Bastidores do Grande Prêmio do Japão de Formula 1 2011

Vettel mania

Sebastian Vettel garantiu o bicampeonato da Fórmula 1, na pista japonesa de Suzuka, que mais uma vez viu a decisão do título. Apesar da “Vettel-mania”, os japoneses vieram animados para torcer por aquele que é sem dúvida, o mais arrojado piloto japonês que já passou pela Fórmula 1, Kamui Kobayashi. O japonês infelizmente não fez uma boa corrida e, chegou apenas na décima terceira colocação.

Torcida brasileira

Aos brasileiros, que assim como eu, foram ao autódromo torcer pelos conterrâneos, restou apenas a saudade. Desculpe, mas a saudade das grandes decisões de campeonatos que Piquet e Senna fizeram na pista japonesa é muito grande. O desempenho dos pilotos brasileiros foi bem abaixo do esperado, para todos eles. Nem Massa, nem Barrichello e muito menos Bruno Senna, segundo a opinião dos torcedores brasileiros e até japoneses, honraram a tradição brasileira na categoria, particularmente na pista de Suzuka. Ao Bruno Senna damos um desconto especial, devido ao noviciado do piloto com um carro mais competitivo. Já quanto aos demais, já possuem estrada demais para fazer algo melhor do que fizeram.

Bat-Ferraris

A etapa japonesa da Fórmula 1 era famosa por ser um show à parte, principalmente para os torcedores. Neste ano eles ainda estavam lá, mesmo que em número um pouco menor e capricharam no visual. Desde diabinhas, samurais e “bat-ferraris”, animaram a festa. A quantidade de lojas de souvenires foi menor do que em anos anteriores, estandes de montadoras e carros expostos, inexistentes neste ano. Uma dura realidade que o mundo econômico atual e as tragédias naturais impuseram ao país onde dinheiro não era problema. Na verdade dinheiro não é o problema dos japoneses, é a solução, do qual ultimamente batem a cabeça para acharem. Nem ao menos a cidade de Suzuka estava tão decorada e, no clima do circo da Fórmula 1 como em anos anteriores

Satoru Nakajima

A organização compensou trazendo o ex-piloto Satoru Nakajima, para dar umas voltas na pista com a Lotus-Hart que conduziu na temporada de 1989 da Fórmula 1. Aquela mesma, da qual nem Satoru, nem Nelson Piquet, o primeiro piloto da equipe na época, conseguiram se classificar para a largada do Grande Prêmio da Bélgica. Apesar da nota triste que carrega, o carro é lindo e colocou no “chinelo” o ronco dos motores dos carros atuais, impressionando a todos nas três voltas que deu em Suzuka. Que me desculpem os mais apaixonados pelo barulho das máquinas atuais, mas está feio demais, principalmente na reduzida. A impressão que temos é que algo está quebrando, em todos os carros. Tal barulho era comum apenas em carros com motor Renault no ano de 2010, neste ano, todos os motores fazem o mesmo “escândalo”.

Daisuke Nakajima – Formula Nippon

A organização também trouxe quatro carros da Fórmula Nippon, o equivalente a GP2 européia, para fazer uma demonstração especial. Dentre os pilotos, destaque para mais um Nakajima, o filho mais novo do samurai da velocidade, Daisuke Nakajima, que pilotou um dos carros da equipe do pai famoso.

Corrida à parte, a estrutura do autódromo de Suzuka está cada vez melhor. Não existem mais os antigos barrancos e, a acessibilidade aos locais, milimetricamente marcados para os torcedores, chega a impressionar pela organização. Bonecos do “tio” Bernie Ecclestone fizeram a alegria dos japoneses.

Fiscal japonês com o boneco de Bernie

Em 2012 tem mais e, desde já, os “fantasmas” econômicos começam a rondar o evento japonês. Para 2013 ainda não há nada confirmado da pista continuar no calendário. Acredito que até lá tudo se resolva, basta apenas que o Bernie divida melhor a grana com quem faz o esporte acontecer, equipes e autódromos.

Daniel Gimenes

AS – www.autoracing.com.br