Alonso: F1 atingiu seu pico nos anos 2000, e não na era Senna/Prost

sábado, 7 de janeiro de 2017 às 9:33
Fernando Alonso

Fernando Alonso

A Fórmula 1 atingiu seu pico na década de 2000 e a era de Ayrton Senna/Alain Prost seria considerada chata agora, estima Fernando Alonso. O bicampeão mundial de 2005/06 F1 acredita que as batalhas pelos campeonatos nos anos 80 são vistas com saudosismo.

“A F1 naquela época era muito chata”, disse ele sobre a era Senna/Prost. “Se você ver uma corrida agora de 85, 88 ou 92, você vai dormir durante a corrida, porque eram duas McLarens, o quarto cara estava uma volta atrás e havia 25 segundos entre cada carro. Havia 10 carros de fora porque a confiabilidade era pior”.

“Os números de televisão, os espectadores estão caindo (agora), como era nesses anos chatos nos anos 80, onde Senna, Prost e os demais ficavam economizando combustível, pneus e coisas assim, então está exatamente tão chato como era naquela época”, criticou.

O espanhol classifica o “boom” de fabricantes dos anos 2000 como o ponto alto da F1. “Acho que a F1 cresceu muito”, salientou. “Muitos fabricantes entraram na F1 na década de 2000 – BMW, Toyota, e havia muitas pessoas chegando. Os números de televisão e espectadores estavam no máximo”.

“Nós abrimos a F1 para novos países – corríamos na Coréia, na Índia, em Cingapura, duas corridas na Espanha – e isso era o máximo. E nós não entendemos essa situação, provavelmente, os custos eram muito altos, a tecnologia era muito alta, alguns fabricantes se retiraram”, relembrou.

O piloto da McLaren também acredita que é comum que os pilotos sejam reavaliados mais favoravelmente após a aposentadoria: “Quando você para de competir você se transforma em um ídolo, quando você está correndo, você é criticado. Quando você para de competir você é fantástico, aconteceu com Felipe (Massa), com (Mark) Webber”.

“O povo dos anos 80 – eles são grandes campeões, são ídolos. E agora nesta geração (Lewis) Hamilton, (Sebastian) Vettel, eles serão ídolos para as crianças do kart agora”, acrescentou Alonso, frustrado com os recentes regulamentos da F1, pelos quais o desempenho disponível a partir da tecnologia não pode ser totalmente explorado.

“Os recursos, os orçamentos dessas equipes, a tecnologia que estamos usando, permitem que esses carros sejam máquinas fantásticas e provavelmente além de qualquer física que o ser humano respeite. Agora não temos essa sensação, temos um carro que é muito lento, sem aderência. Então estamos sentados em um monoposto, mas com a sensação de um GT”, criticou.

Mas Alonso acredita que os carros de 2017 – que deverão ser de quatro a cinco segundos mais rápidos por volta – tornarão a F1 mais a seu gosto. “Acho que isso aumentará a emoção e a alegria de pilotar, porque vamos sentir a aderência e podemos acelerar nas curvas”, concluiu ele.

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