Análise: Mudança nos bicos da F1 causa dor de cabeça para as equipes

terça-feira, 13 de janeiro de 2015 às 11:10

Ilustração do bico de 2015

A tentativa de eliminar os bicos feios da Fórmula 1 em 2015 pode ter sido feita por simples estética, mas causou complicações para os projetistas.

Após as fortes críticas contra o visual dos carros do ano passado, a FIA tomou uma atitude e proibiu as pontas estendidas dos bicos para 2015. Um ajuste no regulamento técnico da Fórmula 1 estipulando critérios dimensionais estritos a fim de banir as pontas estendidas resolveu o problema.

No entanto, apesar da alteração nos bicos aparentemente ter sido mínima, o impacto na evolução dos designs de 2015 foi relativamente grande. A razão é simples: como o bico é a primeira parte do carro a atingir o ar, ele tem um impacto no funcionamento do fluxo sobre tudo o que está atrás dele.

Andy Green, diretor técnico da Force India, declarou ao site Autosport: “Tudo o que vem da asa dianteira define o restante. Então, uma mudança naquela área faz uma grande diferença no desenvolvimento do carro. O carro é ajustado ao redor de um certo conjunto de circunstâncias na parte dianteira”.

“Portanto, isso exigiu uma reconfiguração aerodinâmica na tentativa de recuperar o que foi, a princípio, uma perda significativa em relação a onde estávamos com o bico alto. Passar para um bico muito baixo exigiu várias alterações. Já chegamos lá, mas demorou algum tempo”.

Green acha que o texto do Artigo 15.4.3 do regulamento técnico vai garantir que quase todos os bicos tenham uma aparência similar, provavelmente lembrando o carro de 2014 da Ferrari, mas o importante será como cada equipe faz o ajuste fino de seu design para o máximo benefício aerodinâmico.

“Acredito que há provavelmente tanta performance nesta configuração quanto havia no bico convencional”, disse ele. “Só leva algum tempo para extraí-la. Fomos forçados a seguir um caminho e precisamos extrair mais performance”.

Apesar da influência do motor estar sendo bem maior agora, Green não tem dúvidas de que a importância da aerodinâmica não pode ser subestimada. É por isso que acertar o design do bico e garantir que o restante do carro tenha uma resposta correta é essencial.

“Quando olho as diferenças em termos de tempos de volta que temos para a Mercedes e as velocidades deles nas curvas de alta, isso é pura aerodinâmica”, afirmou ele. “Eles possuem algumas vantagens significativas em relação a nós em aerodinâmica pura. Então sim, ainda há muito a ganhar nessa área”.

“Até mesmo comparando às equipes que tradicionalmente têm uma boa aerodinâmica, como a Red Bull, a Mercedes ainda está significativamente mais veloz. Temos muito a aprender com eles. Eles fizeram um bom trabalho não só com a unidade de potência, mas também com a aerodinâmica”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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