículos seja suscetível a fraudes sistêmicas.

Em maio, as vendas financiadas de veículos novos apresentaram alta, ao totalizar 160.244 unidades negociadas, um crescimento de 10,1% ante maio de 2016. Já as unidades usadas atingiram 282.143 vendas a crédito no mês, avanço de 22,1% na mesma base de comparação.

Entre os automóveis leves, foram financiadas 97.154 unidades novas em maio, alta de 12,7% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 27,2% na comparação com abril. Quando considerados apenas os dias úteis essa elevação é bem menor, de 7,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 4,1%, na comparação com abril. Já as vendas a prazo de carros usados totalizaram 259.601 unidades, aumento de 22,1% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Levando-se em conta apenas os dias úteis, o financiamento de veículos em maio caiu 0,5% em relação ao mês anterior.

“Ainda é cedo para falar em melhora do cenário econômico, os dados seguem indicando muito mais um cenário de estabilidade na economia”, disse Marcus Lavorato, gerente de Relações Institucionais da B3.

Em maio, os autos leves com nove a 12 anos de uso avançaram 52,1%, na comparação com o mesmo período de 2016, com 40.871 carros negociados. Os carros com mais de 12 anos também apresentaram alta de 43,5% e somaram 13.373 unidades. Os carros de quatro a oito anos de uso registraram alta de 25,1% e somaram 145.917 unidades vendidas a prazo. Já os autos leves com até três anos de uso mostraram queda de 0,7%.

Considerando as modalidades de financiamento, o CDC avançou em maio e continua sendo a mais utilizada pelos consumidores, com 361.392 unidades negociadas, alta de 21,7% na comparação com o mesmo período de 2016. O consórcio avançou 1,2% ante maio do ano passado, com 70.051 unidades.

O prazo médio de financiamento de autos leves com até três anos de uso aumentou de 42,8 para 43,1 meses em maio, em relação ao mesmo período de 2016. No mês, o prazo para carros com quatro a oito anos de uso também avançou de 42,7 para 43,5 meses, na mesma base de comparação.

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